Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 14/11/2025
FECHAMENTOS DO DIA 14/11
O contrato de soja para novembro fechou em baixa de -1,70% ou $ -19,50 cents/bushel, a $1112,75. A cotação de janeiro encerrou em baixa de -1,96% ou $ -22,50 cents/bushel, a $1124,50. O contrato de farelo de soja para dezembro fechou em baixa de -1,80% ou $ -5,9/ton curta, a $ 322,5. O contrato de óleo de soja para dezembro fechou em baixa de -0,20% ou $ -0,10/libra-peso, a $ 50,15.
ANÁLISE DA BAIXA
A soja negociada em Chicago fechou o dia em baixa, mas o acumulado da semana em alta. A grande maioria dos dados do relatório WASDE foram positivos para a soja americana, mas um pequeno ajuste de -2,97% nas exportações americanas ditaram o caminho da queda no dia. Com a confirmação de apenas 332 mil toneladas de soja negociadas com a China e uma espera até 2 de janeiro para a atualização de todas as vendas semanais do período de shutdown do governo americano, o mercado já começa a ver como improvável que a China compre o primeiro valor acordado de soja em 2025. O valor negociado para os demais anos também fica abaixo da média histórica de 5 anos.
Com um grão caro em relação ao Brasil, após as recentes altas, as exportações da soja são o principal ponto de atenção para os preços da oleaginosa nos próximos dias. Com isso a soja em Chicago fechou o acumulado da semana em alta de 1,00%, ganhando $ 11,00 cents/bushel. O farelo de soja também subiu 1,70%, ou $ 5,4 por tonelada curta, e o óleo de soja avançou 0,95%, equivalente a $ 0,47 por libra-peso.
Análise semanal de tendência de preços
FATORES DE ALTA
a) Quadro de O&D seria positivo: O impacto do relatório mensal de estimativas agrícolas do USDA deveria ter sido positivo, não fossem os acontecimentos sobre a falta de demanda chinesa. De fato, a agência reduziu sua estimativa de produção dos EUA de 117,05 para 115,75 milhões de toneladas, ficando abaixo das 116,10 milhões de toneladas projetadas por analistas do setor privado. O mesmo ocorreu com os estoques finais, que foram ajustados de 8,17 para 7,89 milhões de toneladas, em comparação com as 8,27 milhões de toneladas estimadas pelos comerciantes.
b) BRASIL-boa demanda interna e externa: A boa demanda interna por farelo (para o próspero setor de carnes) e óleo de soja (para a mistura B15) no Brasil, além da boa demanda de exportação (para a China, principalmente, no lugar dos EUA) continua dando suporte aos preços internos pagos aos agricultores, que subiram 0,74% neste mês.
FATORES DE BAIXA
a) EUA-Vendas pequenas demais para a China: A soja encerrou o pregão de Chicago com perdas significativas, mas conseguiu manter um saldo semanal ligeiramente positivo nos preços, a quinta semana consecutiva de ganhos. O principal motivo das perdas foi a finalização de todas as vendas relâmpago diárias que o USDA não pôde divulgar durante a paralisação do governo americano. Apenas duas transações da China foram registradas, totalizando 332 mil toneladas, um volume muito pequeno para um mercado que precisa de notícias para sustentar as expectativas de vendas de 12 milhões de toneladas para a China no restante do ano, conforme divulgado pela Casa Branca.
b) Mesmo incluindo vendas para destinos desconhecidos: Vale ressaltar que também foram negociadas outras 616 mil toneladas para destinos desconhecidos, o que pode estar relacionado à demanda chinesa, mas, mesmo assim, os números ficaram muito aquém das necessidades dos comerciantes, que agora terão que aguardar notícias melhores na série de relatórios semanais que o USDA atualizará gradualmente nas próximas semanas até 2 de janeiro, dia em que os dados semanais de exportação serão finalmente normalizados. Além do foco principal na China, os embarques para o México também foram confirmados em 260.000 toneladas e para o Egito em 130.000 toneladas.
c) EUA-Exportações menores: Neste relatório, o USDA reduziu sua previsão para as exportações de soja dos EUA de 45,86 para 44,50 milhões de toneladas, projetando-as em seu nível mais baixo desde as 36,13 milhões de toneladas da safra 2012/2013. Mesmo as safras que foram de certa forma afetadas pela guerra comercial anterior entre os Estados Unidos e a China registraram volumes de vendas superiores aos previstos atualmente, com 47,72 milhões de toneladas na safra 2018/2019 e 45,80 milhões na 2019/2020.
d) EUA-Grande dependência da demanda chinesa: Dito isso, para sustentar os ganhos acumulados nos preços da soja nas últimas cinco semanas, o mercado precisará de um aumento na demanda chinesa. Por exemplo, mais de duas semanas após a cúpula com a Coreia do Sul, ainda não está claro se a China assinou formalmente o que foi “acordado” verbalmente. Talvez a partir de segunda-feira, os operadores se tornem mais exigentes ao solicitarem ações no mercado de soja.
Fonte: T&F Agroeconômica




