Depois de recentes variações, as cotações do algodão seguem reagindo ao cenário de incertezas globais. Conforme dados do Sistema de Informações de Negócios com Algodão em Pluma (Sinap), a cotação do algodão em pluma atingiu o patamar dos R$ 4,24 nos últimos dias no indicador da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), o maior valor no último ano.

Indicador BBM mostra que durante o mês de abril, o intervalo de variação nas cotações foi de 2%, com preço mínimo em R$ 4,16 e, máximo,  de R$ 4,24. Desde janeiro, o acréscimo acumulado é de 4%. A Bolsa divulga o indicador de preço do algodão em pluma, tendo como base a média aritmética dos preços informados por corretoras associadas referente o algodão tipo 41-4, posto São Paulo (SP).

Evolução das cotações desde janeiro

De acordo com a Laferlins, corretora de mercadorias associada à BBM, o preço do algodão brasileiro está atualmente muito atrelado ao preço internacional, ou seja, sofre influências da taxa de câmbio e das cotações do mercado futuro americano. Segundo a corretora, que atua no algodão há 68 anos, estima-se que cerca de 50%, ou mais, do abastecimento doméstico seja feito por tradings internacionais, o que resulta em uma comparação de preços do mercado interno versus preços de exportação.

A corretora também considera outro fator que, nesta época do ano, influencia os preços: a disponibilidade de ofertas de algodão de boa qualidade. Segundo os corretores que operacionalizam no mercado, boa parte do produto já foi exportado ou está pronto para ser embarcado, já comprometido. “Neste cenário, os detentores dessas qualidades oferecem o algodão a preços mais elevados e os que precisam comprar, precisam buscar onde comprar”, relatam.

Guerra comercial

A guerra comercial iniciada recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donal Trump, também pode trazer impacto aos preços. Em função das taxações, há uma expectativa de que a China, segunda maior economia do mundo, importe uma quantidade menor de algodão americano, o que pode melhorar a liquidez e a rapidez do escoamento da produção brasileira. “No curto prazo, imaginamos que este impacto seja pequeno, porque a China está produzindo mais algodão na atual safra, mas ainda é difícil julgar”, avaliaram. A produção de algodão da China para o ano comercial 2024/2025 deve ser de 27,1 milhões de fardos, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Produção no Brasil

De acordo com o último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado no dia 10 de abril, a produção nacional de pluma da safra 2024/25, deverá ser 5,1% maior em comparação à temporada 2023/24, atingindo um total de 3,89 milhões de toneladas, se consolidando como um recorde, se as expectativas se confirmarem.

Expectativas de preços

Para a Laferlins, o mercado no curto prazo está volátil, influenciado peas constantes mudanças na guerra de tarifas entre duas maiores economias do mundo. Já no médio prazo, espera-se uma recuperação dos preços internacionais em função da concorrência dos grãos.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias



 

FONTE

Autor:Bolsa Brasileira de Mercadorias

Site: Bolsa Brasileira de Mercadorias

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