Por Argemiro Luís Brum
As cotações do milho, em Chicago, estacionaram há algumas semanas, registrando apenas leves variações. Em tal contexto, o fechamento desta quinta-feira (05) ficou em US$ 4,26/bushel, contra US$ 4,23 uma semana antes. Já a média de novembro ficou em US$ 4,24/bushel, o que representou um aumento de 1,9% sobre outubro. Por sua vez, em relação a novembro de 2023, a média atual registra recuo de 9,4%, pois naquele mês a média havia sido de US$ 4,68/bushel.
Dito isso, os embarques estadunidenses de milho somaram 935.859 toneladas na semana encerrada em 28/11. O volume ficou dentro do esperado pelo mercado e, com isso, o total já embarcado neste ano comercial soma 11,07 milhões de toneladas, superando em 16% o volume de igual período do ano anterior.
E na Argentina, a nova safra de milho se apresenta muito bem, com o plantio já atingindo a 41,3% da área total esperada que é de 6,3 milhões de hectares.
Já no Brasil, os preços estagnaram e apresentam viés de baixa em muitas praças. A média gaúcha ficou em R$ 68,00/saco, enquanto as principais praças locais oscilaram ao redor de R$ 67,00. No restante do país, os preços giraram entre R$ 57,00 e R$ 70,00/saco.
Por outro lado, o fechamento da B3, na quarta-feira (04), apontou valores entre R$ 67,89 e R$ 71,15/saco para os contratos mais próximos.
O clima favorável ao desenvolvimento das lavouras brasileiras de verão, somado ao recuo, mesmo que lento, nas cotações internacionais, e mais a retração dos consumidores, estariam na origem deste atual movimento de preços do milho no Brasil. Soma-se a isso o fato de que o plantio da soja avança bem, o que permite esperar que o plantio da safrinha do cereal seja dentro da janela ideal.
Por outro lado, a Conab informou que a safra de verão estava semeada em 65,1% da área esperada até o dia 1º de dezembro. Este percentual está acima dos 60% registrados no mesmo período do ano passado. Os estados mais adiantados na semeadura de verão são Paraná (100%), Santa Catarina (98%), São Paulo (94%), Minas Gerais (87,6%), Rio Grande do Sul (85%), Goiás (49%), Bahia (38%) e Piauí (2%). Segundo, ainda, o órgão público, 10,3% das áreas plantadas estavam em fase de emergência, 62,6% em desenvolvimento vegetativo, 18,3% em floração e 8,5% já haviam chegado ao enchimento de grãos.
E no Mato Grosso, segundo o Imea, espera-se uma safra total de milho em 45,8 milhões de toneladas neste novo ano comercial 2024/25. Se confirmada, será 0,7% acima da previsão anterior. Neste momento, os preços futuros do cereal estariam cobrindo os custos operacionais efetivos naquele estado. Afinal, o preço médio do milho disponível, no Mato Grosso, aumentou R$ 21,41/saco sobre o ano anterior, atingindo a R$ 57,00. Aliás, nas outras principais praças do país, entre o valor atual e o valor obtido um ano antes, o milho registra um ganho médio de R$ 10,00/saco no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Já em Goiás o ganho médio é de R$ 14,00/saco enquanto em São Paulo o mesmo alcança igualmente R$ 10,00.
Esta melhora nos preços tende a elevar a área semeada de milho neste novo ano, especialmente no que diz respeito à safrinha.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).