Por Argemiro Luís Brum

As cotações do milho, em Chicago, melhoraram durante a semana. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (24) em US$ 4,21/bushel, contra US$ 4,06 uma semana antes.

A colheita nos EUA, até o dia 20/10, atingia a 65% da área semeada, superando a média histórica para a data, que é de 52%. Enquanto isso, os embarques de milho estadunidense, na semana encerrada em 17/10, somaram 999.811 toneladas. Com isso, o total exportado no atual ano comercial soma 5,8 milhões de toneladas, contra 4,4 milhões um ano antes no mesmo período.

E no Brasil, os preços continuam em alta, refletindo a menor colheita da safrinha e algumas dificuldades climáticas que atingem o plantio e o desenvolvimento da nova safra de verão. Neste último caso, o plantio chegava a 48% da área no Centro-Sul brasileiro, contra 46% um ano atrás (cf. AgRural).

A média gaúcha fechou a semana em R$ 63,72/saco, enquanto as principais praças negociaram o produto a R$ 63,00/saco. Já nas demais regiões brasileiras o milho foi negociado entre R$ 50,00 e R$ 70,00/saco.

Pelo lado das exportações nacionais de milho, a Secex informou que, nos primeiros 14 dias do mês de outubro, o volume atingiu a 3,9 milhões de toneladas. Com isso, a média diária está 30,5% abaixo da média obtida com as vendas em todo o mês de outubro do ano passado. Por enquanto, o acumulado do ano atinge 24,5 milhões de toneladas, contra 34,5 milhões no mesmo período do ano anterior. Ou seja, o ritmo de exportação deste ano está bem abaixo do necessário.

Neste momento, quem comanda o cenário de exportação de milho mundial é os EUA, já que o cereal brasileiro está caro e apresenta menor disponibilidade.

Outrossim, a Conab informa uma área de verão já semeada bem menor do que o setor privado, indicando 32,3% do total esperado até o dia 20/10, contra 33% no mesmo período do ano anterior. Segundo o órgão público, 14,3% das lavouras semeadas estavam em fase de germinação e 85,7% em desenvolvimento vegetativo.

Enfim, o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) apontou que, entre agosto e setembro, o custo dos fertilizantes no Mato Grosso, para a safra de milho 2025, aumentou em 1,65%. O custo deste insumo representa 35,8% do custeio da cultura do milho para a safra 2024/25 naquele Estado. Por sua vez, o preço médio do cereal local, em setembro, subiu 2,03% sobre agosto. Com isso, “a relação de troca entre milho e ureia, em setembro, ficou em 67,5 sacos/tonelada, o que representa recuo de 14,2 sacos/tonelada em relação ao mesmo mês de 2023 e de 4 sacos/tonelada em relação a média histórica. Assim, a rentabilidade final do milho safrinha no Mato Grosso está se desenhando melhor para 2024/25. É provável que tal realidade esteja presente em outras regiões de produção do país.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Informativo CEEMA UNIJUÍ

Site: Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

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