Comentários referentes à 18/02/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 18/02
O contrato de soja para março, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,79%,
ou $ 4,75 cents/bushel a $ 1038,50. A cotação de maio, fechou em alta de 0,26 % ou $ 2,75 cents/bushel a $ 1055,50. O contrato de farelo de soja para março fechou em baixa de -0,71 % ou $ -2,1 ton curta a $ 293,8 e o contrato de óleo de soja para março fechou em alta de 2,67 % ou $ 1,23/libra-peso a $ 47,30.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta terça-feira. As cotações da oleaginosa ganharam impulso, na volta do feriado americano, com os bons dados do processamento do óleo de soja.
A National Oilseed Processors Association relatou uma moagem de soja em janeiro totalizando 5,45 milhões de toneladas, o que foi 3% abaixo da moagem recorde de dezembro, mas ainda 7,9% acima do volume de janeiro de 2024. A NOPA também relatou que os estoques de óleo de soja atingiram uma alta de seis meses de 577.877 toneladas até 31 de janeiro, mas 15,4% menores que a mesma data de 2024.
A melhora no ritmo de colheita no Brasil, que reduziu o percentual de atraso em relação a 2024 e os embarques para exportação da soja americana -34,36% menores que a semana anterior limitaram os ganhos no dia.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
EUA-TARIFAS IMPULSIONAM O ÓLEO DE SOJA (altista)
Um dos principais fatores que impulsionaram a recuperação foi o óleo, que encerrou o dia com alta de US$ 27,12 sobre o contrato de março, que fechou em US$ 1.042,77 a tonelada. Esse aumento foi, em grande parte, uma resposta à possibilidade de que a escalada tarifária que ocorreria em breve se Trump cumprisse todas as suas ameaças – tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio, além de tarifas recíprocas, entre outras – restringiria a entrada nos EUA de óleo de canola do Canadá e óleo de cozinha usado da China e da União Europeia, o que aumentaria a demanda por óleo de soja nacional.
EUA/NOPA-MOAGEM MENOR, MAS ACIMA DO ANO ANTERIOR (altista)
Somando-se ao acima, está o relatório mensal da Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas dos Estados Unidos, onde foi divulgado hoje que a moagem de soja em janeiro foi de 5,45 milhões de toneladas, abaixo dos 5,57 milhões esperados em média pelas empresas privadas e dos 5,62 milhões do mês anterior, mas 7,9% acima do mesmo mês em 2024.
Enquanto isso, os estoques de óleo de soja dos EUA foram reportados em 577.877 toneladas, abaixo das 585.134 toneladas estimadas pelos operadores, mas acima das 560.640 toneladas do relatório anterior. Sobre este último número, que ficou 15,4% abaixo do estoque no mesmo período em 2024, Karen Braun, colunista da Thomson Reuters sobre o mercado agrícola, disse que é o maior em seis meses, mas que “acaba sendo o menor volume de óleo de soja em estoque para um janeiro em 10 anos”.
BRASIL ACELERA A COLHEITA (baixista)
Em seu relatório semanal, a Conab confirmou ontem a aceleração da colheita brasileira de soja ao reportar seu avanço em 25,5% da área, contra 14,8% no relatório anterior e 29,4% no mesmo período em 2024. Ainda que com atrasos, Mato Grosso lidera o andamento dos trabalhos (alcançou 47,3%, ante 61,3% em 2024), enquanto no Paraná as tarefas já estão à frente do patamar vigente há um ano (33 vs. 30%).
EUA-EXPORTAÇÕES MENORES (baixista)
Entre os fatores que limitaram a tendência de alta estava o relatório semanal de inspeção de embarques dos Estados Unidos – correspondente ao segmento de 7 a 13 de fevereiro –, dado que nele o USDA reportou embarques de soja de 720.332 toneladas hoje, abaixo das 1.097.445 toneladas do trabalho anterior e do intervalo esperado pelo setor privado, que era de 875.000 a 1.250.000 toneladas.
EUROPA PODE MUDAR REGRAS DE IMPORTAÇÃO DE SOJA (baixista)
Segundo dados até domingo, a Comissão Europeia informou que as importações de soja da UE até agora na temporada 2024/2025 – que começou em 1º de julho – atingiram 8,62 milhões de toneladas, ante 7,78 milhões de toneladas do ano anterior. Vale destacar que, em resposta à escalada tarifária proposta por Trump, o órgão da UE indicou há alguns dias que, durante esta semana, o bloco concordaria em “explorar limites rígidos à importação de certos alimentos fabricados com padrões diferentes, em um esforço para proteger seus agricultores”. De acordo com uma reportagem da Reuters, os primeiros alvos da UE podem
incluir culturas norte-americanas, como soja, cultivada com pesticidas que os agricultores da UE não estão autorizados a usar.
Fonte: T&F Agroeconômica