Comentários referentes à 31/01/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 31/01
O contrato de soja para março, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,19, ou $ -2,00 cents/bushel a $ 1042,00. A cotação de maio, fechou em baixa de -0,21% ou $ -2,25 cents/bushel a $ 1057,50. O contrato de farelo de soja para março fechou em baixa de -1,18 % ou $ -3,6 ton curta a $ 301,1 e o contrato de óleo de soja para março fechou em alta de 2,51 % ou $ 1,13/libra-peso a $ 46,11.
ANÁLISE DA BAIXA
A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em baixa, mas o acumulado do mês em alta. O mercado buscou ao longo do dia equilibrar a piora nas condições climáticas da Argentina e atraso na colheita brasileira, com o anúncio das tarifas contra Canadá, México e China, ratificadas por Trump na quinta e sexta-feira. Neste difícil equilíbrio, a balança pendeu para medidas mais conservadoras até ter a real dimensão que o tarifaço pode tomar. A entrada de tarifas pode restringir o fluxo de exportação da soja americana para diversos destinos.
Com isso a soja fechou em baixa o acumulado da semana em baixa de -1,30% ou % -13,75 cents/bushel. O farelo caiu -1,25% ou $ -3,8 ton curta. O óleo de soja subiu 1,97% ou $ 2,00 libra-peso no período. Em janeiro a soja ganhou 3,12%, o farelo caiu -4,99% e o óleo de subiu 14,25%.
Análise semanal da tendência de preços
FATORES DE ALTA
a) Alta do óleo de soja, que deu certa sustentação ao preço da soja. De fato, a posição de março do óleo somou hoje 24,91 dólares por tonelada e encerrou a sessão com um valor de 1.016,53 dólares. Neste sentido e, como já referimos há algumas semanas após as ameaças de Trump, o Canadá é o principal exportador de óleo de canola, com 4,10 milhões de toneladas – 52,70% das vendas mundiais deste óleo vegetal, na temporada 2024/2025, e os Estados Unidos são o principal comprador mundial desse produto, com 3,66 milhões de toneladas, no total, segundo o USDA.
Com a entrada em vigor das tarifas mais altas, a entrada de óleo de canola canadense nos EUA deixará de ser lucrativa e o óleo de soja nacional seria o produto preferido para compensar a escassez, daí os aumentos atuais;
b) Problemas nas safras da América do Sul: condições ambientais adversas na Argentina, onde o clima quente e geralmente seco é prejudicial ao desenvolvimento das plantas e os atrasos na colheita no Brasil. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária informou o avanço da colheita da soja em Mato Grosso em 12,20% da área plantada, uma recuperação em relação aos 4,38% da semana anterior, embora continue abaixo os 39,39% no mesmo período em 2024 e da média de 25,33% dos últimos cinco anos.
FATORES DE BAIXA
a) Imposição de tarifas: A soja fechou a rodada e a semana com preços mais baixos em Chicago em um dia volátil, após o governo dos Estados Unidos confirmar ontem – e ratificar hoje após relatos de adiamentos – que amanhã entrarão em vigor tarifas de 25% sobre as importações de produtos do México e Canadá devido a problemas relacionados à imigração ilegal e ao tráfico de fentanil. E os operadores que consideraram que esta seria a primeira de várias medidas do governo Trump estavam certos, já que a Casa Branca agora incluiu a China na lista dos “tarifados em excesso” a partir de sábado, embora com um imposto de 10%;
b) Dados de produção de soja no Brasil: A maioria das consultorias particulares não mudou ainda suas estimativas acima de 170 MT para a produção da safra atual. Contudo, mesmo que os atrasos da colheita e as chuvas reduzam o tamanho da sara para 166 MT, como estima a Conab, ela ainda será 12,6% maior que as 147.72 MT produzidas na safra anterior e poderá suprir o aumento da necessidade de esmagamento e de exportação projetadas para esta temporada.
Fonte: T&F Agroeconômica