s disparidades na produção de milho na Argentina são de cerca de 40% e têm uma dispersão significativa dentro e entre regiões. A variabilidade também é grande entre os anos, especialmente nos anos de La Niña.
Quando a evolução do desempenho ao longo do tempo é analisada, observa-se uma tendência crescente entre 1990 e 2006, onde começa um período de alta instabilidade que é atualmente mantido (Figura 1). Juan M. Ferreyra, líder de milho para desenvolvimento de mercado e sorgo da Bayer LATAM, explica que “na zona temperada do país, a diferença para alcançar o rendimento potencial com as tecnologias disponíveis em terra seca (11.400 kg/ha) é significativa, com média real que, nos últimos 10 anos, oscila entre 5.000 e 8.000 kg/ha”.
Aqui devemos nos perguntar: como reduzir essa variabilidade ano a ano? Como estabilizar os rendimentos e aumentá-los nos ambientes que permitem isso hoje?
Analisando os fatores que determinam as diferenças de desempenho, observa-se que o ambiente explica entre 45% e 71%. “Quando falamos sobre o meio ambiente, nos referimos a questões como o tempo de plantio e qualquer gerenciamento que influencie as condições de luz, água, temperatura, etc. a que a colheita está exposta”. O segundo fator que explica a variação no rendimento é a densidade da planta (de 10% a 22%), seguida pelo nitrogênio (de 6% a 14%) e, em seguida, pelo manejo de insetos e doenças (de 3% a 9%).
“Entendendo esses fatores, uma das maneiras de reduzir a variabilidade e as lacunas do milho é fornecer soluções integradas”, alerta Ferreyra e acrescenta: “não podemos mais entregar uma receita, mas é necessário gerar um valor que possa quantificar as interações”.
Assim, a empresa trabalha em diferentes níveis: germoplasma, ambientes e práticas agronômicas, quantificadas em soluções integradas. A seleção do germoplasma é realizada sob critérios de estabilidade e rendimento. “Em termos de ambientes, trabalhamos em níveis de: uso de modelos de simulação agronômica, produtividade baseada em monitores, uso de NDVI (antes e durante a campanha) e integração de variáveis discriminatórias no lote” . Com relação às práticas agronômicas, avaliamos densidade x híbrido, densidade x N x híbrido, manejo da irrigação, espaçamento entre linhas e fenologia por meio de modelagem.
A importância de trabalhar com soluções integradas é que ela permite gerenciar ambientes, híbridos e práticas agronômicas em conjunto para oferecer ajustes diferenciais que permitem otimizar o uso de recursos em cada ambiente e diminuir a variabilidade dentro e entre lotes. “Por exemplo, a forte interação que vemos entre a densidade x N x híbrido indica que não é correto recomendar uma densidade sem considerar os outros fatores”, diz ele.
Para gerenciar essas informações, a Bayer possui uma ferramenta de simulação digital (Cultivio), que, dependendo das condições inseridas, oferece um rendimento médio para esse ambiente e a probabilidade de encontrar retornos acima ou abaixo dele. Depois de classificar os híbridos, ajuste as recomendações para densidade, fertilização etc. Também oferece uma simulação do ciclo fenológico do genótipo e das características defensivas do híbrido contra esse ambiente.

Fonte: Aapresid