A escolha dos híbridos ou variedades de milho a serem utilizados em uma lavoura é um dos principais fatores que determinam a produtividade, juntamente com a época de semeadura (Lobell et al., 2009). Os híbridos podem ser classificados em: Híbridos Simples (HS), Híbridos Duplos (HD) e Híbridos Triplos (HT); entre esses, os HS são aqueles que apresentam maior potencial produtivo, além de oferecerem maior uniformidade de plantas e espigas, porém, são indicados para lavouras que tem como objetivo altas produtividades.

Quanto à duração do ciclo de desenvolvimento, os genótipos são classificados em hiperprecoce, superprecoce, precoce e normal. Onde a forma mais adequada para diferenciá-los é através do acúmulo térmico (graus-dia ou °C dia), que indica o quanto precisa cada genótipo para atingir a maturidade fisiológica. De acordo com esse critério, os genótipos hiperprecoce, superprecoce e precoce requerem, respectivamente, 1.488, 1.634 e 1.711 °C dia (Figura 1).

Figura 1. Soma térmica acumulada (vermelho) e faixa de número de dias (perto) necessários para genótipos de milho precoces, superprecoces e hiperprecoces completaram o ciclo de desenvolvimento.
Fonte: Equipe Field Crops

A escolha do genótipo é um passo fundamental para o sucesso da lavoura e a rentabilidade da atividade agrícola. Para isso, é necessário considerar fatores como estabilidade, adaptabilidade e as condições edafoclimáticas da região. Onde, genótipos com alta estabilidade tendem a apresentar menor variação na produtividade, mesmo em ambientes desfavoráveis. Por outro lado, genótipos com alta adaptabilidade são altamente produtivos em ambientes favoráveis, mas podem sofrer perdas em condições menos ideais.

E em regiões grande com variabilidade na temperatura e irregularidades na distribuição das chuvas, recomenda-se genótipos com alta estabilidade e adaptabilidade, garantindo melhor desempenho frente às oscilações ambientais (Figura 2)

Figura 2. Relação entre o potencial produtivo (%) e o ambiente favorável (EXC) ou desfavorável (DEF) de acordo com a adaptabilidade e a estabilidade dos genótipos da cultura do milho apresentados em linhas, azul (Genótipo com maior adaptabilidade), vermelho (Genótipo com maior estabilidade), laranja (Genótipo com maior estabilidade e adaptabilidade)
Fonte: Equipe Field Crops

Esse uso eficiente dos recursos permitira aos produtores alcançar altas produtividades, e atingir a intensificação do sistema. Por exemplo, no Rio Grande do Sul (RS), o uso de genótipos super e hiperprecoce (junto com a antecipação da semeadura), possibilitam o cultivo da soja segunda safra (safrinha) conseguindo assim a intensificação do sistema junto com maiores lucratividades.

Referências Bibliográficas

Lobell, D. B.; Cassman, K.G.; Field, C.B. CROP YIELD GAPS: THEIR IMPORTANCE, MAGNITUDES, AND CAUSES. Annual review of environment and resources, v.34, n.1, p. 179-204, 2009

Pilecco, I. B. et. al. ECOFISIOLOGIA DO MILHO VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 2, 2024.



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