A alta de fevereiro, de 4,30%, foi menor que a de janeiro, que foi de 5,52%, mas nem por isso menos significativa. Quando o nível dos preços atinge uma altura expressiva, a movimentação fica menor naturalmente. Os preços em São Paulo e em Santa Catarina já se consolidaram em R$ 50,00/saca CIF ou mais e com viés de alta a curto, médio e longo prazos.
O que se pode perceber, durante as últimas semanas é que:
- As pequenas granjas e fábricas de ração, por falta de capacidade própria de armazenagem e financeira, precisam aceitar os preços dos vendedores para poderem se abastecer e isto eleva um pouco a média dos preços;
- Os grandes compradores estão igualmente preocupados com o seu abastecimento e procuram se cobrir o máximo que podem no mercado nacional, além de terem feito(antes da alta do dólar) importações substanciais do Paraguai e, ultimamente, também da Argentina.
Os sucessivos relatórios da Conab sobre o quadro de oferta&demanda de milho no Brasil registram estoques menores das safras, tanto da última, quanto da próxima. O fator responsável por esta alta é a exportação, estimulada pelo dólar alto, que mantém o produto brasileiro mais competitivo do que o americano, cujas exportações estão muito aquém do esperado pelo USDA e pela grande demanda externa, provocada pela forte demanda de carnes da China.
O resultado foi nova elevação de 0,58% nos preços médios do milho em Campinas, principal ponto de referência do milho no país, para R$ 52,63/saca, contra R$ 52,35 da média anterior. Com isto, o aumento do preço médio do milho somente em fevereiro fecha o mês em alta de 4,30%, segundo o Cepea.
Nossa recomendação é que os agricultores aproveitem os bons preços atuais, que lhes dão lucros ao redor de 27% para a safra de verão, para fixarem seus preços. Já para a Safrinha a lucratividade não está tão visível ainda. Ela está sendo feita com dólar alto, que elevou seus custos em 33%, de R$ 33,00/saca para R$ 44/00 e os preços oferecidos giram ao redor deste último valor, não oferecendo o mesmo percentual de lucro. Lembre-se que nem sempre um preço maior significa lucro maior; às vezes é o contrário.
No giro dos estados, preços elevados e bons volumes negociados
No Rio Grande do Sul os preços para o agricultor se situam ao redor de R$ 42,00 em Santa Rosa, R$ 43,00 em Cachoeira do Sul, R$ 44,00 em Carazinho e R$ 45,00 em Passo Fundo, Erechim e Panambi. Já os preços do mercado de lotes estão a R$ 46,00 nas Missões em Geral, R$ 49,00 em Marau, Montenegro e Rio Grande, assim como os lotes de milho gaúcho enviados para Chapecó-SC.
Em Santa Catarina os preços pagos aos agricultores giram ao redor de R$ 43,00 em Mafra, Canoinhas e Chapecó e R$ 45,00 em Campos Novos e os lotes são negociados a R$ 47,00 em Campos Novos e R$ 50,00 em Chapecó, Concórdia e Mafra. O estado também compra milho do Mato Grosso do Sul, que chega ao redor de R$ 49,00 CIF. A alta do dólar inviabilizou as importações de trigo paraguaio, no momento.
No Paraná, os preços pagos aos produtores giram ao redor de $ 42,00 em praticamente todas as praças do estado,enquanto os lotes são vendidos ao redor de R$ 46,00 no Oeste e no Norte o Estado e R$ 47,00 nos Campos Gerais, no disponível. Milho futuro está sendo negociado a R$ 46,00 para a Safrinha de 2020, posto fábricas, para abril e maio.
No Mato Grosso do Sul foram negociadas nesta semana cerca de 30.000 toneladas de milho disponível, a preços ao redor de R$ 45,00/saca, a maioria para o mercado local, mas alguns lotes para São Paulo, que apresentou preços satisfatórios. Já para a Safrinha não houve negócios reportados, apenas preços de vendedor a R$ 35,00 e comprador a R$ 33,00/saca.
No Mato Grosso foram negociadas cerca de 50.000 toneladas de milho da safra 2019 em leilão pela Conab, 100% arrematado. Restante travado. Da safra 2020 foram negociadas 150 mil toneladas, como mercado rodando bem, coma ajuda do câmbio, o que significa que boa parte foi para exportação, embora o câmbio também influencie nas cotações do mercado interno, que tem que concorrer como que vai para o exterior. Os preços giraram entre R$ 27,00 R$ 32,00. Da safra 2021 foram negociadas 100.000 toneladas, para julho e julho 21, a preços entre R$ 26,00 e R$ 32,00/saca.
Em Goiás foram negociadas 18.500 tons da safra 2020 e zero 2021. Cerca de 44% da safra 2020 já está comercializada e 1% da 2021. Média das estimativas de área para a Safrinha é de 1.479.934 hectares e produção esperada de 8.388.841 tons. Preços do milho paraguaio subiram nesta sexta-feira Já os milhos importados do Paraguai chegariam ao Oeste do Paraná ao redor de R$ 53,26 (53,19); ao Oeste de Santa Catarina ao redor de R$
61,08 (61,00) e ao Extremo Oeste de SC ao redor de R$ 59,19/saca (59,11).
O preço do milho argentino caiu nessa sexta-feira
A cotação do milho argentino aumentou para R$ 59,97 (60,70) e a do milho americano a R$ 64,70 (64,40) no oeste de SC. Preços das carnes fecharam o mês em alta de 9,84% o frango, 2,92% o suíno e 5,74% o boi gordo Dos principais consumidores de milho, os preços do frango resfriado para o consumidor em São Paulo fechou com preço inalterado nesta sexta-feira, a R$ 4,91/kg, com o acumulado do mês ficando positivos 9,84%. Os preços dos suínos no Paraná, também fecharam inalterados no dia, a R$ 5,28/kg, com os ganhos do mês fechando em 2,92%. Os preços do boi gordo em São Paulo voltaram a cair, cerca de 0,15%, para R$ 201,75/@, contra R$ 202,05/@ do dia anterior, reduzindo os ganhos do mês para 5,74%, segundo o Cepea.
Fonte: T&F Agroeconômica