A correção adequada da acidez do solo é uma das práticas que trás mais benefícios ao agricultor, sendo uma combinação favorável de vários efeitos, dentre os quais pode-se destacar os seguintes:
- Eleva o pH do solo (reduzindo a acidez);
- Fornece cálcio e magnésio como nutrientes;
- Diminui ou elimina os efeitos tóxicos do alumínio (Al);
- Diminui a “fixação” de fósforo;
- Aumenta a disponibilidade do NPK, cálcio, magnésio, enxofre e molibdênio no solo;
- Aumenta a eficiência dos fertilizantes;
- Aumenta a atividade biológica do solo e a liberação de nutrientes, tais como nitrogênio, fósforo e boro, pela decomposição da matéria orgânica;
- Em solos ricos em manganês (Mn), reduz as quantidades excessivas deste elemento presentes na solução do solo;
- Aumenta a produtividade das culturas como resultado de um ou mais dos efeitos anteriormente citados.
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Muitos materiais podem ser utilizados como corretivos da acidez do solo. Os principais são: cal virgem, cal apagada, calcário calcinado, conchas marinhas moídas, cinzas, e calcário (sendo esse o mais utilizado). Tanto a eficiência como o preço é bastante variado para cada tipo de corretivo.
Pensando nisso, na terceira temporada do Dicas Mais Soja, o Dr Tales Tiecher, professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande Do Sul – UFRGS, comentou sobre como deve ser realizada a correção do solo de maneira correta e eficaz para o produtor rural.
O pesquisador ressaltou que a maioria dos solos tropicais e subtropicais do nosso país são ácidos por natureza, dessa forma, o Alumínio trivalente deve ser corrigido de alguma forma.
Para isso, temos o calcário, que ainda é o melhor insumo a ser utilizado no que se refere ao custo-benefício. O calcário, por sua vez, irá proporcionar o aumento do pH, que acaba reduzindo a toxidez do alumínio trivalente, aumentando também a disponibilidade de vários nutrientes (com exceção dos micronutrientes catiônicos), aumentando a soma de bases do solo, bem como o Cálcio e o Magnésio.
A dose e o tipo de aplicação irão depender do sistema de cultivo e da cultura a ser implantada, pois existe uma faixa de pH adequada para cada cultura e para cada tipo de sistema.
É importante que a dose de calcário a ser aplicada seja definida em uma análise confiável, não ocorrendo uma sobdosagem, que não vá corrigir o problema de acidez ou então problemas de superdosagem, onde há o aumento demasiado do pH do solo, prejudicando a disponibilidade de alguns nutrientes.
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Para definir a dose do calcário é importante conhecermos o PRNT do mesmo, que é o Poder Relativo de Neutralização Total desse produto, uma característica química da qualidade da rocha, onde quanto mais puro for o material maior o poder de neutralização e consequentemente maior o PRNT. Além disso, tem-se a eficiência relativa, que é uma função da granulometria desse calcário, sendo que quanto mais fino, maior a superfície específica e mais rapidamente ele irá reagir no solo.
Além do mais, dependendo dos teores de Cálcio e Magnésio de cada solo, pode-se optar entre os diferentes tipos de calcário, como o dolomítico, para suprir uma maior demanda de Magnésio, ou então o calcítico quando o problema maior for deficiência de Cálcio.
Para ouvir a conversa do pesquisador com o Mais Soja, assista o vídeo abaixo.
https://www.facebook.com/maissoja/videos/2689647584434703/?t=211
Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.