Comentários referentes à 08/04/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 08/04
O contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,99%, ou $ 9,75 cents/bushel a $ 992,75. A cotação de julho, fechou em alta de 0,70% ou $ 7,00 cents/bushel a $ 1004,00. O contrato de farelo de soja para maio fechou em alta de 0,90 % ou $ 2,6 ton curta a $ 291,0 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em baixa de -0,47 % ou $ -0,21/libra-peso a $ 44,94.
ANÁLISE DO MIX
A soja negociada em Chicago fechou de forma mista nesta terça-feira. As três primeiras datas negociadas da oleaginosa conseguiram resultados positivos, com o mercado abrindo o dia confiante em novos acordos sobre as tarifas e compras de oportunidade. No entanto, a sobre taxa, que somada chega a 104% para a China, praticamente inviabiliza o comercio entre os dois países. A escalada tarifária pode levar as uma desaceleração da economia dos dois países, que são responsáveis por 40% do PIB mundial. Com isso, as cotações mais longas, onde o comercio de soja é mais ativo entre os dois países voltou a fechar em baixa. Isso pode ser claramente visto, pois, setembro e novembro 26, meses em que a China aumenta o seu volume de compras da soja americana, também caíram abaixo dos US$ 10 bushel.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
GUERRA COM CHINA PIOROU (baixista)
A segunda guerra comercial entre os EUA e a China piorou. Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas adicionais de 50% à China a partir de amanhã — o total subiria para 104% — se o país não revertesse suas tarifas retaliatórias de 34% sobre as importações dos EUA. Como esperado, a resposta chinesa estava longe de ser conciliatória. “A ameaça dos EUA de aumentar tarifas contra a China é um erro atrás do outro e mais uma vez expõe a natureza extorsiva do país”, disse o Ministério do Comércio chinês em um comunicado. Ele acrescentou: “Se os Estados Unidos insistirem em fazer o que querem, a China lutará até o fim.”
EFEITOS DA CRISE COM CHINA PARA PRODUTORES E EMPRESAS DE TECNOLOGIA (baixista? altista?)
Esse conflito ocorre em um momento do ano em que o comércio de soja entre Estados Unidos e China se tornou quase inexistente devido à predominância de mercadorias sul-americanas, com o fechamento da colheita brasileira e o início da colheita na Argentina. No entanto, se a crise continuar, como ocorreu entre 2018 e 2020, os produtores americanos poderão ser novamente afetados pela perda de demanda do principal comprador de soja.
Por outro lado, como os consumidores americanos de produtos chineses — principalmente de tecnologia — reagirão quando virem a “sobretaxa” de 104% em suas contas, que entrará em vigor amanhã, conforme confirmado pela Casa Branca hoje? Um teste inicial da popularidade de Trump, tanto no campo quanto na cidade.
BRASIL AUMENTA EMBARQUES PARA A CHINA (altista para o Brasil, baixista para CBOT)
O Brasil já é o parceiro comercial número 1 da China — as tarifas de Trump os aproximarão ainda mais? Há sinais de que isso já pode estar acontecendo, com os portos brasileiros aumentando os volumes de exportação nos últimos dias.
EUROPA AUMENTA IMPORTAÇÕES DE SOJA (altista)
As importações de soja da União Europeia durante o ano comercial de 2024/25 estão 5% acima do ritmo do ano passado, após atingir 10,33 MT até 6 de abril. Estados Unidos, Brasil, Ucrânia, Canadá e Togo foram os cinco principais fornecedores. As importações de farelo de soja da UE são 26% maiores em relação ao ano anterior, com 14,36 milhões de toneladas métricas no mesmo período.
EUA-AUMENTO DO USO DE BIODIESEL (altista)
Uma coalizão de biocombustíveis está pressionando a EPA dos EUA a adotar um mandato federal para misturar 5,25 bilhões de galões de diesel de biomassa em 2026, o que seria significativamente maior do que os mandatos anteriores (2,5-3,0 MG) se for adotado. No entanto, a EPA não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.
COLHEITA NO BRASIL-CONAB
A Conab informou ontem que a colheita de soja superou 85,3% da área apta, ante 81,4% na semana anterior; de 76,4% no mesmo período em 2024 e da média de 82,4% nos últimos cinco anos.
Fonte: T&F Agroeconômica