Em fevereiro, o Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, pagamento à vista) acumulou queda de 14,24%, com a média mensal passando para R$
112,79/saca de 50 kg, 11,36% inferior à de janeiro/24, mas 29,3% superior à de fevereiro/23, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de jan/24).
Esse cenário está alinhado ao movimento histórico de redução dos valores no primeiro trimestre do ano devido, sobretudo, ao período de colheita nas principais regiões produtoras do Mercosul.
A demanda retraída reforçou as quedas de preços do casca. No aguardo do avanço da colheita em março e trabalhando com estoques já adquiridos nesse final da entressafra, poucas beneficiadoras demonstraram interesse por novas compras no mercado spot.
Além disso, estes agentes afirmaram que a venda do beneficiado seguiu lenta, possibilitando aguardar um pouco mais para adquirir a matéria-prima. Assim, ao longo de fevereiro, boa parte das indústrias reduziu os valores ofertados na compra de novos lotes.
Produtores, apesar de incertos quanto ao tamanho da safra –por conta do excesso de chuvas e da baixa luminosidade durante o desenvolvimento dos cultivares no RS –, reportam que as primeiras lavouras colhidas apresentaram boa qualidade. Porém, sinalizam que as que ainda estão por colher podem registrar menor produtividade, já que foram atingidas pelo clima adverso em fases mais críticas.
No geral, esses agentes seguiram se dedicado às atividades de colheita da nova safra, no aguardo de um melhor momento para vender, reforçando a lentidão dos negócios. Atentos às condições do solo e dos grãos para entrada das máquinas na lavoura, parte dos orizicultores relata que a colheita esteve em ritmo lento em fevereiro, devido ao clima instável, com alternância de momentos de chuva e sol em várias regiões do RS – sobretudo nos últimos dias do mês.
Segundo dados da Emater/RS divulgados no último dia 29, os trabalhos de campo estavam mais avançados no município de Maçambará, com 15% das lavouras já colhidas; em seguida, apareceram Itaqui (10%), Barra do Quaraí e São Borja (5%) e Uruguaiana (3%).
No geral, as áreas receberam irrigação adequada e monitoramento quanto à ocorrência de pragas. Para os demais estados produtores de arroz no Brasil, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que, até o dia 24 de fevereiro, a média nacional da colheita havia alcançado 5,9% – avanço de apenas 0,3 pontos percentuais em relação à semana anterior.
Comparativamente ao mesmo período de 2023, por outro lado, os trabalhos de campo nesta data estiveram 1,5% à frente. Em Santa Catarina, a colheita havia atingido 39% da área; seguida por Goiás (20%), Tocantins (12%), Mato Grosso (6,1%) e Maranhão (4%).
PREÇOS REGIONAIS
Considerando-se as microrregiões que compõem o Indicador CEPEA/IRGA-RS acompanhadas pelo Cepea, houve significativa redução de 13,88% entre janeiro/24 e fevereiro/24 na Planície Costeira Externa, commédia de R$ 115,02/sc de 50 kg no último mês. Na FronteiraOeste, o recuo foi de 11,98%, a R$ 111,57/sc.
Na Campanha, houve queda de 11,54%, a R$ 109,63/sc. Na DepressãoCentral, a diminuição foi de 11,27%, a R$ 109,89/sc. NaPlanície Costeira Interna, a baixa foi de 10,46%, a R$116,27/sc. E, na Zona Sul, a desvalorização foi de 10,17%, aR$ 114,59/sc na mesma comparação.
OUTROS RENDIMENTOS
Em relação aos demaisrendimentos acompanhados pelo Cepea, a média de preçosdo produto com 63% a 65% de grãos inteiros recuou 10,3%entre os dois primeiros meses de 2024, a R$ 115,90/sc de 50kg em fevereiro/24. Para os grãos com 59% a 62% de inteiros, o recuo foi de 11,15%, a R$ 113,84/sc. Quanto ao produto de50% a 57% de grãos inteiros, houve desvalorização de 12,03%no mesmo comparativo, a R$ 108,50/sc
Fonte: Cepea