As negociações da pluma para as safras 19/20 e 20/21 em MT andaram de lado no mês de julho. Assim, a comercialização da safra 19/20 chegou a 79,63% da produção total vendida, avanço de 0,47 p.p. ante a junho.
Com a colheita avançando, muitos produtores têm esperado os resultados das lavouras para fazerem novos negócios. No entanto, a demanda pela fibra natural ainda não demonstrou grande recuperação. Para a safra 20/21, a venda futura chegou ao seu menor avanço mensal desde o início das negociações, aumento de apenas 0,67 p.p. em relação ao mês de junho, alcançando 36,39% da produção total.
Com isso, a comercialização segue atrasada em 7,01 p.p. em comparação com a safra passada e 3,67 p.p. ante a média dos últimos cinco anos. O menor avanço no mês está atrelado às incertezas do mercado internacional para a cultura, aliado às cotações do basis e da ICE, que não demonstraram recuperação em julho.
Confira agora os principais destaques do boletim:
• O preço Imea-MT valorizou na semana passada, cotado a um valor de R$ 90,25/@, variação de +2,12% comparando à semana anterior.
• Devido aos problemas climáticos no cinturão do algodão nos EUA, os preços da pluma na bolsa de NY valorizaram 0,03% e 5,17% para os contratos de dez/20 e jul/21, respectivamente.
• Com a discussão do pacote de estímulos à economia dos EUA, aliada ao aumento das tensões dos norte-americanos com a China e o corte na Selic no Brasil, a cotação do dólar subiu 3,54% na última semana.
• Diante do tempo “firme” em boa parte das regiões de MT na última semana, o produtor conseguiu colher o algodão até no período noturno. Assim, a colheita avançou 18,53 p.p. em relação à semana passada, alcançando 58,33% das áreas colhidas.
Recorde:
A Secex divulgou os dados de exportações da pluma de MT referentes ao mês de julho, trazendo um volume de 59,70 mil t escoado no mês. Com isso, encerrou o ciclo da safra 18/19 (ago-19 a jul-20) com um montante recorde de 1,21 milhão de t enviadas ao exterior, aumento de 57,84% em relação à safra 17/18. Tal cenário foi pautado pela maior demanda pela pluma, principalmente pela China, que até o início deste ano direcionou boa parte da sua compra para a fibra de MT.
Além disso, com a demanda aquecida o produtor conseguiu expandir sua produção na safra 18/19 e consequentemente aumentar a disponibilidade da pluma para exportação. Para a próxima safra (19/20), é esperado que os envios continuem aquecidos, visto que 79,63% da produção já está comprometida.
No entanto, ainda resta mais de 20,00% da produção sem destino e, com o atual cenário de acordo comercial (China e os EUA) e as incertezas no mercado externo devido a Covid-19, o produtor pode encontrar dificuldades nas próximas vendas.
Fonte: Imea