A média ponderada do arroz em casca no Rio Grande do Sul, representada pelo Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista), apresentou movimentos distintos em março.
Nas três primeiras semanas do mês (entre os dias 1° e 21), o cenário foi de queda (-5,27%) e, no último período, de ligeira recuperação (+0,10%). Desta forma, a média mensal do Indicador passou para R$ 100,41/sc de 50 kg, 10,97% inferior à de fevereiro/24, mas 21,6% superior à de março/23, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de fev/24).
O movimento de baixa esteve atrelado às dificuldades nas vendas (quanto a preços e ao volume) para o atacado e o varejo e, também, ao andamento da colheita no principal estado produtor, o Rio Grande do Sul. Já o tímido avanço nos preços no final de março esteve atrelado à presença mais ativa de compradores, especialmente do Centro-Oeste, do Sul e do Sudeste, com negócios realizados para o mercado doméstico e para exportação.
A demanda de tradings no porto de Rio Grande (RS) se aqueceu, favorecida pela valorização do dólar. Entre 1° e 28 de março, a moeda norte-americana subiu 1,15%, cotada a R$ 5,01 no dia 28. Entretanto, as negociações realizadas no spot ou via contratos a termo para exportação foram limitadas pela disparidade de preços e prazos de pagamento.
Considerando-se as microrregiões que compõem o Indicador, houve fortes recuos de 11,98% na Fronteira Oeste e de 11,71% na Planície Costeira Interna entre fevereiro/24 e março/24, com respectivas médias de R$ 98,21/sc de 50 kg e R$ 102,65/sc no último mês. Na Zona Sul, Planície Costeira Externa, Depressão Central e Campanha, as quedas estiveram próximas de 10%, com médias de R$ 102,93/sc, R$ 102,84/sc, R$ 98,85/sc e R$ 98,62.
Em relação aos demais rendimentos, a média estadual sul-riograndense para o produto de 63% a 65% de grãos inteiros caiu 11,63% entre fevereiro e março de 2024, a R$ 102,42/sc de 50 kg. Para os grãos com 59% a 62% de grãos inteiros, a baixa foi de 10,81%, a R$ 101,21/sc. Quanto ao produto de 50% a 57% de grãos inteiros, houve queda de 9,58% em igual comparativo, para R$ 98,11/sc.
VAREJO
Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15, considerado uma prévia da inflação), divulgados pelo IBGE no dia 26, apontam variação positiva de 0,36% nos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo e consumidos pelas famílias brasileiras em março/24. Especificamente em relação ao arroz, houve aumento de 1,32% entre 16 de fevereiro e 14 de março de 2024, acumulando avanço de 30,11% nos últimos 12 meses, na média nacional.
CAMPO
Dados da Emater/RS divulgados no último dia 28 indicam que 25% da área cultivada com arroz foi colhida no Rio Grande do Sul. Quanto aos demais estados produtores, segundo a Conab, o destaque é Santa Catarina, com 75% já colhido. Em seguida estão Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Maranhão, com 40%, 32%, 15% e 5% já colhidos, respectivamente, até o último dia 25.
Quanto aos impactos do clima adverso no maior estado produtor de arroz, a Emater/RS ressalta que os prejuízos causados por enxurradas e pelo acamamento nas lavouras variam de acordo com o estágio de desenvolvimento da planta. Nas áreas em estágios iniciais, a expectativa é que os danos tenham sido menores. Em várias localidades, o arroz vem apresentando desenvolvimento satisfatório.
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Fonte: CEPEA – ESALQ/USP