Dos três fatores fundamentais que compõe o preço da soja – Chicago, prêmio e câmbio – a consultoria acredita que os três se manterão elevados daqui para frente, pelas seguintes razões:
- A eleição de Biden para a presidência dos EUA criou um melhor ambiente de negócios e ele deve retirar as tarifas impostas por Trump sobre as compras de soja americana pela China. Com isto, a demanda chinesa sobre soja americana deverá se manter pelo menos inalterada em relação a 2020, mantendo as cotações na CBOT em níveis acima de $ 10,50/bushel;
- b) Os prêmios da soja brasileira embora tenham caído um pouco nesta sexta-feira, ainda se mantém historicamente elevados. Além disso, deve-se saber que, de janeiro (fevereiro neste ano) até julho o Brasil reina praticamente sozinho no fornecimento de soja à China e à Europa;
- O dólar é que merece um pouco mais de atenção:
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- 1. Como dissemos acima, a eleição de Biden criou um melhor ambiente de negócios internacionais, o que significa que o dólar deverá ter movimentos menos erráticos e mais equilibrados;
- 2. O Brasil tem o maior estoque dos últimos 5 anos da dívida pública para ser negociada e precisará subir as taxas de juros para poder colocar títulos no mercado. Como aos atuais 2% será difícil isto acontecer espera-se que o Ministério da Fazenda os eleve para algo entre 4,5% e 5,0%.
- 3. Isto deverá irrigar o Brasil de dólares, empurrando a taxa de câmbio para o segundo semestre para menos de R$ 5,00, salvo algum acontecimento fortuito, na espera nacional ou internacional, ainda não previsível.
A mistura destes três fatores nos fazem prever a continuação dos preços elevados durante o ano de 2021, embora, eventualmente não tão altos quanto o final de 2020, mas muito mais lucrativos, porque os agricultores brasileiros terão comercializado toda a safra a preços que permitem lucros superiores a 55% em todos os estados.
RS: Preços continuaram a patinar pelo segundo dia consecutivo; para o futuro, vendedores preocupados com falta de água
Os preços deixaram de subir e continuam patinando nos mesmos níveis quase a semana toda. Tudo igual novamente, nesta sexta-feira. Pelos cálculos dos técnicos da TF Agroeconômica a soja importada chegaria às fábricas do interior do Rio Grande do Sul ao redor de R$ 146,13/saca, cerca de 15,12% abaixo dos preços atuais do mercado local.
Por isto, as cotações permaneceram inalteradas novamente. Permaneceram inalteradas as cotações das praças de Ijuí, Passo Fundo e Santa Rosa. Quanto aos preços do mercado futuro embora tenham sido cotados a um preço teórico de R$ 144,00/saca para maio de 2021, encontrou os vendedores cautelosos diante da grande quantidade já comprometida até agora (cerca de 50%) e da falta de água que assola o estado.
PARANÁ: Preços também marcam passo no estado
No mercado de balcão o preço oferecido ao agricultor na região de Ponta Grossa manteve-se em R$ 140,00. Na tabela no 1 acima pode-se ver os preços para os produtores em outras praças. No mercado de lotes, para entrega imediata e pagamento em dezembro os preços mantiveram os R$ 155,00/saca, do dia anterior em Ponta Grossa. No interior dos Campos Gerais, o preço se manteve inalterado em R$ 147,00, retirada imediata, mas pagamento no início de janeiro.
Em Cascavel recuaram também R$ 3,50/saca para R$ 173,00 e em Maringá a R$ 168,00. Em Londrina R$ 170,50 e em Pato Branco R$ 171,50. Em Paranaguá a cotação do mercado disponível o preço subiu R$ 5,00/saca para R$ 155,00, entrega no mês e pagamento final de outubro, cotação apenas nominal, porque não há negócios. Para a safra 2021, os preços avançaram R$ 2,00/saca para$ 140,00/saca, em Ponta Grossa, entrega e pagamento abril/abril.
MATO GROSSO DO SUL: Apenas 35 mil tons negociadas na semana, por estoque baixo
Da safra 2019/20 foram negociadas 15.000 tons ao preço medi posto Dourados de R$ 175,00. Da safra 2020/21foram negociadas 20.000 toneladas ao preço médio posto Dourados de R$ 130,00/saca. Não foram reportados negócios para 2022. Segundo o Relatório Granos, o esmagamento do estado em setembro atingiu 323.200 toneladas, contra 346.470 tons em agosto. O total esmagado no estado até o final de setembro foi de 2.804.020 toneladas.
MATO GROSSO: Estoques zerados, boas chuvas, produtor aproveitou Chicago e câmbio melhores
Da safra 2019/2020 foram negociadas 3.000 toneladas (apenas) de compra nova. Estoque praticamente zerado. Preços de referência entre R$ 180 a R$ 185,00. Da safra 2020/2021 foram negociadas 15.000 tons na semana inteira. Com chuvas mais regulares, produtor vendeu alguns volumes aproveitando Chicago melhor e câmbio se recuperando nos últimos dois dias. Preços entre R$ 130,00 a R$ 135,00.
Da safra 2021/2022 foram negociadas 10.000 toneladas. Semana muito lenta de vendas. Produtor recuado, vendeu pequenos volumes ao atingir preços entre R$115,00 a R$ 117,00.
CERRADO: Negociadas 21,7mil tons spot, mais 19,3 mil para 2021 e 4, mil para 2022
Da safra 2019/20 foram negociadas 21.700 toneladas na semana; da safra 2020/21foram negociadas 19.300 toneladas e da safra 2021/22 foram negociadas 4.300 toneladas. Os preços giraram em torno de R$ R$ 165,00 em Anápolis, R$ 60,00 em Formosa, R$ 142,00 em Itumbiara, R$ 150,00 em Jataí e R$ 165,00 em Rio Verde.
Fonte: T&F Agroeconômica