Com o fim da primavera e o início do verão, que ocorreu a partir das primeiras semanas deste mês, a constatação é que o clima tem favorecido os cultivos da região do centro-norte do país, trazendo boas expectativas para os produtores de grãos. A análise é da última edição deste ano do Boletim de Monitoramento Agrícola, Cultivos Verão (Safra 2021/2022), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (23).

A publicação indica que o desenvolvimento dos cultivos de verão nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Pará, Rondônia e na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) foi beneficiado por bons volumes de chuva. Há casos até, em algumas regiões, onde o excesso de precipitação exigiu a interrupção e a redução no ritmo das operações de semeadura.
Também nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, a predominância foi de uma condição favorável aos cultivos desta estação, apesar de restrições localizadas por falta de chuva no estado sul-mato-grossense em cultivos próximos à fronteira paulista e ao estado do Paraná.

Por outro lado, a região Sul sofre a influência negativa de baixas precipitações ocasionadas pelas condições do fenômeno La Niña. A ocorrência se dá  nos cultivos de verão na metade oeste do Paraná, no oeste de Santa Catarina e no noroeste e centro do Rio Grande do Sul. No entanto, as áreas cultivadas com arroz têm tido um bom desenvolvimento, já que são manejadas sob o sistema de irrigação por inundação, com os reservatórios em níveis satisfatórios.

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Monitoramento das lavouras: Soja – Safra 2021/22

MATOPIBA: semeadura está finalizada nos estados da Bahia, do Tocantins e em praticamente todo o estado do Piauí. No Maranhão restam áreas a serem semeadas, principalmente nas regiões Leste, Oeste e Central do estado. Para as lavouras já implantadas, há boas condições de desenvolvimento e sanidade.

Goiás: as lavouras estão implantadas e a maioria em fase de floração. As condições de desenvolvimento da cultura são consideradas boas, favorecidas pelo bom regime pluviométrico, além de luminosidade adequada. Há relatos pontuais de infestação por percevejo, porém em nível de controle aceitável, sem estimativa de danos econômicos até o momento.

Mato Grosso: o clima está beneficiando a maioria das lavouras do estado, que até o momento encontram-se em floração, formação de vagens e enchimento dos grãos. As boas condições podem resultar em aumento de produtividade. Pontualmente foram registrados longos períodos nublados e excessos de chuvas por vários dias em dezembro, o que pode impactar a taxa fotossintética em momentos críticos de desenvolvimento.

Mato Grosso do Sul: o cenário climático variou bastante nas últimas semanas, tendo um período importante com registros de estiagens em algumas regiões de destaque na sojicultora do estado. Isso trouxe preocupação sobre possíveis impactos ao potencial produtivo da cultura, especialmente para aquelas lavouras que estão em fase reprodutiva. No entanto, a partir do segundo decêndio de dezembro as chuvas voltaram a ocorrer e a expectativa é que estas sejam regulares o bastante para amenizar o déficit hídrico enfrentado anteriormente.

São Paulo: semeadura foi finalizada e as lavouras já se encontram em desenvolvimento vegetativo e início de floração. As condições climáticas têm sido favoráveis para a cultura na maior parte do estado.

Minas Gerais: a regularidade e os bons volumes de chuva continuam favorecendo as lavouras. O ritmo das atividades de manejo permanece dentro da normalidade.
As áreas localizadas no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e região Central do estado são as que estão em estádios mais adiantados, inclusive com lavouras entrando em fase de florescimento.

Paraná: a maioria das lavouras estão atualmente em desenvolvimento vegetativo e  floração. De maneira geral, as condições são consideradas boas em 71% das lavouras, 23% regulares e 6% ruins. As regiões de Umuarama, Pitanga, Francisco Beltrão, Cascavel, Toledo, Cornélio Procópio, Laranjeiras do Sul e Campo Mourão são as mais afetadas, com lavouras em condições entre regulares e ruins. A falta de chuvas e as altas temperaturas na parte Oeste do Paraná têm afetado principalmente lavouras em estádios mais avançados, como floração e frutificação

Rio Grande do Sul: a baixa umidade no solo decorrente da falta de chuvas reduziu o ritmo de semeadura, que chegou a 8% da área estimada. O desenvolvimento das plantas é lento e os tratos culturais não podem ser realizados devido à essa restrição ocorrência de chuva nos próximos dias é fundamental para a conclusão da semeadura e também para o desenvolvimento das lavouras semeadas mais cedo, monitoramento das lavouras que já iniciam a floração. Lavouras semeadas mais tarde apresentam problemas de germinação.

Milho Primeira Safra – 2021/22

MATOPIBA: a semeadura ocorre tradicionalmente mais tardia que o Centro-Sul do país. No geral, as semeaduras no Maranhão e no Piauí se aproximam dos 40% da área prevista, com destaque para o cultivo no Sul desses dois estados. Na Bahia, o avanço das operações é mais expressivo, chegando a quase 80% da área estimada semeada. De maneira geral, as condições climáticas estão favoráveis à cultura em desenvolvimento vegetativo, fase em que a maioria das lavouras se encontra.

Goiás: lavouras apresentando condições entre boas e excelentes. Algumas delas já iniciaram a fase reprodutiva e se encontram em floração, porém, a maioria está em desenvolvimento vegetativo. Clima tem sido favorável e a preocupação atual se dá apenas com o excesso de chuvas em algumas regiões produtoras.

São Paulo: semeadura concluída e as lavouras, majoritariamente, em desenvolvimento vegetativo. Destaque para algumas áreas de plantio mais precoce e que já entraram em fase de floração. No geral, as condições são boas para a cultura.

Paraná: a cultura está totalmente semeada e as condições das lavouras estão em 77% boas, 20% regulares e 3% ruins. As regiões de Francisco Beltrão, Cascavel, Toledo, Laranjeiras do Sul, Umuarama e Campo Mourão são as mais afetadas com as restrições hídricas e, por consequência, aquelas que concentram a maior parte dessas lavouras em piores condições, pois boa parte delas estava em pendoamento e plena floração nesse período de estresse hídrico.

Rio Grande do Sul: a falta de chuvas, desde a segunda quinzena de outubro, tem prejudicado o desenvolvimento das lavouras de milho no estado. A semeadura evoluiu, mas ainda não foi concluída, chegando a 91% da área prevista. A seca acelera a maturação, que já chega a 7% da área. Das lavouras implantadas, cerca de 58% está em floração e enchimento de grãos, fases críticas que necessitam de chuvas. A restrição hídrica é maior nas regiões das Missões e Fronteira Oeste.

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Fonte: CONAB

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