Por Argemiro Luís Brum
As cotações do trigo, em Chicago, subiram um pouco nesta semana. O primeiro mês, após os US$ 5,30/bushel no dia 14/11, fechou a quinta-feira (21) em US$ 5,48.
Enquanto isso, o plantio do trigo de inverno atingia a 94% nos EUA, no dia 17/11, contra 96% na média histórica. Já 84% do trigo semeado estava germinado, sendo que 49% apresentavam condições entre boas a excelentes, 36% regulares e 15% entre ruins a muito ruins.
Por outro lado, os EUA embarcaram 196.281 toneladas de trigo, na semana encerrada em 14/11, volume que ficou abaixo do esperado pelo mercado. Assim, no acumulado do atual ano comercial as vendas externas somam 10,3 milhões de toneladas, volume 31% maior do que no mesmo período do ano anterior.
E no Brasil, os preços estabilizaram, com a média gaúcha fechando a semana em R$ 68,15/saco, enquanto no Paraná o preço oscilou entre R$ 77,00 e R$ 79,00.
A colheita brasileira se aproxima do final, com uma área semeada 11,1% menor do que a do ano anterior. E na medida em que a colheita avança, a quebra de safra vai se confirmando no sul do país. No Paraná, a mesma deve atingir a 36% em relação ao colhido no ano anterior, com o volume final atingindo apenas 2,3 milhões de toneladas, contra 3,8 milhões em 2023 (cf. Deral).
A colheita do Rio Grande do Sul, melhor do que a paranaense, porém, também com quebras regionais importantes (o Noroeste gaúcho apresenta produtividade média variando entre 35 e 40 sacos/ha), pode compensar em parte a situação em termos nacionais. Porém, o país ainda deverá colher menos do que em 2023, com o volume final, por enquanto, estimado ao redor de 7,5 milhões de toneladas, contra 8,1 milhões no ano anterior. Destaque para o Estado de Goiás, que deverá colher 234.000 toneladas de trigo neste ano, se tornando o maior produtor fora das regiões Sul e Sudeste do país.
Enfim, vale destacar que a Conab, em seu último levantamento (14/11), ainda espera uma colheita final igual a do ano passado, ou seja, de 8,1 milhões de toneladas, sendo 2,4 milhões no Paraná, 4,1 milhões no Rio Grande do Sul, 423.500 toneladas em Santa Catarina, 411.700 toneladas em Minas Gerais e 358.300 toneladas em São Paulo, para citar os principais produtores nacionais.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).