Em setembro, a soma das carteiras ativas de Cédulas de Produto Rural (CPR), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagro) totaliza aproximadamente R$ 1,4 trilhão, aumento de 22,6% se comparado aos R$ 1,1 bilhão de setembro de 2024. Os dados constam na nova edição do Boletim de Finanças do Agro, divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária na quinta-feira (16).
Segundo o boletim, a Cédula de Produto Rural (CPR) alcançou R$ 527,43 bilhões, um aumento de 47% no mês de setembro, se comparado a idêntico período do ano anterior. A participação da CPR no financiamento agrícola permanece em destaque na Safra 2025/26.
Em termos de novas emissões na Safra 2025/26, foram registrados R$ 105,64 bilhões em setembro, aumento de 1% ante o período de julho a setembro da Safra 2024/25.
As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) apresentaram um percentual de crescimento de 23% nos últimos 12 meses, atingindo a marca de R$ 608,13 bilhões de contratações. No acumulado de julho a setembro, a participação nas contratações do crédito rural com fonte LCA era de 44% em bancos públicos, 30% em bancos privados, 25,9% em cooperativas de crédito e 0,1% em demais instituições.
Na safra 2025/26, é dever da instituição financeira manter aplicado em operações de financiamento rural o valor correspondente a 60% das captações realizadas com LCA. Nas safras 2023/24 e 2024/25, esse percentual era de 50%. Do percentual direcionado para o financiamento rural, a instituição deve obrigatoriamente aplicar pelo menos 45% em operações de crédito rural na safra 2025/26. Nas safras 2023/24 e 2024/25 esse índice era de 50%.
As emissões de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) na Safra 2025/26 alcançaram R$ 167,60 bilhões em setembro, aumento de 17% ante o período de julho a setembro da Safra 2024/25.
Os Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagro) também avançaram em março de 2025, totalizando um patrimônio líquido de R$ 43,10 bilhões, 13% acima do apurado um ano antes. O número de fundos também aumentou 42%, de 100 em março de 2024 para 142 em março de 2025, segundo o boletim. Os Fiagros Imobiliários (imóveis rurais, direitos creditórios imobiliários de imóveis rurais) tinham a maior fatia no total de fundos, com 44,6%; seguidos por Participações (participação em sociedades que integrem o complexo agroindustrial), com 39,4%; e Direitos Creditórios (Direitos Creditórios do Agronegócio), com 16,0%. A atualização dos dados de Fiagros foi interrompida e voltará após o período de adaptação dessa classe de fundos à entrada em vigor do Anexo VI da Res. CVM 175. As operações de Fiagros iniciaram em agosto de 2021.
Já o estoque de Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) caiu 17% em relação a setembro de 2024, para R$ 32,36 bilhões no mês passado.
Em alguns títulos, há sobreposição na soma dos dados, já que muitas CPRs servem de lastro para CRAs, alguns CRAs são embutidos em Fiagros, parte dos recursos de LCAs são aplicados em CPRs, e assim por diante.
O Boletim de Finanças Privadas do Agro é desenvolvido pela Coordenação-Geral de Instrumentos de Mercado e Financiamento, do Departamento de Política de Financiamento ao Setor Agropecuário, da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Segundo o Mapa, a publicação tem como principal objetivo trazer informações mensais a respeito do desempenho dos principais instrumentos de captação privada de recursos para o financiamento das cadeias produtivas do agronegócio.
Os dados utilizados no relatório são obtidos junto às entidades registradoras dos ativos financeiros, B3, CERC e CRDC, Anbima, além de órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários e o Banco Central do Brasil.
O Mapa ressalta que o relatório não faz qualquer análise de risco a respeito dos instrumentos de captação privada de recursos atualmente existentes. Dessa forma, quaisquer decisões de investimento eventualmente tomadas com base em seu conteúdo são de responsabilidade exclusiva de seu decisor, eximindo este órgão de quaisquer ônus.
Fonte: Agência Safras – Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)