Quatro razões pelas quais as compras chinesas de soja dos EUA podem atrasar

Uma colheita em declínio e uma onda de compras desenfreadas da China empurraram os futuros de soja de volta para números duplos na segunda-feira, levantando dúvidas sobre se os futuros estão sobrecomprados e quanto mais a China pode comprar?

A seguir, uma análise dos dados coletados pelo USDA, pelo Centro Nacional de Informações sobre Grãos e Oleosas da China.

Recorde de compras antecipadas chinesas

De acordo com dados de vendas de exportação do USDA, assumindo que 50% das vendas listadas como “desconhecidas” eventualmente  vão para a China, entidades estatais e privadas contrataram um volume de 20,3 milhões de toneladas no início do ano comercial de 2020/21 na primeira semana de setembro.

Isso se compara com uma média de três anos de 11,2 milhões de toneladas no início do ano comercial antes do início da guerra comercial e um recorde anterior de 14,2 milhões de tons em 2016.

Este volume não é apenas alto em termos absolutos, como também percentual da soja vendida antecipada, as compras chinesas comprometidas atuais são 68% do total de 30 milhões de tons já comprometidos, em comparação com uma média de 60% para o período de 2015-17 e são 35% do total esperado para ser exportado em comparação com uma média de 21%.

Enormes estoques chineses

De acordo com o CNGOIC, apoiado pelo estado, a média de quatro semanas de estoques está acima de 2,3 milhões de toneladas realizadas nos portos. Este é o maior volume em mais de 18 meses, de acordo com os dados e 10% maior que os estoques médios nos três meses que antecederam a guerra comercial.

Cobertura chinesa do 4º trimestre muito alta

Para o quarto trimestre de 2020, os embarques do Golfo nos EUA estão quase prontos. As últimas estimativas, segundo operadores consultados, sugerem que 90% estão cobertos para outubro, 70% para novembro e 60% para dezembro.

Restam apenas 5,5 milhões de mt para comprar antes da safra brasileira começar a chegar aos portos em janeiro.



Uma enorme safra brasileira

Uma moeda favorável e a demanda desenfreada por soja significam que os agricultores brasileiros produzirão uma enorme safra de soja este ano que deverá ter um impacto no mercado em janeiro.

O USDA estima que a safra brasileira será de impressionantes 133 milhões de toneladas, um aumento de 3 a 4% em relação ao ano anterior, embora apenas 85 milhões de t sejam exportados, uma queda de 8,5 milhões de tons no ano.

No entanto, um olhar para indicações mais adiante na curva mostram que as ofertas firmes de soja de origem brasileira para o norte da China  em um navio de 66.000 t são US $ 20/t mais caro para o embarque de dezembro do que os do Golfo dos EUA, mas para janeiro eles são US $ 10 /t mais barato.

E poderia haver ainda mais notícias de baixa para os vendedores dos EUA – em quatro dos últimos cinco anos, o USDA realmente aumentou sua previsão da safra em relação à que tinha feito em setembro quando dezembro chegou (a previsão de dezembro é importante, pois os analistas têm uma melhor ideia de rendimento).

No RS o preço da soja começa a semana inalterado; cooperativas sobem preço no balcão para R$ 131,00

A grande novidade desta segunda-feira no Rio Grande do Sul foi a elevação do preço pago no mercado de balcão ao agricultor por algumas cooperativas do estado: R$ 131,00/saca, naquelas localidades onde o preço ainda estava abaixo disto.

Nesta segunda-feira, o preço oferecido pelas indústrias no porto gaúcho de Rio Grande continuou a R$ 137,50/saca.

No interior os preços da soja foram cotados a R$ 139,50 em Canoas, mantiveram-se em R$ 139,00 no entroncamento ferroviário de Cruz Alta e em Ijuí e se mantiveram inalterados em Passo Fundo a R$ 140,00 paraR$133,00 em Chapadão do Sul, final de setembro.

Para maio de 2021 os preços foi o único que subiu (4 reais/saca) para R$ 123,00/saca, no porto.

No Paraná, balcão subiu 3 reais/saca e lotes 2 reais/saca, safa nova subiu 3 reais no porto

Com a leve melhora do dólar os preços oferecidos pelas indústrias subiram 3 reais no balcão e 2 reais nos lotes, nesta segunda-feira.

Mas, no mercado de balcão o preço oferecido ao agricultor na região de Ponta Grossa subiu 3 reais/saca para R$ 118,00. Na tabela nº 1 acima pode-se ver os preços para os produtores em outras praças.

No mercado de lotes, para entrega em setembro o preço subiu 2 reais para R$ 137,00/saca, em Ponta Grossa, pagamento final de outubro. No

interior dos Campos Gerais o preço também subiu 4 reais/saca para R$ 137,00, retirada setembro, pagamento em outubro.

Em Paranaguá a cotação do mercado disponível permaneceu subiu 4 reais/saca para R$ 137,00, entrega setembro pagamento final de outubro. Para safra nova no porto entrega Abril com pagamento 30/04/21 R$ 121,00 (contra R$ 118,20 anterior); entrega Maio com pagamento 30/05/21 R$ 121,60 (118,70); entrega Junho com pagamento 30/06/21 R$ 122,20 (120,00) ; entrega Julho com pagamento 30/07/21 R$ 123,40 (121,00)  Na Ferrovia, em Maringá, para a safra 2021, entrega ate 25/01, pgto 15/02 – ideia R$115,00; entrega ate 15/04, pgto 30/04 – ideia R$113,50; entrega ate 15/05, pgto 31/05 – ideia R$114,00; entrega ate 15/06, pgto 30/06 – ideia R$115,00; entrega ate 15/07, pgto 30/07 – ideia R$115,50. Para a safra 2021, o preço subiu 2 reais/saca para R$ 119,00/saca, em Ponta Grossa, entrega e pagamento abril/abril.

No Mato Grosso do Sul, plantou zero de soja até o momento, mas já vendeu 48,30% da safra 2021

O Relatório Granos desta segunda-feira registra que o Mato Grosso do Sul ainda não plantou nada da sua safra 2020/21, mas já comercializou 48,30% dela até o momento. Os preços começaram a semana ao redor de R$ 131,00 em Caarapó, R$ R$ 136,00 em Campo Grande, R$ 136,00  em Dourados, R$ 132,00 em São Gabriel do Oeste.



No Mato Grosso o mercado está aquecido nas indústrias

O relatório semanal do IMEA registra que a demanda está aquecida no mercado interno: segundo levantamento realizado pelo Imea, o volume de soja esmagado em ago/20 foi de 827,40 mil toneladas, valor 16,14% superior ao registrado em ago/19. O principal motivo desse cenário de alta no esmagamento se dá pela forte demanda e pelo momento de valorização em que os subprodutos se encontram, com os preços de óleo e farelo renovando máximas. Apesar disso, se comparado ao mês anterior (jul/20), houve uma retração de 6,88% no volume processado, o que já era esperado pelo mercado, visto que algumas indústrias optaram por realizar manutenções nesse período e a disponibilidade de sua matéria prima está escassa. Para se ter uma ideia, a soja da safra 19/20 está com 98,59% do volume negociado, o que tem atuado diretamente na elevação dos preços do grão e impactado algumas empresas que dependem mais do mercado à vista para realizar suas negociações.

No Cerrado o mercado andou de lado, com poucos negócios e preços quase inalterados

Em Goiás, da safra 2019/20 os preços subiram entre 0,52% e 0,61% e fecharam a semana a R$ R$ 125,00 em Anápolis, R$ 133,00 em Formosa e R$ 139,50em Rio Verde.

Em Minas Gerais os preços encerraram a semana em alta entre 0,14% e 1,56% a R$ 130,00/saca emIraí de Minas, R$ 129,0em Patrocínio, R$ 130,00 em Uberlândia e R$ 133,00 em Unaí.

Na Bahia o mercado abriu a semana, com os preços da safra 2019/20 subindo R$ 5,00/saca para 123,00, contra R$ 118,00/saca da última sexta- feira. Para safra 2021 o preço subiu R$ 1,50/saca de R$ 107,00 para R$ 108,50.

Fonte: T&F Agroeconômica

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