Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 21/07/2025
FECHAMENTOS DO DIA 21/07
Chicago: A cotação de setembro, referência para a nossa safrinha, fechou em baixa de -1,16% ou $ -4,75 cents/bushel a $ 403,75. A cotação para dezembro, referência alternativa, fechou e baixa de -1,29% ou $ -5,50 cents/bushel a $ 422,25.
ANÁLISE DA BAIXA
O milho negociado em Chicago fechou em baixa nesta segunda-feira. As cotações foram pressionadas pelas chuvas no fim de semana em partes do cinturão do milho, que favoreceram a polinização, e pela aceleração da colheita da safrinha brasileira. “O clima amplamente favorável no Centro-Oeste e a área historicamente alta alimentaram as expectativas de uma safra de milho descontrolada”, de acordo com o analista de mercado de grãos Bryce Knorr. Onde armazenar e escoar essa safra já se torna uma pergunta frequente no mercado americano.
Neste sentido, os embarques para exportação caíram -25% no comparativo semanal e a falta de acordos comerciais efetivos, visando os produtores rurais, preocupa o mercado. Não ajudou o fato de uma consultoria brasileira aumentar a sua estimativa de safra para um valor superior ao calculado pela Conab e pelo USDA.
B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3: Milho B3 fechou em baixa com Chicago e dólar, mas exportação e físico apresentaram melhoras
Os principais contratos de milho encerraram de forma mista nesta segunda-feira. As cotações da B3 foram pressionadas pela desvalorização do dólar e de Chicago. O que trouxe as cotações do dia para o campo misto. Perdas foram registradas para as cotações de 2025 e o segundo semestre de 2026. Para março e maio 26 os ganhos passaram de 1%.
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que os embarques para o exterior permanecem baixos, 900.166 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) nos 14 primeiros dias úteis do mês, mas o ritmo subiu 70,99% nos últimos dias, passando para 64.297,6 toneladas embarcadas em média.
O físico também reagiu na semana passada, segundo o Cepea “O movimento de queda nos preços do milho foi interrompido na semana passada em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores do Centro de Pesquisas, esse cenário está atrelado à retração de parte dos vendedores. A colheita da segunda safra tem avançado no Brasil, mas o ritmo das atividades ainda está abaixo do observado no ano passado e em safras anteriores. No entanto, demandantes também se afastam das aquisições no spot, atentos a estimativas indicando safra recorde no País e às exportações enfraquecidas.
Pesquisadores do Cepea indicam que esses consumidores vêm utilizando lotes negociados antecipadamente. Assim, a liquidez está baixa no mercado spot nacional.”
OS FECHAMENTOS DO DIA 21/07
Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em baixa no dia: o vencimento de setembro/25 foi de R$ 65,10, apresentando baixa de R$ 0,38 no dia e alta de R$ 0,99 na semana; o vencimento de novembro/25 foi de R$ 68,18, apresentando baixa de R$ 0,07 no dia e alta de R$ 0,90 na semana; o vencimento de janeiro/26 foi de R$ 72,11, apresentando alta de R$ 0,14 no dia e alta de R$ 0,61 na semana.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
CHUVAS E BRASIL ACELERARAM TOMADA DE LUCROS (baixista)
O milho fechou em baixa em Chicago, após uma recuperação de mais de 3% na semana anterior. Além da realização de lucros pelos investidores, as chuvas do fim de semana em partes do Centro-Oeste, no auge da polinização das lavouras e a aceleração da colheita no Brasil, que aumenta a entrada de novos grãos no mercado, também influenciaram a baixa.
BRASIL-COLHEITA ATINGE 55% (baixista)
A consultoria AgRural informou hoje que a colheita do milho safrinha brasileiro atingiu 55% da área plantada no Centro-Oeste, ante 40% na semana anterior e 82% no mesmo período
em 2024. “Embora alguns estados permaneçam abaixo da média histórica e a alta umidade dos grãos ainda limite a operação das máquinas, a colheita está progredindo muito mais rapidamente devido ao tempo seco em curso e continua apresentando excelentes produtividades na maioria das áreas produtoras”, indicou a empresa.
BRASIL ELEVA PRODUÇÃO (baixista)
Tanto que a AgRural elevou sua projeção para a produção total de milho no Brasil de 130,60 para 136,30 milhões de toneladas. “O aumento foi impulsionado por ajustes positivos na produtividade da safrinha, que agora estimamos em 108,90 milhões de toneladas com base nas produtividades médias recordes em Mato Grosso, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul”, afirmou a consultoria. Essa nova estimativa supera as 132 milhões de toneladas projetadas pelo USDA e as 131,97 milhões de toneladas estimadas pela Conab.
ACORDOS-OTIMISMO COM JAPÃO, PROBLEMAS COM EUROPA (baixista)
O mercado continua aguardando novos acordos entre a Casa Branca e os países compradores de matérias-primas agrícolas dos EUA — o foco está em uma nova reunião com o Japão marcada para esta semana — enquanto as relações com a União Europeia estão tensas, que já planeja uma contraofensiva às tarifas de Trump.
EUA-EXPORTAÇÕES MENORES (baixista)
O relatório semanal sobre as inspeções de embarques dos EUA foi negativo, com o USDA registrando hoje embarques de milho totalizando 983.625 toneladas, abaixo das 1.314.302
toneladas reportadas no relatório anterior e da faixa estimada pelos produtores do setor privado, que era de 1,10 a 1,58 milhão de toneladas.
EUA-ESTÁGIO DAS LAVOURAS DE MILHO
O USDA informou, no final da tarde dessa segunda-feira, o estágio fenológico das lavouras de milho nos Estados Unidos. As plantas desenvolvendo espigas estão em 56%, ante 34% da semana passada, 58% do ano anterior e abaixo dos 58% da média histórica. As espigas criando massa está em 14%, ante 7% da semana passada, 16% do ano anterior e 12% da média histórica.
EUA-CONDIÇÕES DAS LAVOURAS DE MILHO
O USDA informou uma manutenção qualidade das lavouras americanas. 74% das lavouras estão em condições boas/excelentes, ante 74% da semana anterior e 67% do ano passado. 20% em condições regulares, ante 21% da semana passada e 23% do ano anterior. 6% em pobres/muito pobres, ante 5% da semana anterior e 10% do ano passado.
BRASIL-CONAB-COLHEITA SEGUE ATRASADA
Segundo a Conab, até o dia 19/06 o produtor brasileiro colheu 55,5% da 2ª safra de milho, ante 41,7% da semana anterior. Os trabalhos seguem atrasados em relação aos 79,6% do ano anterior e 60,6% da média de cinco anos.
Fonte: T&F Agroeconômica