Recentemente o MAPA divulgou uma portaria com 40 pragas eleitas como prioridades para registro e alteração de registro de agrotóxicos em 2019, e o bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) ocupa uma das posições de destaque. Para acessar a portaria clique aqui.
O bicudo do algodoeiro é considerado a principal praga da cultura do algodão, com alto potencial destrutivo, sendo responsável por perdas superiores a 200 dólares por hectare, destruindo até 70% da lavoura em uma única safra.
Segundo um estudo do entomologista e pesquisador da Embrapa Algodão, José Ednilson Miranda, realizado nas regiões produtoras de algodão no Brasil, abrangendo nove Estados, o ataque destas pragas provoca uma perda média de 11% da produção.
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Saiba mais sobre a praga
O bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é um besouro de coloração cinzenta ou castanha e mandíbulas afiadas, utilizadas para perfurar o botão floral e a maçã dos algodoeiros. O ciclo de vida de ovo a adulto é completo em cerca de 20 dias e podem ocorrer de quatro a seis gerações do besouro durante uma safra.
Os ovos, larvas e pupas se desenvolvem no interior dos botões florais e maçãs, as fêmeas depositam os ovos no interior de botões florais e nas maçãs para proteger os ovos de predadores e da dessecação provocada pela mudança de temperatura, calor e radiação solar. Desses ovos irão eclodir as larvas que, posteriormente se alimentam do botão floral ou da maça, transformando-se em pupas que, por sua vez, dão origem aos adultos.
Figura 1: Ataque do bicudo-do-algodoeiro no botão floral: orifícios de oviposição e alimentação.

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Figura 2: Adulto de bicudo do algodoeiro.

Segundo dados das últimas safras, a infestação média de bicudo nas lavouras do Centro-Oeste chegou a 8% na safra 2014/2015 e 4% na safra 2015/2016.
Figura 3: Infestação média de bicudo nas lavouras de alguns estados produtores de algodão nas últimas safras.

Danos
Os principais danos causados pelo bicudo no algodoeiro são resultantes de orifícios promovidos nas estruturas reprodutivas da planta, durante a alimentação e oviposição dos adultos do inseto, sendo os botões florais as estruturas preferencialmente atacadas pelos insetos.
Os botões florais presentes no terço médio das plantas são os preferidos para a alimentação, enquanto que os botões florais presentes no terço superior das plantas são os preferidos para a oviposição. Porém, na ausência dos botões florais e em alta densidade populacional de adultos, as flores e as maçãs também podem ser atacadas.
O bicudo também é um dos principais responsáveis pelo apodrecimento de maçãs, uma vez que seu ataque favorece a penetração de fungos e bactérias nesses frutos. Os ataques decorrentes da alimentação são reconhecidos pela presença de um orifício de mais ou menos 1 mm de diâmetro e profundidade variável, geralmente contendo em sua volta um anel amarelo, formado por grãos de pólen.
Figura 4: Porcentagem de danos causados pelo bicudo-do-algodoeiro, de acordo com os terços superior, médio e inferior da planta.

Manejo e controle
O manejo pode ser feito de três formas: controle biológico, controle cultural e controle químico. Os pontos mais importantes são a escolha da cultivar; época de plantio; catação de botões florais; destruição da soqueira e rotação de culturas.
Nas amostragens é necessário observar a presença de botões florais com danos provocados pelo bicudo, sendo mais comum encontrar os orifícios de alimentação, e em menor proporção orifícios para reprodução. Também é importante recolher amostras nas bordaduras das plantas em separado do restante da área cultivada, para que seja possível diagnosticar insetos que ainda não passaram das áreas mais isoladas, já que a infestação começa justamente pelas bordas.
O pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Walter Jorge dos Santos, indica a instalação de armadilhas com feromônio “grandlure”, 20 dias antes da semeadura até 60 dias após a emergência das plantas, para registrar a presença de adultos na área cultivada. A captura de um ou mais adultos por armadilha a cada semana determinará a necessidade de aplicação de inseticidas nas faixas ou talhões atacados.
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Elaboração: Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.
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