Comentários referentes à 20/02/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 20/02
O contrato de soja para março, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 1,33%,
ou $ 13,75 cents/bushel a $ 1045,50. A cotação de maio, fechou em alta de 1,41 % ou $ 14,75 cents/bushel a $ 1063,00. O contrato de farelo de soja para março fechou em alta de 0,44 % ou $ 1,3 ton curta a $ 296,0 e o contrato de óleo de soja para março fechou em alta de 2,07 % ou $ 0,96/libra-peso a $ 47,26.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta quinta-feira. As cotações ganharam algum apoio na alta do óleo de soja e no corte promovido pelo IGC na sua estimativa de safra para 24/25. O governo Trump fez algum aceno para Pequim, o que pode aliviar as tensões entre os dois países e garantir a manutenção de grandes envios de grãos americanos para a China.
O Conselho Internacional de Grãos (IGC) cortou em 2 milhões de toneladas a sua perspectiva de produção mundial de soja, o valor de 418 milhões de toneladas está abaixo do estimado pelo USDA (420,76 milhões de toneladas) para o mesmo período. O Conselho apontou o corte por problemas climáticos na Argentina e Paraguai.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
NOVA ALTA DO ÓLEO DE SOJA (altista)
A soja encerrou a sessão de Chicago em alta, apoiada pelo óleo, que retomou a trajetória ascendente (a posição de março somou US$ 21,17 e foi ajustada para US$ 1.041,88 a tonelada), após realização de lucros no dia anterior. Como já apontamos nesses espaços, para os subprodutos da soja, a política tarifária que Trump ameaça aplicar pode implicar restrições à entrada nos EUA de óleo de canola do Canadá e de óleo de cozinha usado da China e da União Europeia, o que aumentaria a demanda interna por óleo de soja. A partir de agora, tudo isso está no reino da especulação e da hipótese.
ARGENTINA-NOVA ONDA DE CALOR (altista)
O tom positivo foi somado à possibilidade de uma nova onda de calor afetando as lavouras da Argentina, que já teve que ajustar suas expectativas de colheita devido às condições ambientais erráticas dos últimos meses, e à valorização do real frente ao dólar, que torna as exportações brasileiras menos competitivas, mas, principalmente, reduz o incentivo de venda para os produtores, que recebem menos reais pelos seus grãos.
ARGENTINA-MELHORA SITUAÇÃO DAS LAVOURAS (baixista)
Em seu relatório semanal de safras, e após as chuvas registradas no momento do relatório anterior, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) relatou hoje uma melhora de 64 para 66% da proporção de lavouras de soja em condição excelente/normal, um número que ainda estava longe dos 82% no mesmo período em 2024. Em relação às condições hídricas, relatou um aumento de 62 para 67% da classificação ótima/adequada, em comparação com 75% há um ano.
“Quase 20% da soja de primeira safra está passando pelo enchimento de grãos em condições hídricas mais favoráveis, especialmente em ambos os núcleos. No entanto, no Centro e Sul de Buenos Aires, mais de 50% da soja de primeira safra está passando pelo período crítico em condições hídricas deficientes, o que pode comprometer seu rendimento potencial. Por outro lado, mais de 30% da soja de segunda safra em ambos os núcleos entrou no período crítico em melhores condições hídricas em comparação ao início do ciclo, o que permitiu interromper novas perdas em rendimentos potenciais. No entanto, no Centro-Norte de Santa Fé e no sul da região agrícola, é crucial recompor os perfis hídricos para evitar novas perdas de rendimento”, disse a Bolsa de Valores, que manteve sua estimativa para a safra argentina de soja 2024/2025 em 49,60 milhões de toneladas.
IGC REDUZ PRODUÇÃO GLOBAL DE SOJA (altista)
Em seu relatório mensal, o Conselho Internacional de Grãos (IGC) reduziu hoje sua projeção para o volume global de produção de soja em 2024/2025 de 420 para 418 milhões de toneladas, devido às reduções nos números da Argentina e do Paraguai. O novo volume esperado também ficou bem acima dos 396 milhões da safra anterior e dos 377 milhões de 2022/2023. Em seu último relatório mensal, o USDA previu a produção global de soja em 420,76 milhões de toneladas.
BRASIL-GOVERNO SUSPENDE PLANO SAFRA (altista)
O Tesouro Nacional suspendeu as novas contratações de financiamentos com subvenção federal nas linhas do Plano Safra 2024/251 Governo suspende financiamentos do Plano Safra, afetando produtores rurais. Segundo acaba de anunciar o site da Forbes Brasil, o governo anunciou a suspensão dos financiamentos rurais subsidiados do Plano Safra 2024/2025, impactando diretamente os produtores que dependem desse crédito para suas
operações.
A decisão foi motivada pela falta de recursos no Orçamento, o que levanta preocupações sobre a continuidade do apoio ao setor agropecuário em um momento de alta da Selic, segundo o site da globo.com. Além disso, as operações de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) continuarão disponíveis, mas a suspensão das linhas de crédito pode afetar a expansão da produção agrícola.
Fonte: T&F Agroeconômica