Capim-amargoso (Digitaria insularis) e Buva (Conyza spp.) são conhecidas plantas daninhas no sistema de produção agrícola que através da matocompetição podem causar significativa redução da produtividade de culturas como a soja. Segundo dados do Supra Pesquisa, uma planta de Buva por metro quadrado de área pode causar redução de produtividade de até 14% em soja, enquanto a mesma densidade populacional do Capim-amargoso pode causar redução de produtividade de até 21%.

Figura 1. Interferência de diferentes densidades populacionais de Buva sobre a produtividade da soja.

Fonte: Supra Pesquisa

Figura 2. Interferência de diferentes densidades populacionais de Capim-amargoso sobre a produtividade da soja.

Fonte: Supra Pesquisa

Integrando o time de plantas daninhas que podem causar elevados danos em culturas agrícolas, o Caruru (Amaranthus spp.) vem ganhando espaço em áreas brasileiras. Conforme destacado por Gazziero e Silva (2017), dependendo da densidade populacional e espécie infestante de caruru, perdas de produtividade de até 91% em milho e 79% em soja podem ser observadas. Segundo Klingaman & Oliver (1994), uma planta de Amaranthus palmeri por metro quadrado pode causar redução de produtividade da soja de até 32%.



Características como elevada produção de sementes, rápido crescimento e desenvolvimento e a resistência a determinados herbicidas e mecanismos de ação são comuns entre a Buva, Capim-amargoso e Caruru, dificultando significativamente o manejo e controle dessas daninhas. Conforme destacado por Penckowski et al. (2020), uma planta de Amaranthus hybridus pode produzir até 600.000 sementes, as quais podem ficar retidas no banco de sementes do solo, possibilitando diversos fluxos de emergência dessa daninha ao longo do ciclo de desenvolvimento da soja.


Veja mais: MISSÃO CARURU – Episódio 13 – Casos de Resistência no Brasil


Dessa forma, fica evidente a importância do controle dessas plantas daninhas no sistema de produção agrícola, sendo o controle químico a ferramenta mais usual para isso, por meio do emprego de herbicidas.

Quais as alternativas de herbicidas?

Se tratando de espécies de plantas daninhas com resistência conhecida a herbicidas, o controle da Buva, do Capim-amargoso e do Caruru nem sempre é fácil. É preciso identificar a espécie da daninha e se ela apresenta resistência aos herbicidas em que há relatos de casos de resistência.

Deve-se realizar o monitoramento das áreas de produção, dando atenção para o momento de aplicação e posicionamento de produtos. Conforme destacado pelo Professor Mauro Rizzardi, na Segunda noite do IV COMSOJA, existem algumas alternativas que melhor se enquadram com base nas características de infestação dessas plantas daninhas (Figura 3).

 Figura 3. Alternativas de controle químico para Buva, Capim-amargoso e Caruru em diferentes períodos de manejo.

Rizzardi destaca que dependendo da espécies, o período de controle químico (dessecação; pré-emergente e/ou pós-emergente) pode variar, desempenhando papel essencial no controle da daninha. Um exemplo é o controle do Caruru, que por apresentar vários fluxos de emergência, se torna importante na dessecação, mas fundamental em pré-emergência.

Além do manejo do Caruru, a Segunda Noite do IV COMSOJA abordou outros temas de importância agrícola sendo eles:

  • Manejo de caruru em soja: O inimigo agora é o hybridus; Buva, Caruru ou Amargoso? Com quem devo me preocupar mais – Dr. Mauro Rizzardi
  • Manejo da cigarrinha em milho: a praga do momento? – Dr. Glauber Sturmer
  • Arquitetando plantas de alto desempenho – Msc. Luiz Gustavo Floss
  • Altas produtividades: O que elas ensinam? – Dr. João Pascoalino

Ficou curioso? Quer saber mais sobre esses temas? Confira abaixo tudo o que foi abordado na Segunda noite do IV COMSOJA, com esse time de Professores e Pesquisadores.


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Referências:

GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 19/08/2021.

KLINGAMAN, E. T.; OLIVER, L. R. PALMER AMARANTH (Amaranthus palmeri) INTERFERÊNCIA NA SOJA (Glycine max). Weed Science, vol. 42, n. 4, 1994. Disponível em: < https://www.jstor.org/stable/4045448?seq=1 >, acesso em: 19/08/2021.

PENCKOWSKI, L. H. et al. ALERTA! CRESCE O NÚMERO DE LAVOURAS COM Amaranthus hybridus RESISTENTE AO HERBICIDA GLIFOSATO NO SUL DO BRASIL O PRIMEIRO PASSO É SABER IDENTIFI CAR ESSA ESPÉCIE! Revista FABC – Abril/Maio 2020. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/ebook/REVISTA-Fabc.pdf >, acesso em: 19/08/2021.

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