Por que o controle de plantas daninhas na colheita é tão importante? Com a passagem da colheitadeira devemos levar em conta dois processos que ocorrem: a entrada de novas sementes no lote vindos com a colhedora e a dispersão das sementes das plantas sobreviventes.
Por causa disso, técnicos da Aapresid REM (Argentina) elencaram alguns pontos a serem observadas na época da colheita:
- Como medida inicial, o monitoramento do campo antes da colheita permite que as manchas mais difíceis de ervas daninhas sejam localizadas para tomar as medidas necessárias.
- Se possível, as manchas detectadas devem ser eliminadas antes da passagem da máquina, seja manualmente ou por método químico seletivo.
- Outro ponto fundamental é a limpeza da colheitadeira antes de entrar no talhão. Levar em consideração a procedência da máquina e efetuar a limpeza correspondente é fundamental para evitar a entrada de sementes resistentes de outras áreas.
- Ao colher, comece nas cabeceiras para facilitar o controle posterior de ervas daninhas naquele talhão.
- Nunca colha manchas de ervas daninhas problemáticas.
Prevenção de entrada de sementes no lote
No gerenciamento de adversidades em geral, ser cauteloso é uma medida inteligente para evitar dores de cabeça futuras. Nesse sentido, a colhedora é a principal responsável pela entrada de ervas daninhas de difícil controle de outras áreas. Principalmente aquelas espécies que possuem estruturas de frutos ou sementes que impedem sua rápida separação nos sistemas de limpeza da máquina.
Não são poucos os lotes que apresentam manchas de plantas daninhas de forma linear paralela às passagens da colheitadeira no local de entrada da máquina: um claro sinal de que os protocolos de limpeza preventiva não foram seguidos nos equipamentos dos lotes, com alta incidência de ervas daninhas semeadas.
A limpeza da colheitadeira deve ser feita fora do campo produtivo e em local onde as sementes não germinem, mas possam ser recolhidas e destruídas.
Você pode encontrar o “Guia de limpeza da colheitadeira entre lotes” AQUI.
Diminuir o banco de sementes do solo
No desenvolvimento de uma população de ervas daninhas, o banco de sementes é a principal fonte de reinfestação anual, portanto, evitar sua substituição é fundamental para que a população diminua. A passagem da colheitadeira permite que as sementes das ervas daninhas que amadureceram se espalhem pelo campo e devolvam ao banco, arruinando todo o esforço e investimento em controles químicos realizados durante a safra.
Mas também pode ser a ferramenta de gerenciamento não químico mais importante para evitá-lo.
Países como a Austrália desenvolveram tecnologias chamadas Harvest Weed Seed Control ou HWSC ( Harvest Weed Seed Control ) para realizar essa tarefa. Entre eles podemos citar: enfardamento de resíduos de colheitadeiras, rolagem da palha, coletores de palha ou destruição de sementes.
Neste link você pode encontrar palestra de Peter Newman na edição 2020 do Congresso Aapresid, onde ele descreve todos os métodos HWSC usados. E NESTE LINK Johnny Inferrera descreve a operação do destruidor de sementes.
Todos os métodos baseiam-se no atributo biológico das ervas daninhas anuais que lhes permite reter as sementes acima da altura de corte da máquina. Assim, podem ser coletados pela colhedora e distribuídos pela cauda da máquina, reabastecendo o banco de sementes.
Embora cada um deles se diferencie quanto à metodologia de trabalho, viabilidade e custos, todos têm eficácia comprovada.

Essas práticas foram criadas como respostas alternativas ao surgimento de plantas daninhas resistentes, buscando reduzir o banco de sementes do solo. Quando implementados em combinação com o uso de herbicidas, eles podem levar as populações de ervas daninhas a níveis baixos. Desta forma, a pressão exercida sobre os tratamentos químicos utilizados é reduzida e permite sua sustentabilidade ao longo do tempo.
Independentemente do método escolhido, o controle de sementes para colheita é uma prática de alto impacto na população de plantas daninhas do campo se for manejado em longo prazo. Porém, essas tecnologias quase não têm implantação, o que evidencia a necessidade de gerar conhecimento local sobre esses métodos de controle para agregar mais uma ferramenta que ajude a continuar complementando o manejo integrado de plantas daninhas.
Redação: Equipe Mais Soja
Adaptado de: Aapresid REM