A safra brasileira 2024/25 de algodão atingiu recorde de exportações. De acordo com dados da Secex, de agosto/24 até julho/25, o Brasil embarcou 2,835 milhões de toneladas, volume 6% maior que o escoado em toda a temporada anterior (2,68 milhões de toneladas, até então o recorde da série da Secex).

Entre agosto/24 e julho/25, os principais destinos da pluma brasileira foram Vietnã (representando 19% do total), Paquistão (17%), China (16%), Bangladesh (15%), Turquia (12%), Indonésia (6%) e Índia (5%). Vale ressaltar que houve diversificação e distribuição dos principais demandantes internacionais.

Considerando-se o ano civil (de janeiro a julho de 2025), o País já exportou 1,62 milhão de toneladas, 3,91% acima do registrado no mesmo período de 2024.

MERCADO INTERNO – Os preços do algodão seguiram oscilando em julho uma faixa estreita no mercado brasileiro, sem conseguir superar os R$ 4,17/lp, mas acima de R$ 4,08/lp. Assim, as cotações variaram nesse intervalo de 2,2% desde a última dezena de junho. Apesar do avanço da colheita da nova safra, que deve ser recorde, agentes seguem com dificuldades para encontrar o produto com a qualidade desejada. Ao mesmo tempo, há uma “queda de braço” entre compradores e vendedores, o que também limita a liquidez.

Com o atraso na colheita e beneficiamento da temporada 2024/25, muitos players dão prioridade ao cumprimento de contratos a termo, especialmente porque boa parte deles foi realizada a preços mais atrativos que os praticados atualmente no spot nacional.

Nesse cenário, entre 30 de junho e 31 de julho, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu apenas 0,28%, fechando a R$ 4,1340/lp no dia 31. A média de julho do Indicador foi de R$ 4,1061/lp, 4,03% inferior à de junho/25 e 2% abaixo da de julho/24, em termos reais. A média mensal é a menor desde novembro/24 (R$ 3,9607/lp), nominalmente.

Em dólar, a média mensal do Indicador à vista foi de US$ 0,7423/lp, 11,8% acima do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York (ICE Futures), de US$ 0,6638/lp, mas 5,9% abaixo da do Índice Cotlook A, de US$ 0,7891/lp. Além disso, o Indicador está em média 8,4% acima da paridade de exportação.

MERCADO INTERNACIONAL – Cálculos do Cepea apontam que a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) registrou alta de 1,3% no acumulado de julho, passando para R$ 3,8038/lp (US$ 0,6791/lp) no porto de Santos (SP) e R$ 3,8144/lp (US$ 0,6810/lp) no de Paranaguá (PR) no dia 31. Isso porque o dólar se valorizou 3,15% frente ao Real no acumulado de julho, para R$ 5,601 no dia 31, enquanto o Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) caiu 1,82%, para US$ 0,7820/lp.

Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos tiveram quedas em julho. De 30 de junho a 31 de julho, o vencimento Out/25 se desvalorizou 3,06%, a US$ 0,6561/lp, e o Dez/25 recuou 1,29%, a US$ 0,6725/lp. O vencimento Março/26 teve retração de 1,24%, para US$ 0,6860/lp, e o Maio/26, de 1,08% no mesmo período, a US$ 0,6974/lp no dia 31.

CAROÇO DE ALGODÃO – A expectativa de safra 2024/25 recorde e a entrada de novos lotes no spot, ainda que de maneira pontual, já pressionaram os valores do caroço de algodão em julho. Com isso, parte dos vendedores esteve mais flexível para novas negociações, enquanto outra parcela priorizou o cumprimento dos contratos a termo.

Em julho, levantamento do Cepea mostra que a média do caroço no mercado spot foi de R$ 1.148,93/tonelada em Primavera do Leste (MT), recuo de 31,9% em relação à do mês anterior, mas ainda 68,1% acima da de julho/24 (R$ 683,38/t), em termos reais – as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de junho/25.

Em Campo Novo do Parecis (MT), a média foi de R$ 1.184,84/t, recuo de 22,6% na comparação mensal, porém, praticamente o dobro do valor de julho/24, de R$ 591,22/t. Em Lucas do Rio Verde (MT), a retração foi de 40% frente à média de junho/25, mas houve avanço de 72,9% comparado há um ano, a R$ 920,72/t em julho/25. Em Barreiras (BA), a média foi de R$ 1.205,53/t, recuo de 21,4% na comparação mensal; no entanto, aumento de 39% na anual. Em São Paulo (SP), a desvalorização no mês foi de 15,9%, mas houve aumento de 26,5% no ano, com a média a R$ 1.511,13/t em julho/25.

A estimativa de julho/24 da Conab indica produção recorde de caroço de algodão na temporada 2024/25, podendo somar 5,545 milhões de toneladas. Além disso, segundo dados divulgados no dia 7 de julho pelo Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), 56,4% do caroço da safra 2024/25 já foi comercializado em Mato Grosso, maior estado produtor, contra 48,09% no mesmo período do ano passado, mas abaixo da média dos últimos cinco anos, de 57,5%.

Quanto à comercialização antecipada envolvendo a safra 2024/25, dados coletados pelo Cepea apontam que, para as negociações com entregas entre julho e dezembro de 2025, o preço médio de contratos a termo em Lucas do Rio Verde (MT) está em R$ 820,79/tonelada, significativa alta de 79,2% frente à da temporada anterior (com embarques programados no segundo semestre de 2024). Em Campo Novo do Parecis (MT), o preço médio dos contratos a termo teve elevação de 61,5% no mesmo período, para R$ 831,08/t. Em Primavera do Leste (MT), o aumento foi de 63,3% (R$ 927,46/t). Em Barreiras (BA), o valor médio está em R$ 905,56/t para entrega no segundo semestre deste ano, avanço de 19,4% frente ao mesmo período de 2024.

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Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS JULHO/2025

Site: CEPEA

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