Por Argemiro Luís Brum

As cotações do milho, em Chicago, subiram nesta semana, chegando a bater em US$ 4,45/bushel, porém, recuaram um pouco posteriormente, com o fechamento da quinta-feira (19) ficando em US$ 4,40/bushel, contra US$ 4,31 uma semana antes. No ano passado, nesta época, o bushel do milho valia US$ 4,72.

O mercado está diante de uma safra importante, recentemente colhida nos EUA. Mesmo com os estoques mundiais recuando de 316,2 para 296,4 milhões de toneladas neste último ano comercial, ainda haverá muito milho estocado, diante de uma demanda que não se demonstra aquecida o suficiente.

Tanto é verdade que as importações de milho, por parte da China, registram recuo de quase 40% nos primeiros 11 meses do corrente ano, ficando em 13,3 milhões de toneladas. Ajudou para isso a safra recorde de milho obtida pelos chineses neste ano. Com a forte redução nas exportações brasileiras do cereal, o país perdeu o mercado chinês no momento. “No ano passado, apenas o Brasil exportou à China mais de 16 milhões de toneladas, volume maior do que o país asiático comprou em todo este ano.

Em 2024, a China já não figura mais como o principal destino do cereal brasileiro, segundo dados do governo brasileiro, que apontam uma dominância do Egito e do Vietnã como principais destinos até outubro.” (cf. Reuters).

E no Brasil, os preços se mantêm estáveis. A média gaúcha fechou a semana em R$ 67,00, contra R$ 59,35/saco um ano atrás. Portanto, há um aumento nominal de 12,9%, o que supera a inflação anual (IPCA) atual que é de 4,87%. Ou seja, nessa comparação, contrariamente à soja, os preços do milho estão gerando um ganho real aos produtores gaúchos. Lembrando que as principais praças gaúchas praticam, hoje, valores ao redor de R$ 65,00/saco (R$ 59,00 um ano atrás), enquanto nas demais praças nacionais os preços atuais oscilam entre R$ 58,00 e R$ 69,00/saco, com muitas praças sem cotação nesta semana (R$ 40,00 e R$ 66,00/saco em fins de 2023).

Já a produção total de milho, estimada para 2024/25 no país, continua apresentando diferenças importantes entre o setor público e privado. Enquanto a Conab indica pouco mais de 119 milhões de toneladas, o setor privado aponta 129,3 milhões, caso da Pátria AgroNegócios.

Por outro lado, segundo a Secex, nos primeiros 10 dias úteis de dezembro o Brasil exportou 2,4 milhões de toneladas de milho, com a média diária ficando 21,8% menor do que a média de todo o mês de dezembro do ano passado. Em dezembro de 2023 o país exportou 6,1 milhões de toneladas. Diante disso, a projeção de exportação total do cereal para o corrente ano comercial fica entre 35 a 37 milhões de toneladas, contra 55 milhões no ano anterior.

Enfim, se a ferrugem asiática é a praga que preocupa os sojicultores brasileiros, no caso do milho é a cigarrinha. A mesma exige extremo cuidado dos produtores, pois pode dizimar uma lavoura. Em Santa Catarina, por exemplo, “a média estadual da incidência do inseto tem permanecido constante, sendo que a queda na infestação fica comprometida nesta etapa porque a maioria das lavouras está em estágio reprodutivo e, devido à altura das plantas, o manejo de insetos é dificultado” (cf. Epagri-SC).

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Informativo CEEMA UNIJUÍ

Site: Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

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