As cotações do milho, em Chicago, registraram leve aumento nesta semana. O fechamento desta quinta-feira (19) ficou em US$ 5,05/bushel, contra US$ 4,96 uma semana antes. Vale registrar que o bushel do cereal não rompia o teto dos US$ 5,00 desde o dia 31 de julho passado.

A colheita nos EUA avança normalmente, com 45% da área colhida até o dia 15/10, contra a média histórica de 42% para a data. Do milho ainda a colher, 53% da área se apresentava em condições entre boas a excelentes, 29% regulares e 18% entre ruins a muito ruins.

Quanto aos embarques de milho, por parte dos EUA, na semana encerrada em 12/10 o volume atingiu a 434.471 toneladas, ficando abaixo do esperado pelo mercado. Assim, o total até agora embarcado, no atual ano comercial, chegava a 3,9 milhões de toneladas, ficando 19% acima do registrado no ano anterior na mesma época.

Já na Argentina, segundo o Ministério da Agricultura, 16% da área esperada de 10,5 milhões de hectares já foi semeada no país, enquanto a Bolsa de Buenos Aires indica plantio em 19,4% de um total previsto bem menor, ou seja, de 7,3 milhões de hectares. Consta que geadas atingiram as lavouras que já haviam emergido.

E no Brasil, os preços do cereal se mantiverma estáveis. A média gaúcha subiu um pouco, passando a R$ 53,30/saco, mas as principais praças locais mantiveram os mesmos em R$ 52,00. Já nas demais praças nacionais os preços giraram entre R$ 35,00 e R$ 54,00/saco.

Dito isso, nos primeiros nove dias úteis de outubro, o Brasil embarcou 4 milhões de toneladas, com a média diária representando 24,1% acima do registrado em todo o mês de outubro do ano passado. O preço da tonelada ficou 17,6% abaixo do registrado no ano anterior, atingindo a US$ 231,80.

Por outro lado, a Conab informa que o plantio da safra de verão 2023/24 teria chegado a 30,4% da área no final da semana anterior. Os Estados mais avançados nas atividades são Paraná (85%), Santa Catarina (76%), Rio Grande do Sul (73%), São Paulo (15%) e Minas Gerais (1,8%). As lavouras já semeadas se dividem em 16,8% em fase de emergência e 83,2% em desenvolvimento vegetativo. Segundo ainda a Companhia, em 2023 o Brasil plantou 17,2 milhões de hectares com milho na segunda safra, o que resultou em uma produção de 102,2 milhões de toneladas. Já para 2024, ela estima um plantio de 16,4 milhões de hectares e uma produção de 91,3 milhões de toneladas, com reduções de 4,5% e de 10,7% respectivamente. Isso porque há um desânimo junto aos produtores do cereal, diante dos preços atuais.

Em paralelo, o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) informou que o custo de produção do milho de alta tecnologia apresentou queda em setembro/23, ficando estimado em R$ 3.305,31/hectare, com uma retração de 1,15% ante a agosto/23. Com isso, o Custo Operacional Efetivo (COE) no Mato Grosso ficou projetado em R$ 3.391,82/ha, com declínio de 0,98% no comparativo mensal. “Apesar da redução, o cenário nesta safra segue desafiador, uma vez que o preço comercializado do cereal no Estado não cobre as despesas”. Para cobrir o Custo Operacional, será necessário comercializar o saco de milho por, pelo menos, R$ 43,44, considerando a produtividade do ciclo de 103,85 sacos/ha. Hoje esta média está pouco superior a R$ 35,00.

Assim, não pode ser surpresa que exista atraso de 42 pontos percentuais na compra de sementes para a safrinha de 2024, na comparação com a média dos últimos três anos. De fato, até o início de outubro, os produtores brasileiros haviam comprado apenas 34% das sementes julgadas necessárias para o plantio da safrinha do próximo ano, contra o normal que seria 76%. A relação de troca do milho safrinha x sementes nunca esteve tão alta, com média de 2024 apontando para 20 sacos/ha na região Médio Norte do Mato Grosso. Em 2023 esta relação foi de 12,4 sacos/ha, em 2022 foi de 9,4 sacos/ha e em 2021 foi de 7,7 sacos/ha.(cf. Agrinvest)

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



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