As cotações da soja, em Chicago, voltaram a recuar nesta semana, com o primeiro mês fechando o dia 26/10 (quinta-feira) em US$ 12,79/bushel, contra US$ 13,15 uma semana antes.
A colheita da soja nos EUA, até o dia 22/10, atingia a 76% da área, contra 67% na média histórica. Por outro lado, os embarques de soja, na semana encerrada em 19/10, atingiram 2,5 milhões de toneladas nos EUA, ficando no limite superior das expectativas do mercado. Com isso, o acumulado no atual ano comercial chega a 7,9 milhões de toneladas, ou seja, 3% acima do mesmo período do ano anterior.
Pelo lado da demanda, a China informa que as importações procedentes do Brasil aumentaram 23% em setembro. A China importou 6,88 milhões de toneladas do Brasil no mês passado, sendo este o maior volume para setembro nos últimos três anos. Por sua vez, as compras chinesas de soja estadunidense diminuíram para 133.692 toneladas em setembro, contra 1,15 milhão de toneladas em setembro do ano anterior. O total de importações da China, no mês passado, foi de 7,15 milhões de toneladas. Até o momento, a China importou 54,9 milhões de toneladas de soja brasileira, um aumento de 18% em comparação com o mesmo período do ano passado. O total procedente dos EUA, nos primeiros nove meses de 2023, aumentou 8%, para 20,1 milhões de toneladas.
E no Brasil os preços se mantiveram relativamente estáveis. O câmbio voltou à casa dos R$ 5,00 por dólar, enquanto os prêmios continuam positivos, porém, com indicativo de passarem a negativos a partir de fevereiro, caso a futura safra brasileira de soja venha normal. Assim, a média gaúcha fechou a semana em R$ 136,79/saco, porém, as principais praças do Estado negociaram a oleaginosa a R$ 133,00. Já nas demais regiões brasileiras os preços da soja oscilaram entre R$ 115,00 e R$ 124,00/saco.
O grande problema no Brasil, atualmente, é o excesso de chuvas no Sul do país e a falta das mesmas no Centro-Norte. Isso vem atrasando o plantio da soja, porém, ainda não causando efeitos sobre os preços. Mesmo assim, o mercado já espera uma safra final menor, ao redor de 160 milhões de toneladas, podendo mesmo ficar abaixo deste patamar.
Por sua vez, o plantio da soja brasileira, até o último dia 20/10, chegava a 30% da área esperada, ficando dentro da média histórica apesar do clima. No Paraná, a área plantada chegava a 51%; em Goiás, 23,1%; no Mato Grosso do Sul 21,5%; em São Paulo 22,7%; em Minas Gerais, 8,5% e em Rondônia, 40,2%. Além disso, no Mato Grosso o plantio atingia a 60% da área, contra 67% no ano passado nesta época. A falta de chuvas, com alguns lugares atingindo a 30 dias sem as mesmas, deverá levar ao replantio de muitas áreas. (cf. Pátria Agronegócios e Imea)
No Mato Grosso, ainda, a expectativa é de que a área aumente 0,82% nesta nova safra, chegando a 12,2 milhões de hectares, porém, a produção final será menor, podendo alcançar 43,8 milhões de toneladas. (cf. Imea)
Já no Paraná, segundo o Deral, dados mais atualizados dão conta de que o plantio da soja atingia a 58% da área esperada, até o dia 24/10, estando acima do ritmo do ano anterior. O Estado espera colher 21,9 milhões de toneladas, o que seria uma das maiores safras locais.
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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).