As chuvas de volumes elevados, especialmente nas regiões Centro e Oeste do Estado, devem impactar positivamente a recarga hídrica de sistemas de irrigação baseados em cursos d’água e reservatórios de pequeno porte. No início de fevereiro, aumentou o uso de sistemas de irrigação intermitente (prática denominada “banho”), comumente utilizada em cenários de restrição hídrica. As lavouras com maior disponibilidade de água também foram beneficiadas, pois, embora a irrigação não tenha sido comprometida, havia preocupação com o rápido rebaixamento dos volumes acumulados em barragens.

A colheita, que iniciou no Extremo Oeste gaúcho, avançou e se expandiu para novas regiões. A produtividade situa-se em patamares elevados nas áreas com manejo hídrico adequado, onde foi mantida ótima lâmina de inundação (5-10 cm). Contudo, observa-se redução de rendimento em talhões submetidos a déficits hídricos, nos quais a água foi insuficiente para os processos fisiológicos essenciais à manutenção do potencial produtivo.

Os orizicultores manifestam preocupação com a queda recente nos preços, temendo que essa tendência continue à medida que a safra avançar, o que pode resultar em preços de comercialização abaixo do custo de produção, elevando o risco de descapitalização dos produtores. Segundo o Instituto Rio Grandense de Arroz (IRGA), a área efetivamente plantada foi reavaliada em 970.194 hectares. A Emater/RS-Ascar estima produtividade inicial de 8.478 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em Itaqui, a colheita continua intensa em relação aos demais municípios; aproximadamente 20% dos 67 mil hectares plantados foram colhidos. A produtividade média registrada até o momento é satisfatória, alcançando 8.400 kg/ha. Em São Borja, a colheita também segue acelerada, alcançando 12% dos 33.965 hectares cultivados. As produtividades estão excelentes, superiores a 9 mil kg/ha, com bom rendimento de grãos inteiros.

Na de Pelotas, 4% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo; 44% em floração; e 52% em granação. Alguns talhões foram colhidos, mas sem impacto estatisticamente relevante. As condições de cultivo transcorrem dentro da normalidade para o período, com excelente estado fitossanitário. Não foram registrados problemas de falta de água nem menor uso de irrigação, pois havia disponibilidade desse recurso hídrico. Contudo, os níveis de grandes reservatórios estão parciais, como na Barragem do Chasqueiro, que apresenta cota de 38,88 metros, correspondente a 56% de armazenamento.

Na de Santa Maria, as chuvas em 16/02 contribuíram para a reposição de reservatórios e para a irrigação dos quadros em áreas com escassez hídrica. A colheita iniciou, e alguns municípios registraram, inicialmente, redução na produtividade. Em Cacequi, estima-se produtividade de 6.833 kg/ha, e em Restinga Sêca de 6.375 kg/ha, representando diminuições de cerca de 10% e 15% respectivamente, até o momento.

Na de Santa Rosa, há expectativa de bons rendimentos em função da manutenção da insolação nas últimas semanas, mas há preocupação com os custos de bombeamento de água nas áreas onde a permeabilidade do solo é maior.

Na de Soledade, as chuvas expressivas estabilizaram a irrigação, mantendo a vazão dos mananciais e a reposição de reservatórios. O quadro geral da cultura está dentro do esperado; há boa sanidade e estado nutricional. No entanto, a onda anterior de calor anterior, acima de 35 °C, pode ter causado perdas na produtividade, afetando grãos em floração. Casos de percevejos e brusone estão sendo monitorados e controlados.

Comercialização (saca de 50 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 2,38%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 99,29 para R$ 96,93.

Confira o Informativo Conjuntural n° 1855 Emater/RS completo, clicando aqui!

Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1855

Site: EMATER/RS

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