Por Dr. Argemiro Luís Brum¹

As cotações do milho, em Chicago, romperam o piso dos US$ 4,00/bushel por alguns momentos desta semana (US$ 3,99/bushel no dia 23/02), algo que não ocorria há muitos anos. Já o fechamento desta quinta-feira (29) foi um pouco melhor, ficando em US$ 4,15/bushel, contra US$ 4,06 uma semana antes. Mas o quadro geral do cereal, em Chicago, por enquanto, é extremamente baixista, mesmo com o indicativo de menor área a ser semeada em 2024 nos EUA.

Cotações na Bolsa:

Dito isso, as exportações de milho, pelos EUA, na semana encerrada em 22/02, somaram 820.400 toneladas, ficando 30% abaixo da média das quatro semanas anteriores, embora o volume tenha vindo dentro do esperado pelo mercado. Com isso, o total exportado pelos EUA, no atual ano comercial, chega, no momento, a 37 milhões de toneladas, contra pouco mais de 28 milhões no mesmo período do ano anterior.

Já no Brasil, os preços se mantiveram estáveis, com algumas melhorias em regiões pontuais. A média gaúcha fechou a semana em R$ 52,10/saco, mas as principais praças locais se mantiveram em R$ 50,00. No restante do país, os preços recuaram, girando entre R$ 41,00 e R$ 57,00/saco. E na B3, o fechamento do dia 28/02 mantevese negativo, com os primeiros contratos futuros girando entre R$ 56,83 e R$ 60,20/saco, quando no final do ano passado se falava em possíveis R$ 70,00/saco na virada do ano.

De forma geral, os preços do milho estão sofrendo as consequências da cautela dos consumidores em comprar mais, diante da entrada da safra de verão e da forte baixa dos preços internacionais. E isso, mesmo com a tendência de uma produção menor na futura safrinha.

Especificamente no Paraná, 65% das lavouras de verão estão colhidas, enquanto 66% da área esperada para a safrinha já foi semeada, com 94% em boas condições e 6% regulares. (cf. Deral) E no Mato Grosso, o plantio da safrinha segue adiantado em relação ao ano passado e à média histórica. O mesmo atingiu a 80,4% da área esperada no dia 23/02, contra 75,2% na média histórica.

Enfim, nos primeiros 15 dias úteis de fevereiro do corrente ano o Brasil embarcou 1,7 milhão de toneladas de milho. A média diária está em recuo de 11,5% em relação a fevereiro de 2023.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).


 

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