A ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é uma das principais e mais devastadoras doenças que acometem a cultura da soja. Segundo Godoy et al. (2020), dependendo da severidade da doença e estádio de desenvolvimento da soja, as perdas de produtividade podem variar de 10% a 90%.
Tendo em vista que é uma doença fungica, além da presença do patógeno e hospedeiro, para o desenvolvimento da doença são necessárias condições ambientais adequadas, principalmente se tratando de temperatura e umidade relativa do ar. Conforme destacado por Grigolli & Grigolli (2018), para a ocorrência da doença é necessário que haja interação entre os fatores patógeno, hospedeiro e ambiente, caso não haja interação entre ambos, não há o desenvolvimento da doença.
Figura 1. Diagrama esquemático das interrelações dos fatores envolvidos em epidemias de doenças de plantas.

Por mais que observada a presença de inoculo da ferrugem asiática da soja, na safra 2021/22, a falta de condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento da doença, restringiu desenvolvimento da ferrugem especialmente nas regiões Sul do Brasil, onde a baixa umidade e disponibilidade hídrica prevaleceu em grande parte da safra. Entretanto, em um final de safra para cultivares semeadas mais tardiamente ou até mesmo no cultivo safrinha (soja segunda safra), o Professor e Pesquisador Marcelo Madalosso destaca ser necessário atentar para o uso de fungicidas e manejo da ferrugem asiática, não menosprezando a doença.
Ao longo das últimas semanas, com a significativa melhora das condições hídricas para as lavouras do Sul brasileira, especialmente com a aumento da umidade relativa do ar, novos focos de ferrugem asiática têm surgido em solo gaúcho, sendo necessário atentar para a monitoramento e manejo dessa doença. O processo de infecção depende da disponibilidade de água livre na superfície da folha, sendo necessárias no mínimo seis horas, com um máximo de infecção ocorrendo com 10 a 12 horas de molhamento foliar (Henning et al., 2014).
Conforme dados do Consórcio Antiferrugem, atualmente existem relatos da ocorrência de 11 casos de ferrugem asiática no Rio grande do Sul, contemplando as cidades de: Bagé, Barra do Ribeiro, Canguçu, Capão do Leão, Cristal, Ibiraiaras, Passo Fundo, Pelotas, Santa Barbara do Sul, Santiago, Vila Maria, além da ocorrência de ferrugem em soja voluntária em Tupanciretã e a presença de esporos em Erechim.
Figura 2. Situação atual da ocorrência de ferrugem asiática em soja no Estado do Rio Grande do Sul.

Dessa forma, fica evidente a necessidade do monitoramento e acompanhamento das lavouras nesse final de safra e início de safrinha, para evitar maiores perdas produtivas. Confira o vídeo abaixo com as dicas do Professor e Pesquisador Marcelo Madalosso.
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Referências:
CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM: PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NO COMBATE À FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA, 2022. Disponível em: < http://www.consorcioantiferrugem.net/#/main >, acesso em: 29/03/2022.
GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2019/2020: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 160, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/215288/1/CT-160-OL.pdf >, acesso em: 29/03/2022.
GRIGOLLI, J. F. J.; GRIGOLLI, M. M. K. MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2017/2018, 2018. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/303/303/5bf01cc3a7885009c9e47176f153fe5e967c6cb20f243_06-manejo-de-doencas-na-cultura-da-soja-somente-leitura.pdf >, acesso em: 29/03/2022.
HENNING, A. A. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa, Documentos, n. 256, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105942/1/Doc256-OL.pdf >, acesso em: 29/03/2022.