As cotações do milho em Chicago recuaram bastante durante a semana, consequência do surpreendente relatório de plantio informado no dia 28/06. O bushel chegou a bater em US$ 4,12 no dia 1º de julho, porém, conseguiu se recuperar nos dias seguintes, fechando a quarta-feira (03/07) em US$ 4,33, contra US$ 4,40 uma semana antes. A média de junho ficou em US$ 4,34/bushel.

De fato, o relatório de plantio surpreendeu porque trouxe um aumento de 3% na área do cereal, em relação a 2018, quando o mercado esperava um recuo da mesma. Assim, os EUA deverão semear 37,1 milhões de hectares de milho e não os 35,2 milhões que o mercado esperava. Todavia, muito desta área foi semeada fora da janela ideal de plantio, fato que coloca o mercado na expectativa da produtividade que daí virá.

Neste último ponto, as condições das lavouras não estão boas. O relatório do dia 30/06 a este respeito apontou que as mesmas estavam com 56% em condições entre boas a excelentes, 32% regulares e 12% em condições entre ruins a muito ruins. A atenção do mercado aumenta neste aspecto porque, a partir do dia 20/07, as lavouras entram na fase de polinização, momento em que o clima será decisivo.

Quanto ao relatório de estoques trimestrais, posição 1º de junho, os mesmos foram reduzidos em apenas 2% sobre um ano atrás, indicando um volume de 132,1 milhões de toneladas.

Neste contexto, a atenção deve se voltar especialmente para os relatórios semanais sobre as condições das lavouras e o relatório mensal de oferta e demanda, sendo que o de julho virá no próximo dia 11/07.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB de milho ficou em US$ 186,00 e US$ 120,00, respectivamente.

Já no Brasil os preços se mantiveram estáveis, porém, com viés de alta. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 31,79/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 38,50 e R$ 40,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 24,00 em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 40,00/saco no centro e oeste de Santa Catarina.



O recuo ocorrido em Chicago levou a um recuo nos preços do porto, assim como a estabilização do câmbio na média semanal ao redor de R$ 3,84 por dólar. Assim, na maior parte do tempo os preços na exportação ficaram entre R$ 38,00 e R$ 38,50/saco, entre julho e setembro, diminuindo o interesse exportador. Porém, a paridade de exportação continua sendo o elemento central para a formação do preço, diante da pressão da colheita de uma safrinha recorde.

Neste último caso, estima-se uma safrinha em 73,9 milhões de toneladas para este ano, contra 48,6 milhões no ano anterior e 67,4 milhões em 2017. Ao mesmo tempo, as exportações brasileiras de milho, nos primeiros seis meses do corrente ano, foram melhores, somando um volume total de 9,7 milhões de toneladas, contra 5,2 milhões em igual período do ano anterior. Somente em junho as vendas externas teriam somado 1,37 milhões de toneladas, contra 142.767 toneladas em junho do ano passado. (cf. Safras & Mercado) Tal comportamento, se persistir e ainda melhorar no segundo semestre poderá ajudar a manter os preços do milho elevados no Brasil.

Mesmo assim, a oferta nacional de milho será grande neste ano, somando um total de 106,7 milhões de toneladas, contra 80 milhões no ano anterior. Desta forma, mesmo com exportações na casa de 32,4 milhões de toneladas, como o esperado, contra 25 milhões no ano anterior, os estoques finais de milho no Brasil subirão para 18 milhões de toneladas no final de 2019, contra 12,3 milhões no ano anterior. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a colheita da safrinha nacional de milho, até o dia 28/06, chegava a 22% da área, contra 10% no mesmo período do ano anterior. (cf. Safras & Mercado)


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CEEMA

Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).

1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2-  Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ.

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