Para crescer e se desenvolver, a planta precisa de determinados elementos químicos. Alguns, usados na fotossíntese, são absorvidos do ar, como o carbono (contido no gás carbônico), outros do solo, como o hidrogênio presente na água. Para respirar, a planta retira o oxigênio do ar. Mas, existem dezenas de outros elementos, que compõem os tecidos essenciais da planta, e que precisam estar presentes no solo. Se eles não estiverem disponíveis na quantidade necessária, é preciso efetuar uma adubação para fornecê-los, caso contrário a planta nunca atingirá o seu potencial de produtividade.
As palavras acima são do Prof. Décio Luiz Gazzoni, Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa, membro fundador do CESB e do Conselho Agro Sustentável.
Gazzoni observa que esses elementos químicos são chamados de macro e micronutrientes. De acordo com o engenheiro agrônomo, os macros são aqueles que a planta necessita em quantidades maiores, como o cálcio, o fósforo, o potássio, o magnésio, o enxofre e o nitrogênio. “Deixamos esse elemento por último porque algumas plantas, como a soja ou o feijão, são supridas de nitrogênio por meio de uma associação com bactérias do solo, que retiram o nitrogênio do ar e o fornecem para a planta, na quantidade exata que ela precisa para obter a máxima produtividade. Então, ao invés de adubar, o agricultor inocula as sementes com uma bactéria, que é chamada comumente de bradirizóbio ou rizóbio”, pontua.
“Já os micronutrientes são exigidos em quantidades menores que os macronutrientes. Os principais elementos que a planta exige são o boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco e níquel”, acrescenta o membro fundador do CESB.
Cuidados no momento da escolha dos fertilizantes – Gazzoni alerta que é necessário se atentar para a procedência dos fertilizantes. “O agricultor deve preferir indústrias e marcas confiáveis e também deve se atentar para a sua qualidade, a concentração dos elementos, a granulometria adequada”, orienta.
O engenheiro agrônomo destaca que, se o tamanho dos grânulos não for adequado, e se houver muita variação no tamanho, pode haver problemas na distribuição no campo. “Se o adubo for mal distribuído, no momento da semeadura, haverá diferença no desenvolvimento das plantas, o que, além de diminuir a produtividade, pode causar outros problemas, como facilitar o surgimento de plantas invasoras ou prejudicar a colheita. O fertilizante também deve estar seco quando adquirido e, até o momento da aplicação, também deve ser protegido da umidade”, pontua.
Regra de Ouro – Gazzoni destaca que a regra de outro é contar com a assistência técnica de um agrônomo especializado. “Ele vai indicar um plano de coleta amostras para envio a um laboratório de análise de solos. Os laboratórios modernos não analisam apenas a parte química das amostras de solo, mas, também, a parte biológica. As propriedades químicas e biológicas constituem o que se chama de Índice Fertbio, essencial para entender a capacidade de um solo de bem nutrir as plantas”, comenta.
O membro fundador do CESB acrescenta que, de posse do resultado da análise, o produtor e o agrônomo devem discutir as metas e as outras tecnologias do sistema de produção a ser utilizado, para definir a adubação que será efetuada. “É muito importante que a acidez do solo – que é medida pelo pH do solo – esteja na faixa adequada para o desenvolvimento da soja, porque isso é fundamental para a absorção de nutrientes pela planta. A calagem e a gessagem são as técnicas disponíveis para deixar o pH do solo na melhor condição para absorção dos nutrientes pelas plantas”, alerta.
De acordo com Gazzoni, os melhores agricultores dispõem de um mapa da sua propriedade, georeferenciado, com a distribuição da fertilidade da área, o que permite visualizar a disponibilidade de macro e micronutrientes em cada parte da propriedade. “O mapa também permite utilizar técnicas da agricultura de precisão, como a distribuição de adubos por taxa variável, ou seja, não cai exatamente a mesma quantidade de adubo ao longo da linha de semeadura. A quantidade vai variar de acordo com a quantidade de nutrientes que já existia no exato local onde está passando a semeadora-adubadora”, observa.
Outros aspectos importantes – Gazzoni lembra que há outros dois aspectos muito importantes, que podem fazer toda a diferença.
Há quase duzentos anos, conta o membro fundador do CESB, um cientista alemão chamado Justus von Liebig demonstrou que a produtividade de uma cultura é limitada pela disponibilidade do nutriente que se encontra em menor quantidade no solo.
“Além dos nutrientes, a planta também precisa de clima adequado, chuva na quantidade e na hora certa, e luz para fazer a fotossíntese, responsável pela produção das substâncias que fazem a planta crescer, desenvolver e produzir sementes”, pontua.
De acordo com Gazzoni, a melhor maneira de entender o que passou a ser conhecido como a Lei de Liebig é imaginar um barril, como o da figura. “Cada gomo do barril representa um nutriente ou um fator que a planta precisa. Se todos estivessem no seu tamanho máximo, então o barril pode ficar cheio de água. No caso do agricultor, significa que o potencial da planta seria atingido, e o rendimento seria o máximo que a lavoura poderia produzir”.
Agora, se faltar água, luz, fósforo, nitrogênio, molibdênio ou qualquer nutriente, enfatiza o engenheiro agrônomo, o gomo correspondente vai estar mais baixo, e aí a água vai cair fora do barril. No caso da lavoura significa que a produtividade vai estar limitada pela deficiência desse fator ou nutriente.
“A Lei de Liebig vale até hoje, é necessário haver um equilíbrio entre os diversos macro e micro nutrientes que estarão disponíveis no solo, para absorção pela planta. Para isso, o agrônomo que assiste o agricultor considera o que já existia no solo – o resultado da análise de laboratório – e também a demanda das plantas para o seu crescimento e para obter a produtividade desejada. É daí que vem a recomendação de adubação, que vai garantir que não haverá nem excesso nem deficiência de nutrientes”, pontua o engenheiro agrônomo.
De acordo com Gazzoni, o segundo aspecto é a disponibilidade dos nutrientes no solo, para que a planta possa absorver. “Já comentamos acima que o pH tem que estar adequado. Mas outros aspectos também são importantes, como o teor de matéria orgânica do solo, a aeração, a granulação, a não compactação, a capacidade de reter água, e a presença de nutrientes ao longo do perfil do solo, já que as raízes da soja podem se aprofundar até dois metros”.
Para que as raízes cresçam rapidamente e penetrem fundo no solo, observa o membro fundador do CESB, não pode haver compactação. “Raízes mais profundas são uma garantia de obter mais água e melhor acesso aos nutrientes. Além de melhor nutrir as plantas, raízes profundas e disponibilidade de água no perfil do solo permitem que as plantas tolerem melhor os veranicos”.
Logo, de acordo com Gazzoni, o manejo do solo é essencial. “O uso de plantio direto na palha, integração lavoura pecuária, cultivo de plantas melhoradoras de solo (como braquiária, milheto, nabo forrageiro, mucuna, guandu) vai melhorar muito a estrutura do solo, ao longo do seu perfil”.
“Ou seja, a adubação não pode ser enxergada como algo separado do restante do sistema de produção, tudo precisa estar perfeitamente integrado para que o produtor atinja a máxima produtividade e a melhor rentabilidade. É assim que procedem os campeões do Desafio de Máxima Produtividade Soja do CESB. Seja um campeão você também”, finaliza o engenheiro agrônomo.
O CESB realiza diversas ações em prol do fortalecimento da sojicultura nacional. Entre as ações, destaque para o Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja e o curso de pós-graduação EAD MTA Soja do Centro Universitário Integrado Campo Mourão.
O Desafio tem como objetivo desafiar produtores e consultores a utilizarem práticas agrícolas que contribuam para uma produção sustentável, rentável, saudável e sólida.
O curso de pós-graduação EAD MTA Soja do Centro Universitário Integrado Campo Mourão é realizado em parceria com o CESB e com a Elevagro, com o intuito de promover conhecimento técnico de altíssimo nível, apresentando dados e estudos de produtividade obtidos pelo CESB, por meio de rigorosos protocolos e elevado nível de transparência.
Com professores largamente experientes, o curso tem uma grade curricular que propicia ampla gama de conhecimentos teóricos e práticos sobre toda a cadeia produtiva da soja. É ideal para que produtores novatos ou experientes mantenham-se atualizados das inovações no mercado e estejam mais preparados para os desafios do setor, aplicando as melhores práticas em suas produções.
O CESB é composto por 19 membros e 27 entidades patrocinadoras: BASF, BAYER, SYNGENTA, UPL, JACTO, Mosaic, Superbac, Corteva, Eurochem, ICL, ATTO Sementes, Stoller, Timac Agro, Brasmax, Stara, Ubyfol, Fortgreen, KWS, Yara, Sumitomo Chemical, FT Sementes, Koppert, Massey Ferguson, Yoorin Fertilizantes, Elevagro, Somar Serviços Agro e IBRA. Mais informações pelo telefone: (15) 3418.2021 ou pelo site www.cesbrasil.org.br
Fonte: Assessoria de imprensa CESB