Esta foi a pergunta que um jornalista de São Paulo, que trabalha para uma agência internacional, nos fez nesta manhã e nos deu ensejo de refletirmos sobre o assunto. Ele é importante para ajudar nossos assinantes a tomar decisões sobre: vendo agora, ou espero para vender milho mais tarde?
Nossa resposta foi a seguinte:
Há dois fatores em conflito aqui: de um lado o aumento da oferta americana de milho, assim como também há um aumento da oferta brasileira de milho – e ambas pelo mesmo motivo: redução no uso do etanol. No Brasil usinas do MT e de GO estão se desfazendo de
grandes estoques de milho que tinham adquirido a preços menores, para fazer caixa e lucro.
Já a queda na demanda de milho nos EUA poderá chegar a 36 MT, devido à queda dos preços do petróleo, elevando os estoques daquele país para o maior nível da história e, consequentemente, baratenado o seu preço. Veja-se no setor de CHICAGO, abaixo, o gráfico com a queda dos preços do milho naquela Bolsa.
Então, os preços do milho tendem a cair no segundo semestre nos EUA E no Brasil.
Aí entra o segundo fator:
O dólar alto no Brasil. Suponhamos (não será assim) que os preços caiam na mesma proporção em ambos os países. Neste caso o Brasil ainda terá uma leve vantagem, devido à forte desvalorização do Real frente ao dólar, que ainda manterá nosso milho competitivo. Mas, como é uma diferença bem menor do que a que existe hoje, outros fatores poderão entrar em jogo para fazer a balança pender para o lado americano, como financiamentos, por exemplo.
Não raro os EUA colocam financiamento à disposição dos compradores dos seus produtos, para serem pagos mais tarde, de várias formas. Ou influências políticas (Japão e Coreia do Sul, por exemplo compram preferencialmente dos EUA), etc. Mas, de um modo geral, acho que os preços do milho no segundo semestre no Brasil tenderão a diminuir.
A razão é o aumento da oferta:
Primeiro, pelos lotes das usinas de etanol (em abril, maio e junho) e depois pelo início da Safrinha, que pressionará naturalmente os preços. Depois, vai depender da demanda interna e externa no Brasil.
Fonte: T&F Agroeconômica