A atualização do custo de produção da soja de abril/20 para a safra 20/21 evidenciou que a elevação do dólar (Ptax) no período (9,05% na média de abril) refletiu nos preços dos insumos, de modo que os defensivos apresentaram alta de 0,82%, e os macronutrientes, de 0,38%.

Além disso, as sementes de soja também ficaram mais caras (4,70%), devido ao atual patamar nos preços da oleaginosa (Grão) e é maior procura pelas sementes neste período. Com isso, o custo operacional para o mês de abril ficou estimado em R$ 3.513,84/ha, alta de 0,92% em relação ao mês anterior.

Por fim, vale ressaltar a relação entre o custo de insumos e o preço paridade exportação mar/21, que está em 26,31 sc/ha, enquanto no ano passado encontrava-se em 31,40 sc/ha (para a safra 19/20), mostrando que, apesar de os custos estarem mais elevados, os maiores preços da soja estão favorecendo as relações de troca neste momento.

Confira os principais destaques do boletim:

• Na última semana, o preço da soja disponível no estado de Mato Grosso fechou com uma média de R$ 97,47/sc, queda de 1,30%, fundamentada na desvalorização do dólar.

• Pressionado pelas novas tensões entre os EUA e a China, o contrato corrente para a bolsa de Chicago (CME-Group) registrou queda semanal de 0,46% na média, cotado a US$ 8,41/bu.

• Com a forte demanda internacional pelo produto brasileiro, o prêmio corrente para o porto de Santos – SP fechou a última semana com alta de 6,35%.

• Com a intervenção do Banco Central no mercado, a moeda norte-americana finalizou a última semana com uma média de R$ 5,66/US$, retração de 3,79%.

EUA para trás:

Durante muitos anos as exportações de soja dos EUA e do Brasil para a China respeitavam um período sazonal, que oscilava de acordo com a época de colheita em cada país. Porém, com o início da “guerra comercial” entre os norte-americanos e o país asiático, os prêmios da soja no Brasil se elevaram, assim como as vendas do país para a China.

Com isso, os EUA tiveram que procurar um consumidor para sua soja em outros parceiros comerciais. Até que o acordo comercial (Fase 1) foi assinado em jan/20, “prometendo” a compra de US$ 32 bilhões em produtos agrícolas dos EUA pela China nos próximos dois anos, o que trouxe “apreensão” para os agricultores brasileiros e matogrossenses.

Mas, com a valorização do dólar nos últimos meses, os produtores tiveram boas oportunidades de vender a soja a preços altos em reais, enquanto a China adquiria o produto a valores baixos em dólar, levando a crer que teremos o terceiro ano de vantagem brasileira no mercado.

Fonte: Imea

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