Comentários referentes à 04/02/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 04/02
O contrato de soja para março, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 1,58, ou $ 16,75 cents/bushel a $ 1075,00. A cotação de maio, fechou em alta de 1,42 % ou $ 15,25 cents/bushel a $ 1088,00. O contrato de farelo de soja para março fechou em alta de 3,39 % ou $ 10,3 ton curta a $ 314,0 e o contrato de óleo de soja para março fechou em alta de -1,61 % ou $ -0,75/libra-peso a $ 46,76.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta terça-feira. As cotações refletiram o alívio momentâneo do mercado, com a “pausa” nas guerras tarifárias, principalmente com México e Canadá. O acordo com o Canadá só foi firmado após o fechamento da sessão de segunda-feira. No entanto, com a China as tarifas ainda vigoram, com contrapartida estratégicas, o que em um primeiro momento não incluem a compra de grãos.
Os atrasos na colheita de soja no Brasil, em 8% ante 14% de 2024 segundo a Conab, assim como a persistente onda de calor e seca na Argentina deram suporte as cotações da oleaginosa. A alta do dia chegou a colocar a cotação de julho 2025 acima dos US$ 11 bushel, o que pode abrir uma boa oportunidade para fixação de preços.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
EFEITO DO ADIAMENTO DAS TARIFAS (altista)
A soja fechou com alta nas negociações de Chicago, um dia após os EUA decidirem adiar por pelo menos um mês a entrada em vigor das tarifas de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá. Além da relativa calmaria decorrente das notícias, contribuíram para o tom otimista as más condições ambientais em que as lavouras são cultivadas em grandes áreas agrícolas da Argentina, onde uma onda de calor e chuvas insuficientes criam uma perspectiva ruim para a colheita, e o atraso com o qual a colheita da soja está avançando no Brasil.
BRASIL-COLHEITA CONTINUA ATRASADA (altista)
A Conab informou ontem o avanço da colheita brasileira em 8% da área, ante 3,2% na semana anterior e 14% no mesmo período de 2024. Os atrasos são liderados por Mato Grosso, que mal colheu 14,7%, em comparação com 30,8% em 2024.
BRASIL-REDUÇÃO DA SAFRA (altista)
Por outro lado, a empresa StoneX reduziu ontem sua previsão para o volume da colheita de soja no Brasil de 171,40 para 170,89 milhões de toneladas. “Os ajustes foram feitos especialmente para Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, em razão da estiagem que se instala desde o final de dezembro em áreas desses estados”, afirmou a analista Ana Luiza Lodi, em nota. Apesar do corte de produção, a StoneX elevou sua previsão de exportação de soja brasileira de 107 para 108,50 milhões de toneladas, diante das tensões que podem surgir entre Estados Unidos e China.
BRASIL-AUMENTO DA SAFRA (baixista)
Também ontem, e diferentemente da StoneX, a consultoria Céleres elevou sua previsão para a produção brasileira de soja de 170,80 para 174 milhões de toneladas devido às maiores produtividades nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.
QUEDA NAS COTAÇOES DO ÓLEO DE SOJA (baixista)
A queda no valor do óleo de soja se destacou como ponto negativo dos acordos já mencionados entre Estados Unidos e Canadá (a posição de março caiu US$ 16,53 e encerrou a rodada com ajuste de US$ 1.008,82 por tonelada), o que respondeu à chance de que o óleo de canola canadense continue a entrar nos Estados Unidos.
CHINA-CONTINUAM AS TARIFAS (baixista)
O fato da pressão descendente também foi mantido pela vigência de tarifas de 10% sobre produtos chineses importados pelos EUA e pela resposta proposta pelo governo chinês, com tarifas de até 15% para certos produtos dos Estados Unidos (No momento, grãos e seus derivados não estão incluídos, mas máquinas agrícolas estão incluídas, por exemplo). Durante a semana, Trump e Xi Jinping devem se reunir para buscar algum tipo de acordo para interromper a escalada de tarifas.
Fonte: T&F Agroeconômica