Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 25/09/2025
FECHAMENTOS DO DIA 25/09
O contrato de soja para novembro fechou em alta de 0,32% ou $ 3,25 cents/bushel, a $1.012,25. A cotação de janeiro encerrou em alta de 0,29% ou $ 2,75 cents/bushel, a $1.031,50. O contrato de farelo de soja para outubro fechou em baixa de 0,96% ou $ -3,10/ton curta, a $ 268,6. O contrato de óleo de soja para outubro fechou em alta de 0,91% ou $ 0,45/libra-peso, a $ 49,74.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta quinta-feira. As cotações da oleaginosa conseguiram algum suporte após a volta das retenciones na Argentina. Em 72 horas os comerciantes argentinos fecharam a cota de vendas estipulada pelo governo do país. Com isso os impostos de 26% para a soja e 24,5% para os subprodutos voltaram a vigência. Havia espaço para compras técnicas, visto que as cotações da soja atingiram o menor patamar em 6 semanas.
A demanda segue preocupante. As vendas para exportação da soja caíram 21,51% no comparativo semanal. Em uma recente coletiva de imprensa, um porta-voz do Ministério do Comércio da China afirmou que os Estados Unidos precisam “tomar medidas positivas, cancelar tarifas irracionais relevantes e criar condições para expandir o comércio bilateral”.
Esta foi uma resposta direta a perguntas sobre a falta de compras de soja dos EUA pela China.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
ARGENTINA-RETORNO DAS RETENCIONES (altista para CBOT, baixista para Argentina)
A soja está sendo negociada em alta no pregão diário de Chicago, após o fim repentino — na noite passada — da redução de alíquota zero nas tarifas de exportação impostas pelo governo argentino. Isso gerou um forte aumento nas vendas do grão e rápido interesse da China, que, em menos de 72 horas, fechou a compra de aproximadamente 20 carregamentos de soja, totalizando quase 1,3 milhão de toneladas. Vale destacar que o complexo oleaginoso argentino teve papel de destaque na origem da medida e, portanto, perdas igualmente significativas em sua cessação.
ARGENTINA-META ATINGIDA (altista)
Especificamente, após informar à tarde que, desde a entrada em vigor da redução do imposto de exportação de grãos e derivados, foram apresentadas declarações juramentadas de vendas ao exterior no valor total de 11.466.129 toneladas, no valor de US$ 4.180.908.362, a Agência de Arrecadação e Controle. Aduaneiro declarou atingida a meta de arrecadação de US$ 7 bilhões à noite e anunciou que, a partir daquele momento, “somente os DJVEs poderão ser registrados no regime vigente antes do Decreto 682/2025”, ou seja, para a soja, com retenção na fonte de 26%, e para seus derivados, com retenção na fonte de 24,5%.
ARGENTINA-REALINHAMENTO COM EUA (altista)
A decisão estava em linha com o que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, havia exigido algumas horas antes: “Estamos trabalhando com o governo argentino para encerrar a isenção de impostos para produtores de commodities que convertem moeda estrangeira”, como parte do pacote de ajuda que a Casa Branca ofereceu a Javier Milei. Isso também está em linha com as reclamações levantadas pela Associação Americana de Soja, que afirmou em um comunicado esta tarde: “Os preços da soja nos EUA estão caindo, a colheita está em andamento e os agricultores estão lendo manchetes que não falam sobre fechar um acordo comercial com a China, mas sim que o governo dos EUA está fornecendo US$ 20 bilhões em apoio econômico à Argentina, enquanto o país está reduzindo seus impostos de exportação de soja para vender 20 carregamentos de soja argentina para a China em apenas dois dias.”
EFEITOS DA RETIRADA MOMENTÂNEA DAS RETENCIONES (altistas para a Argentina, baixistas para CBOT e Brasil)
E enquanto a China se apressou em reservar 20 carregamentos de soja, a Índia, maior importadora mundial de óleos vegetais, comprou 300.000 toneladas de óleo de soja argentino entre terça e quarta-feira para embarques entre outubro e novembro, com preços variando de US$ 1.100 a US$ 1.120 CIF por tonelada, informou a Reuters hoje. “O volume comprado em tão pouco tempo não tem precedentes”, disse um trader de uma trading sediada em Nova Délhi, “já que os traders ignoraram amplamente o óleo de palma”, informou a Reuters. Ele acrescentou que as compras agressivas da Índia ajudarão a Argentina a reduzir seus estoques de óleo de soja, “mas também podem significar menos
embarques de óleo de palma da Indonésia e da Malásia para a Índia”.
EUA-EXPORTAÇÕES MENORES (baixista)
Além de tudo isso, o mercado está retornando ao seu estado anterior, com os Estados Unidos sofrendo com a falta de interesse da China na oleaginosa atualmente colhida. E nesse sentido, o relatório semanal de exportação do USDA, referente ao período de 12 a 18 de setembro, foi neutro a levemente pessimista, dado que, além de prolongar a ausência de compradores chineses, reportou vendas de soja para 2025/2026 em 724,5 mil toneladas, abaixo das 923 mil toneladas do relatório anterior e mais próximo do mínimo do que do máximo esperado pelos exportadores do setor privado, que conseguiram uma faixa factível entre 600 mil e 1,6 milhão de toneladas. O Egito, com 166,2 mil toneladas, foi o principal comprador.
Fonte: T&F Agroeconômica
