As cotações da soja, em Chicago, sob influência do relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12/07, oscilaram bastante durante a semana, com o fechamento do primeiro mês, na quinta-feira (13), ficando em US$ 15,18/bushel, contra US$ 15,25 uma semana antes. A média de junho ficou em US$ 14,30/bushel, representando 3,2% acima da registrada em maio. Lembrando que julho/23 está deixando lugar, em Chicago, para o contrato agosto/23 como primeiro mês, o qual fechou o dia 13/07 em US$ 14,84, portanto, mais baixo do que julho.

O relatório do USDA, a respeito da safra 2023/24, reduziu a safra e os estoques finais dos EUA, diante dos problemas climáticos iniciais que por lá ocorreram. Agora, esperase uma colheita final, naquele país, em 117,03 milhões de toneladas, contra 122,7 milhões em maio. Enquanto isso, os estoques finais recuaram para 8,2 milhões de toneladas, contra 9,5 milhões em maio. Já a produção mundial de soja recua cinco milhões de toneladas, para ficar estimada em 405,3 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais se estabelecem em 121 milhões, contra 123,3 milhões de toneladas em maio. A futura produção brasileira e argentina de soja está projetada em 163 e 48 milhões de toneladas respectivamente, enquanto as importações chinesas de soja recuaram para 99 milhões de toneladas, perdendo um milhão em relação a maio.

Por outro lado, as condições das lavouras de soja, nos EUA, no dia 09/07, permaneciam com 51% entre boas a excelentes, outras 34% estavam regulares e 15% entre ruins a muito ruins.

Já os embarques estadunidenses de soja, na semana encerrada em 06/07, atingiram a 238.234 toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado. Com isso, o total já embarcado no atual ano comercial atinge a 49,7 milhões de toneladas, ou seja, 5% a menos do que em igual período do ano passado.

E no Brasil, com o câmbio trabalhando entre R$ 4,80 e R$ 4,90 por dólar, durante a semana, mais os prêmios negativos nos mesmos níveis da semana anterior, os preços pouco se alteraram, porém, mantiveram um pequeno viés de alta. A média gaúcha fechou a semana em R$ 132,82/saco, enquanto as principais praças ficaram em R$ 132,00. Já nas demais regiões do país o preço da soja oscilou entre R$ 108,00 e R$ 126,00/saco.

Por outro lado, as exportações de soja, por parte do Brasil, alcançaram uma média diária de 720.800 toneladas na primeira semana de julho, com alta de 101,7% sobre a média de todo o mês de julho de 2022. O total embarcado na primeira semana de julho chegou a 3,6 milhões de toneladas, sendo este um pouco menos da metade do total embarcado em todo o mês de julho do ano passado. (cf. Secex)

Por sua vez, o ritmo de comercialização antecipada da safra de soja 2023/24 é o mais baixo dos últimos 10 anos aqui no Brasil. As vendas alcançam apenas 15% da safra esperada que, em clima normal, deve ultrapassar as 160 milhões de toneladas. E isso, mesmo com o preço dos insumos baixando até mais do que o preço do grão em muitas regiões. (cf. Brandalizze Consulting) Já no Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, as vendas antecipadas, até o final de junho, haviam alcançado a 16,7% do volume a ser colhido. (cf. Imea) Todavia, ao contrário da maior parte do país, a composição dos insumos que fecham o Custo Operacional Efetivo da soja, no intervalo de comparação, caíram 11,4%, contra 18,7% de queda no preço da soja, na média. Baixas registradas nos preços dos fertilizantes que chegam a mais de 37% na comparação anual são, mesmo que em partes, anuladas por altas de até 25,5% nos valores das sementes, por exemplo. A nova safra preocupa porque “a produtividade média que o produtor tem colhido nos últimos anos está muito próxima do custo operacional efetivo. Isso mostra que a margem do produtor está muito estreita. E isso assumindo que haverá uma boa colheita para safra 2023/24”. Mais apertadas ainda podem ser as margens dos produtores que arrendam áreas, uma vez que esta tem sido uma parte dos custos que também está subindo. (cf. Cepea)

Enfim, a China importou 10,27 milhões de toneladas de soja em junho, representando um aumento de 24,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso se deve ao fato de que grandes compras de grãos baratos do Brasil chegaram ao mercado. As importações do maior comprador de soja do mundo foram significativamente menores do que o recorde de 12,02 milhões de toneladas registrado em maio, quando cargas atrasadas do mês anterior elevaram os números. Porém, as importações ainda ficaram relativamente altas, e em linha com as expectativas. As grandes chegadas recentes também impulsionaram os embarques nos primeiros seis meses do ano, com os mesmos atingindo a 52,6 milhões de toneladas, ou seja, um aumento de 13,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. (cf. Administração Geral de Alfândegas da China).

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



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