Em agosto, o mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul foi marcado por baixa liquidez e forte disputa entre compradores e vendedores em relação aos preços. Produtores limitaram as ofertas, na expectativa de cotações maiores, enquanto indústrias relataram dificuldades em obter ganhos devido aos elevados valores pedidos.

A disparidade de preços e a “queda de braço” entre as partes resultaram em negociações pontuais e restritas a necessidades imediatas. Além disso, algumas unidades de beneficiamento optaram por comercializar apenas o produto já depositado, justificando que trabalhar com a posição “a retirar” resultaria em margens negativas no repasse de preços. Também, grande parte das comercializações envolveu o cereal de 60% de grãos inteiros acima, além de uma forte demanda vinda de outros estados, como Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Paraná.

Fatores como a valorização do dólar, que em agosto atingiu média de R$ 5,56 – maior patamar desde dezembro/21 –, não foi suficiente para tornar as exportações de arroz mais atrativas. De maneira geral, agentes aguardam uma maior clareza do mercado para retomar negociações mais expressivas.

PREÇOS REGIONAIS – De 31 de julho a 30 de agosto, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) avançou 0,93%. Especificamente entre as médias de julho e agosto, o aumento foi de 2,19%, saindo de R$ 115,05/sc de 50 kg (em jul/24) para R$ 117,57/sc (em ago/24). Dentre as microrregiões que compõem o Indicador, a da Planície Costeira Externa apresentou alta de 3,54% no comparativo mensal, com média de R$ 120,02/sc em ago/24. Na Depressão Central, a valorização foi de 2,93%, para R$ 113,17/sc. Na Zona Sul, Planície Costeira Interna, Campanha e Fronteira Oeste, houve elevações de 2,19%, 2,03%, 1,97% e 1,59%, com respectivas médias de R$ 119,69/sc, R$ 119,51/sc, R$ 115,15/sc e 117,55/sc, na mesma ordem.

Para as demais faixas de rendimento acompanhadas pelo Cepea, o preço médio do produto com 50% a 57% de grãos inteiros no Rio Grande do Sul subiu 2,28% entre jul/24 e ago/24, a R$ 115,56/sc de 50 kg. Os grãos com 59% a 62% de inteiros se valorizaram 1,97% no período, com a média passando para R$ 118,03/sc. Quanto ao de 63% a 65% de grãos inteiros, a elevação foi de 0,42% em igual comparativo, a R$ 118,31/sc.

VAREJO – Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15, considerado uma prévia da inflação), divulgados pelo IBGE no dia 27 de agosto, apontam variação positiva de 0,19% nos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo e consumidos pelas famílias brasileiras em agosto/24. Especificamente em relação ao arroz, houve queda de 1,18% entre 16 de julho/24 e 14 de agosto/24 e avanço de 30,23% nos últimos 12 meses, na média nacional.

MERCADO EXTERNO – Segundo dados do USDA do dia 29 de agosto, a produção de arroz na Tailândia para a safra 2024/25 deve aumentar 7%, impulsionada pelo crescimento da área plantada e pela melhoria no rendimento médio. Além disso, a estimativa de produção de arroz beneficiado também apresenta resultados positivos, já que os preços estão mais atrativos aos produtores. Por outro lado, espera-se que as exportações diminuam no segundo semestre de 2024, devido à forte concorrência do Vietnã e Camboja.

A possível retomada dos embarques de arroz branco pela Índia também pode elevar a concorrência nos preços do cereal tailandês, especialmente porque o arroz branco representa cerca de 51% das exportações totais do produto da Tailândia. Em termos de volume, as vendas do cereal branco tailandês cresceram 55% entre maio e junho, enquanto os valores subiram 44%. Os principais destinos do arroz branco tailandês foram Iraque, Indonésia, México, Camarões, Brasil, Costa do Marfim, Moçambique, Gana e Japão.

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Fonte: CEPEA



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS AGOSTO/2024

Site: CEPEA

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