A produção mundial de milho na safra 2018/2019 deverá finalizar com aumento de praticamente 3% em relação à safra passada. O consumo mundial terá um incremento de 4%, fazendo com que os volumes finais tenham uma redução de aproximadamente 26
milhões de toneladas.
Dessa forma, o volume dos estoques de passagem deverá ser o menor dos últimos 3 anos, finalizando com 314 milhões de toneladas, valor suficiente para o consumo de 118 dias.
A produção brasileira de milho está estimada em 94 milhões de toneladas de acordo com o último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção do milho verão teve leve queda de rendimento provocado pela queda de 1,3% de área e pela estiagem que atingiu áreas produtoras do SP, MG, e BA.
Em contra partida, praticamente 80% do milho safrinha foi plantado dentro da janela ideal e com alto investimento em tecnologia. As condições climáticas estão muito favoráveis ao desenvolvimento das lavouras em todos os estados do Centro Oeste e do Oeste e Norte do Paraná.
Sendo assim, as estimativas da CNA é de que a produção do milho safrinha poderá chegar a 73,8 milhões de toneladas, elevando assim a produção de milho para 99,7 milhões de toneladas. Esse volume será o novo recorde de produção de milho no Brasil, ultrapassando os 97,8 milhões de toneladas colhido na safra 2016/2017.
Nesse cenário, o Brasil deverá bater um novo recorde nas exportações do cereal, atingindo 31 milhões de toneladas. Os estoques terão um incremento e deverão atingir o volume superior a 15 milhões de toneladas (Conab).
Entretanto, se as previsões da CNA se confirmarem, o Brasil deverá exportar volumes superiores a 32 milhões de toneladas e os estoques deverão ficar acima dos 18 milhões de toneladas, maior volume alcançado pelo mercado nacional.
Os preços no mercado nacional começaram a cair a partir de setembro de 2018, período em que foi confirmado a antecipação do plantio da soja, fator esse que já indicaria que o milho safrinha seria plantado dentro da janela ideal. Comparando com outro momento em
que a produção do milho safrinha foi superior a 67 milhões de toneladas, o preço do cereal ficou abaixo dos preços mínimos nos estado de Centro Oeste e foi necessário a realização de leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO) para volumes superiores a 9 milhões de toneladas.
Sendo assim, a previsão do preço do cereal para os próximos meses está com tendência de baixa e isso poderá apertar as margens dos produtores que deixarem para comercializar o cereal durante ou após a colheita.
Fonte: CNA
Autor:Alan Fabricio Malinski – Assessor Técnico da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas