A alelopatia é uma interferência direta que as plantas podem exercer uma sobre as outras. 

Essa interferência ocorre por meio de compostos conhecidos por aleloquímicos.

Os aleloquímicos são metabólitos secundários que as plantas sintetizam, acumulam e secretam, sendo associados com mecanismos de adaptações às condições ambientais.

A alelopatia é o conjunto de efeitos negativos que as plantas daninhas causam sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas cultivadas, ocorrendo através da liberação de substâncias químicas no ambiente.

Fonte: Thiago Campos (ImGrower).

Todos os órgãos das plantas (folhas, caules, raízes, flores, frutos e sementes) são capazes de produzir compostos alelopáticos e, a quantidade dos compostos produzidos e sua composição irão depender da espécie e das condições ambientais. 

As substâncias alelopáticas podem ser liberadas dos tecidos da planta para o ambiente por meio da volatilização, exsudação radicular, lixiviação e decomposição de folhas ou de outras partes da planta.

Fonte: Agronegócios (Paulo Rodrigues).

Os principais grupos de compostos secundários produzidos pelas plantas, com algum efeito alelopático são: 

  • fitoalexinas; flavonóides, isoflavonóides, chalconas, auronas e xantinas;
  • flavonas, flavonois e glicosídeos gerados; 
  • ligninas; monoterpenos e monoterpenóides; 
  • naftoquinonas, antroquinonas, estilbenos e fenantrenos; 
  • poliacetilenos; policetonas; saponinas; sesquiterpenos e sesquiterpenóides;
  • taninos;
  • triterpenos e triterpenoides.

Os aleloquímicos podem ser divididos em efeitos que causam nas plantas:

  • regulação de crescimento (divisão celular, síntese orgânica, interação com hormônios, efeito na atividade de enzimas);
  • mecanismo respiratório;
  • fotossíntese (efeito na fotossíntese, resposta estomática, conteúdo de clorofila);
  • absorção de nutrientes (absorção de íons, efeito nas membranas, efeito na relação hídrica da planta).

Exemplos de alelopatia de plantas daninhas sobre plantas cultivadas.Fonte: Pires e Oliveira (2011).

A alelopatia das culturas sobre plantas daninhas é menos comum de ocorrer, devido à seleção que as plantas cultivadas vêm sendo submetidas ao passar do tempo a fim da procura de características desejáveis através do melhoramento genético.

A alelopatia entre culturas tem possibilidade de ocorrência, principalmente quando se utiliza a rotação e a consorciação, e seus efeitos podem ser benéficos ou maléficos.

Fonte: Rural Centro.

A alelopatia das coberturas mortas

Atualmente, muitas pesquisas estão sendo realizadas com o intuito de identificação de compostos alelopáticos e seus efeitos sobre as plantas daninhas.

A cobertura morta pode prevenir a germinação e reduzir o vigor vegetativo de plantas daninhas no início de seu desenvolvimento.

Fonte: Ednei Pires.

Conclusão

O conhecimento das interações entre as plantas cultivadas, daninhas e microrganismos é importante principalmente na hora de estabelecer a rotação e consorciação de culturas.

Alguns compostos são capazes de inibir a germinação e desenvolvimento de outras espécies.

Os compostos alelopáticos podem ser produzidos em todas as partes da planta e liberados de diferentes formas para o ambiente.

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Sobre a Autora: Ana Ligia Girardeli, Sou Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar) e Doutora em Fitotecnia (USP/ESALQ). Atualmente, estou cursando MBA em Agronegócios.

 

Imagem de capa: Fonte: Agronegócios (Paulo Rodrigues).

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