Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 29/08/2025
FECHAMENTOS DO DIA 29/08

O contrato de soja para setembro, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,83% ou $ 8,50 cents/bushel, a $ 1.036,75. A cotação de novembro encerrou em alta de 0,62% ou $ 6,50 cents/bushel, a $ 1.054,50. O contrato de farelo de soja para setembro fechou em baixa de 0,94% ou $ -2,70/ton curta, a $ 283,60. O contrato de óleo de soja para setembro fechou em baixa de 0,54% ou $ -0,28/libra-peso, a $ 51,47.

ANÁLISE DA ALTA

A soja negociada em Chicago fechou o dia em alta, mas a semana em baixa. A alta diári para a soja veio da preocupação com a falta de chuvas no cinturão agrícola dos Estados Unidos, que pode afetar a produtividade das lavouras.

Ao longo de agosto a soja foi marcada por preocupações com a falta de compras chinesas oficiais e pela boa demanda de outros destinos e interna. Nesta gangorra de emoções comerciais e cortes na safra americana a alta foi substancial para o grão e o farelo, enquanto o óleo de soja perdeu força em agosto.

Com isso a soja em Chicago fechou a semana em baixa de -0,38%, perdendo $ -4,00 cents/bushel, para o contrato de novembro. O farelo de soja também caiu -1,7%, ou $ -4,9 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja recuou -5,90%, equivalente a $ -3,24 por libra-peso no período. Ambos para os contratos de outubro.

Para o acumulado mensal a soja em Chicago fechou com uma alta expressiva de 6,60%, ganhando $ 65,25 cents/bushel. O farelo de soja subiu 5,2%, ou $ 13,9 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja recuou -4,75%, equivalente a $ -2,60 por libra-peso.

Análise semanal da tendência de preços
FATORES DE ALTA

a) EUA-falta de chuvas: As perdas são limitadas pela falta de chuvas no cinturão soja/milho, que — especialmente nas regiões Central e Oriental — deve persistir até meados da próxima semana e pode piorar as condições das lavouras que estão concluindo as etapas que determinarão sua produtividade futura. Além disso, após a atualização semanal do mapa de monitoramento da seca nos Estados Unidos, que aumentou a área com seca moderada no Centro-Oeste de 3,42% para 4,51%, o USDA aumentou hoje a área coberta por soja com algum grau de seca de 9% para 11%, igualando-se ao valor vigente há um ano;

b) EUA-exportações elevadas: O relatório semanal de exportação do USDA foi positivo para o mercado americano, neste caso para o período de 15 a 21 de agosto. A agência reportou vendas de soja 2025/2026 de 1.372.600 toneladas, acima das 1.142.600 toneladas reportadas no relatório anterior e da faixa prevista por investidores privados, que era de 450.000 a 1.000.000 de toneladas. Assim como nas semanas anteriores, destinos desconhecidos lideraram a lista de compradores, desta vez com 690.000 toneladas.

Sem compras nominais da China, a incerteza sobre quanto do que foi declarado para destinos desconhecidos acabará nos portos chineses permanecerá no mercado. Em relação à temporada 2024/2025, que se encerra no domingo, o USDA registrou cancelamentos de vendas de 189,2 mil toneladas.

C) Brasil-boa demanda chinesa:  As boas compras chinesas na exportação estão mantendo os preços da soja elevados no Brasil, como mostram os dados do CEPEA para Paranaguá (+0,97% no mês, +0,35% no ano). Parece pouco, mas, não fosse isto, os preços estariam (muito) negativos a esta altura, diante da grande oferta atual.

FATORES DE BAIXA

a) Compras chinesas na América do Sul: Em relação à ausência da China no mercado americano e sua intenção de garantir um fornecimento estável de soja nos próximos meses, a Reuters informou hoje que, em meados de agosto, compradores chineses reservaram 1,575 milhão de toneladas de soja para embarque em setembro da Argentina e do Uruguai; 660.000 toneladas para embarques em outubro e volumes menores de 66.000 toneladas cada para novembro, dezembro e maio de 2026, disseram traders.

b) Compras de até 10 milhões de toneladas da Argentina e Uruguai: “Os processadores chineses poderão comprar até 10 milhões de toneladas de soja desses dois países durante o ano comercial de 2025/2026, que termina em agosto do próximo ano, o que representaria um volume recorde”, afirmou um Trader de Singapura, de uma empresa internacional que vende soja para a China e de uma segunda pessoa que comercializa soja para a China, informou a agência. Acrescentou que isso está relacionado ao interesse da demanda em compensar a redução nas compras dos EUA caso a segunda guerra comercial se prolongue.

c) No Brasil, os baixos preços do farelo e do óleo impedem novas altas: O fracasso da demanda de óleo de soja para o programa B30, de adição de biodiesel à gasolina (combatido por alguns) e a baixa demanda por farelo (pela falta absoluta de empenho do ABIOVE e dos adidos agrícolas, que poderiam imitar o pessoal da carne, que é modelo) está mantendo o preço da soja em grão ainda com pouca elevação (apenas 0,35% em todo o ano de 2025), quando poderia ser maior.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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