Por Argemiro Luís Brum
As cotações do milho, em Chicago, subiram na corrente semana. O bushel, para o primeiro mês cotado, chegou mesmo a superar os US$ 5,00 no dia 18/02, algo que não ocorria desde o dia 19 de outubro de 2023. Mas o movimento não se sustentou e o fechamento desta quinta-feira (20) ficou em US$ 4,98/bushel, contra US$ 4,93 uma semana antes.
Os preços do milho, no mercado internacional, estariam firmes diante da forte demanda, o que gera exportações importantes, assim como diante de uma oferta mundial menor do que o inicialmente esperado. Neste sentido, na semana encerrada em 13 de fevereiro, os EUA registraram 1,6 milhão de toneladas de milho exportadas, com um aumento de 19% sobre o registrado na semana anterior e acima do que esperava o mercado.
E aqui no Brasil, mesmo com a colheita da safra de verão, que vem menor do que o esperado, os preços estão igualmente firmes. A média gaúcha fechou a semana em R$ 67,64/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preços giraram entre R$ 64,00 e R$ 80,00/saco. Já na B3, o fechamento do dia 19/02, indicou março/25 cotado à R$ 80,80, maio/25 à R$ 76,90, julho/25 em R$ 72,40 e setembro/25 cotado à R$ 71,85/saco.
Dito isso, durante a semana a Secex informou que o Brasil exportou, nos primeiros 10 dias úteis de fevereiro, um total de 827.009 toneladas do cereal, contra 1,7 milhão de toneladas em todo o mês de fevereiro do ano passado. A média diária atual está 8,3% abaixo da média do mês de fevereiro de 2024. O mercado espera que o Brasil exporte, em 2025, um volume superior ao registrado no ano passado. Mas isso irá depender do tamanho da segunda safra. A Stone X está estimando uma safra total nacional, no corrente ano, em 146 milhões de toneladas.
Enquanto isso, a Conab informou que a colheita da safra de verão de milho teria chegado a 21,1% da área semeada. Já o plantio da safrinha estaria em 35,7% da área esperada, contra 45,3% realizados no ano passado nesta época do ano. Por estado, o mesmo estaria assim: no Paraná (46%), Mato Grosso (43,3%), Tocantins (40%), Goiás (30%), Mato Grosso do Sul (19%), Minas Gerais (16,9%), Maranhão (10%) e Piauí (2%). Até o momento, 47,7% dessa área ainda está em emergência e 49,1% avançaram para desenvolvimento vegetativo.
Especificamente no Paraná, segundo o Deral local, a safra de milho verão estava colhida em 30% no início da presente semana, enquanto a segunda safra registrava um plantio de 56% da área esperada, sendo que as lavouras estão em boas condições. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater local, a colheita do milho verão, até meados de fevereiro, atingia a 54% da área semeada, contra 44% na média histórica para esta época do ano.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).