Com quedas contínuas de preços, o mercado de arroz em casca do Rio Grande do Sul manteve baixa a liquidez ao longo de outubro. Apesar de alguns atrasos no início do mês, a semeadura da safra 2025/26 evoluiu de forma satisfatória na maior parte do estado. No entanto, as cotações atuais, ainda abaixo dos custos, têm desmotivado produtores. Segundo relatos, alguns optaram por migrar para culturas mais rentáveis ou reduziram a área de plantio. De modo geral, o foco dos orizicultores permaneceu nas atividades de campo também pelo descontentamento com os valores, o que resultou em menor oferta do cereal entre as microrregiões. As vendas ocorreram pontualmente, de acordo com necessidades específicas de capitalização.
Do lado comprador, o interesse também foi limitado durante boa parte de outubro. Apenas na reta final foi registrado leve aumento na demanda, impulsionado pela necessidade de reposição de estoques de algumas indústrias. Ainda assim, as aquisições se concentraram em pequenos volumes, diante da dificuldade persistente em repassar os custos do produto beneficiado, fator que pressionou as cotações da matéria-prima.
Diante do contexto desfavorável, a Conab anunciou, em 22 de outubro, um conjunto de medidas voltadas a sustentar o mercado, garantir renda aos produtores e mitigar as perdas provocadas pelos preços abaixo do mínimo, especialmente no Rio Grande do Sul. Entre as ações, estão previstos os mecanismos de apoio a Aquisição do Governo Federal (AGF), de Escoamento da Produção (PEP) e de Prêmio de Escoamento ao Produtor (Pepro).
Apesar da valorização de 1,07% do dólar no comparativo mensal, a moeda acumula queda de 13% no ano. Conforme relatado ao Cepea, os volumes exportados permaneceram reduzidos, sem força para elevar os preços internos.
PREÇOS – Entre 30 de setembro e 31 de outubro, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) caiu 6,19%. Considerando-se as microrregiões que compõem o Indicador, houve redução de 3,01% na Zona Sul, a R$ 58,96/sc de 50 kg no último dia 31. Na Planície Costeira interna, na Externa e na Depressão Central, os recuos foram de 4,2%, 5,17% e 5,86%, respectivamente, a R$ 57,89/sc, R$ 56,33/sc e R$ 53,15/sc. Na Fronteira Oeste e na Campanha, as baixas foram ainda mais expressivas em igual comparativo, de 8,83% e 9,47%, na mesma ordem, a R$ 55,81/sc e R$ 54,91/sc no último dia útil de outubro.
Quanto às médias de outubro, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) fechou a R$ 58/sc de 50 kg; a região da Depressão Central obteve média de R$ 54,10/sc, seguida pela Campanha e pela Planície Costeira Externa, com respectivas médias de R$ 56,57/sc e R$ 58,24/sc. Na sequência, estão Fronteira Oeste (R$ 58,88/sc), Planície Costeira Interna (R$ 58,99/sc) e Zona Sul (R$ 59,75/sc).
OUTROS RENDIMENTOS – Em relação aos demais rendimentos acompanhados pelo Cepea, a média de preços do produto com50% a 57% de grãos inteiros cedeu 9,53% entre setembro e outubro, a R$ 55,38/sc de 50 kg. Para os grãos com 59% a 62% de inteiros, a baixa foi de 9,34%, a R$ 57,76/sc. Quanto ao produto de 63% a 65% de grãos inteiros, houve desvalorização de 9,19%no mesmo comparativo, a R$ 59,03/sc.
VAREJO – O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15),considerado uma prévia da inflação e divulgado pelo IBGE no dia24, registrou ligeiro aumento de 0,18% em outubro. No caso do arroz, porém, entre 16 de setembro e 13 de outubro, houve queda de 1,37% na média nacional, a 12ª consecutiva.
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Fonte: CEPEA





