Por Argemiro Luís Brum
As cotações do milho, em Chicago, se mantiveram acima dos US$ 4,00/bushel nesta semana, com viés de alta, na medida em que o primeiro mês cotado fechou a quinta feira (26) em US$ 4,13/bushel, contra US$ 4,05 uma semana antes.
A colheita do cereal, nos EUA, atingiu a 14% da área no dia 22/09, contra 11% na média histórica. O Texas, com 85% da área já colhida, é o estado mais avançado. Por sua vez, 65% das lavouras a colher permaneciam com boas a excelentes condições, contra 53% um ano antes.
E no Brasil, os preços melhoraram um pouco, mantendo o viés de alta lento mas persistente, com a média gaúcha atingindo a R$ 59,90/saco, enquanto as principais praças locais trabalharam com R$ 58,00. Nas demais regiões brasileiras os preços oscilaram entre R$ 42,00 e R$ 62,00/saco.
Dito isso, a Secex informou que nos primeiros 15 dias úteis de setembro o país exportou 4,7 milhões de toneladas de milho, ou seja, muito aquém do ritmo de setembro de 2023. A média diária de volume exportado apresentou recuo de 28,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Neste ritmo certos analistas do mercado de milho avançam que nossas exportações totais do cereal, em 2024, devam atingir apenas 36 milhões de toneladas, contra 55 milhões no ano anterior. (cf. Grão Direto).
Em paralelo, a Conab informa que o plantio da nova safra de verão do cereal teria atingido a 16,2% da área nacional em 22/09. Os estados mais adiantados eram o Rio Grande do Sul (51%), Paraná (46%) e Santa Catarina (22%). Do total já semeado, 41,8% estavam em fase de emergência e os 58,2% restantes em desenvolvimento vegetativo.
Todavia, no Paraná, segundo o Deral, o plantio de verão atingia a 60% da área esperada com milho no início da presente semana, contra 71% na mesmo período do ano passado.
Já no Mato Grosso, segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), na semana entre o 16 e o 20 de setembro, o preço médio do milho no estado ficou em R$ 41,52/saco, ganhando 7,1% sobre um mês antes. Já em comparação há um ano antes, o ganho é de 16%, pois em setembo/23 o saco de milho era cotado a R$ 35,78.
E no Mato Grosso do Sul, segundo a Aprosoja local, a safrinha de milho recém colhida teria registrado uma produtividade média de 67 sacos/hectare, com uma produção final de 8,46 milhões de toneladas, sobre 2,1 milhões de hectares. Em relação ao esperado, a safra registrou um recuo de 19,2% neste ano. Com isso, a produtividade média do corrente ano foi a terceira pior nos últimos 10 anos naquele Estado.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).