A área plantada com milho 2019/20 é cortada e com isso a possibilidade de repetir o recorde das 147 milhões de toneladas de grãos alcançadas na safra 2018/19 desapareça. O milho é a cultura que produz mais grãos por unidade de área do que qualquer outro. Embora as intenções de semear cereais tenham sido encorajadoras durante o inverno, vários fatores fizeram com que os planos de plantio do empresário agrícola oscilassem nos últimos três meses, a saber:

1. Preços futuros de cereais

Depois de conhecer o relatório do USDA de 12 de agosto, o preço do milho perfurou o piso de US$ 150/T na posição de abril de 2020 da Matba-Rofex. Em setembro, o principal mês de semeadura na região argentina de milho, o preço da colheita de cereais atingiu US$ 130/s, gerando poucas margens de lucro atraentes em zero em relação ao risco produtivo.

2. Condições climáticas

O tempo não deu incentivos no momento do plantio. A umidade era baixa a ponto de os semeadores pararem. O mês de setembro terminou com um saldo acumulado de chuvas 50% inferior à média mensal de registros históricos na região central.

A província mais afetada foi precisamente a de maior produção de milho: Córdoba, com 5 a 15 mm acumulados no mês da semeadura. Os solos rangiam com a seca e era inviável depositar ali uma semente tão cara quanto o milho.

3. Questões financeiras

Os preços deprimidos da colheita e as poucas opções de financiamento caras questionaram o alto investimento inicial do plantio de milho; com maior razão ao semear um hectare de soja deixa metade que semeia um de milho.

Embora exista a opção de troca para colher, ela possui uma taxa implícita em dólar de até 1% ao mês. Atualmente, em pesos, as tarifas ultrapassam 7% ao mês. A opção de caixa requer uma liquidez que as empresas agrícolas não demonstram atualmente, uma vez que os fluxos de caixa não são tão necessários.



4. Variáveis ​​macroeconômicas

Aproximadamente 60% dos custos diretos da agricultura são insumos em dólares. O forte aumento do dólar em relação ao peso argentino teve um impacto negativo sobre os produtores que ainda não haviam pago os insumos. Por sua vez, a incerteza na política comercial também tem impacto na decisão de plantar milho, uma vez que o campo já sofre alta pressão tributária e, mesmo na área mais produtiva do país, algumas culturas lançam margens negativas ao produtor quando se trata de campos arrendados.

Além disso, a atividade apresenta um alto risco (tanto em termos de clima quanto de mercado) em relação ao benefício obtido. Esse risco aumenta no caso de cereais que requerem altos investimentos iniciais para sua produção e, portanto recorrer a uma dívida (risco financeiro) para enfrentar a safra.

Como está a foto hoje? 

A semeadura do milho precoce implica um desembolso de US$ 350/ha apenas para sementes híbridas e fertilizantes (fósforo e nitrogênio). Se isso for adicionado ao trabalho de aplicações de plantio e pousio, o investimento inicial será de US$ 511/ha. Esse custo foi bem compensado pelos preços de venda na faixa de US$ 150 e 160 por tonelada, sendo um modelo para a zona central com rendimentos projetados de 100 qq/ha.

No entanto, com o atraso da semeadura do milho precoce e a queda de seu preço para a colheita, abre-se o mistério de transferir a semeadura para dezembro como milho tardio ou passar lotes diretamente para a soja.

Atualmente, os preços de venda do milho atrasado estão em US$ 138/t na posição de julho de 2020 da MATBA-ROFEX. Embora os custos de implantação de um hectare de milho atrasado sejam aproximadamente 50 dólares mais baixos do que os da semeadura, o preço de venda mais baixo para a colheita, juntamente com o menor potencial de rendimento da colheita em datas atrasadas, deterioram as margens de lucro. A soja, com um preço de colheita de US$ 240/ha, teria margens positivas, mas é considerada baixa em relação ao risco produtivo assumido.

Como pode ser visto na demonstração de resultados, a soja de primeira classe daria margens mais atraentes do que o milho plantado em dezembro na região central, a 150 km do porto de Rosário. No entanto, a decisão de semear uma ou outra safra pode variar de acordo com o adiantamento realizado a preços mais convenientes, o financiamento dos insumos, o destino final dos grãos, etc.

As decisões das empresas agrícolas, como em qualquer outro tipo de empresa, não podem ignorar os aspectos tributários, financeiros e comerciais, além de garantir bons retornos sobre questões técnicas, assumindo o risco que o clima acompanha.

Fonte: Bolsa de Comercio de Rosário – BCR

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