Por T&F Agronômica, comentários referentes à 29/09/2025
FECHAMENTOS DO DIA 29/09
O contrato de soja para novembro fechou em baixa de 0,32% ou $ -3,25 cents/bushel, a $1.010,50. A cotação de janeiro encerrou em baixa de 0,31% ou $ -3,25 cents/bushel, a $1.029,75. O contrato de farelo de soja para outubro fechou em baixa de 0,26% ou $ -0,70/ton curta, a $ 268,1. O contrato de óleo de soja para outubro fechou em baixa de 0,99% ou $ -0,49/libra-peso, a $ 49,11.
ANÁLISE DA BAIXA
A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta segunda-feira. O delicado equilíbrio entre a demanda e a oferta são mais perceptíveis neste período do ano com a colheita avançando nos EUA e o começo do plantio no Brasil. Nesta segunda se destacou o bom andamento da colheita nos EUA, com o bônus desta temporada da ausência de compras da China. Mesmo que os embarques para exportação tenham sido 5,01% maior no comparativo semanal, que acumulado no ano comercial, começado em setembro, esteja 16,1% acima do ano anterior e que os Traders esperam uma redução de 5,69% nos EUA em 1º de setembro, o mercado está olhando o maior comprador de soja mundial abastecendo seus estoques no Brasil e na Argentina. Com isso as cotações da soja em Chicago permanecem pressionadas.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
EUA-BOA COLHEITA PRESSIONA AS COTAÇÕES (baixista)
A soja está sendo negociada em baixa no pregão diário de Chicago, após completar sua segunda semana consecutiva negativa na sexta-feira. A queda é resultado do bom andamento da colheita durante um fim de semana sem chuvas no Centro-Oeste e da cada vez mais preocupante falta de compras chinesas nos Estados Unidos.
CHOQUE DA ARGENTINA AINDA PRESENTE (baixista)
Em contraste, a notícia de que boa parte dos 40 barcos (2,6 MT) de soja registrados pela Argentina na semana passada, em meio à breve redução das tarifas de exportação a zero, têm como destino a China é um choque para os traders, que veem o gigante asiático se preparando para “resistir” à escassez do grão americano nos próximos meses.
ARGENTINA ESTÁ VENDENDO BEM DESDE ABRIL
Nesse sentido, como a Granar apontou que, “para melhor compreender as preocupações dos produtores (americanos), vale destacar que o aumento das vendas argentinas para a China não teve início com o Decreto 682/2025, que reduziu a zero os impostos de exportação, mas sim com a redução dos impostos retidos na fonte de 33% para 26%. Segundo informações do Ministério da Agricultura da Argentina, entre abril e o final de agosto deste ano, as vendas argentinas de soja para a China totalizaram 4.200.169 toneladas, 27,03% a mais que as 3.306.492 toneladas comercializadas no mesmo período de 2024. Enquanto isso, até 26 de setembro, o registro de declarações juramentadas de vendas ao exterior mostra compromissos de embarque para o período 2024/2025 de 12.256.589 toneladas de soja, 161,64% acima das 4.684.443 toneladas embarcadas durante toda a temporada 2023/2024. Essa situação, de fato, obrigará o Ministério da Agricultura a revisar suas expectativas em relação ao volume de exportações de soja argentina no atual ciclo agrícola, que no relatório mensal publicado no dia 18 deste mês era de apenas 9 milhões de toneladas.”
EUA-EXPORTAÇÕES 16,4% MAIORES QUE O ANO PASSADO, APESAR DA AUSÊNCIA DA CHINA (altista)
Em seu relatório semanal sobre a inspeção de embarques dos EUA, o USDA registrou embarques de soja para exportação em 593.956 toneladas durante a semana encerrada em 25 de setembro. Esse número representa um aumento de 5% em relação à mesma semana do ano passado, mas uma queda de 13,1% em relação à semana anterior. A Alemanha foi o principal destino, com 128.961 toneladas, com 72.076 toneladas destinadas à Turquia, já que a China ainda não apareceu no relatório. Apesar disso, as exportações para a safra 2025/26 somam 2.246 toneladas (82,53 mbu) desde 1º de setembro, um aumento de 16,4% em relação ao mesmo período do ano passado e o maior dos últimos 5 anos.
BRASIL-PLANTIO ATINGE 3,2% AFIRMA CONSULTORIA (baixista)
No Brasil, a consultoria AgRural destacou hoje que “as boas chuvas nas principais regiões produtoras e o fim da brecha sanitária em um número maior de estados impulsionaram ainda mais o plantio da soja 2025/2026”. Nesse sentido, com dados coletados até quinta-feira, o avanço do plantio foi reportado em 3,2% da área estimada, ante 0,9% na semana anterior e 2% no mesmo período de 2024. O relatório acrescentou que o ritmo continuou sendo liderado pelo Paraná, mas Mato Grosso ganhou impulso com a melhora da umidade em diversas regiões do estado.
EUA-ESTÁGIO E COLHEITA DAS LAVOURAS DE SOJA
O USDA informou no final da tarde dessa segunda-feira que o plantio da soja está encerrado e 100% com vagens formadas para a temporada 25/26. As plantas desfolhando estão em 79%, ante 61% da semana passada, 79% do ano anterior e 77% da média histórica. A colheita está em 19% da área apta, ante 9% da semana passada, 24% do ano anterior e 20% da média histórica.
EUA-CONDIÇÕES DAS LAVOURAS DE SOJA
O USDA informou uma leve melhora na qualidade das lavouras americanas. 62% das lavouras de soja estão em condições boas/excelentes condições, ante 61% da semana passada e 64% do ano anterior. 27% em condições regulares, ante 27% da semana anterior e 25% do ano passado. 11% classificados como pobres/muito pobres, ante 12% da semana passada e 11% do ano anterior.
CONAB-PLANTIO
O ritmo de plantio está em linha no começo da temporada em comparação com a média dos últimos cinco anos. Até 27 de setembro de 2025, apenas 3,5% da área total havia sido semeada, contra uma média de 3,6%. Os estados do Paraná e Mato Grosso são os únicos com avanço significativo, com 13% e 6% de suas áreas plantadas, respectivamente.
Fonte: T&F Agroeconômica