Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 04/08/25
FECHAMENTOS DO DIA 04/08
O contrato de soja para agosto, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,75%, ou $ 7,25 cents/bushel a $ 969,00. A cotação de setembro fechou em alta de 0,59% ou $ 5,75 cents/bushel a $ 975,25. O contrato de farelo de soja para agosto fechou em alta de 2,36% ou $ 6,30/ton curta a $ 273,8 e o contrato de óleo de soja para agosto fechou em baixa de -0,40% ou $ -0,22/libra-peso a $ 54,50.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta segunda-feira. Dia de correção para a oleaginosa, depois de uma grande sequência em queda, que levou as cotações para o menor patamar em quatro meses. Os preços baixos e os bons dados de embarques para exportação motivaram os operadores de mercado a recomprarem posições vendidas.
A soja americana, entra neste momento em um estágio crítico de desenvolvimento, onde estará mais suscetível ao “prêmio climático”, podendo geral boas oportunidades. A ausência da China da lista de compradores ainda é tema central nas conversas dos Traders. Sem as compras chinesas o estoque final da soja americana pode dobrar no final da temporada, o que pressionaria ainda mais os preços da oleaginosa.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
EUA-EXPORTAÇÕES MAIORES (altista)
O relatório semanal sobre inspeções de embarques foi positivo para o mercado americano, neste caso para o período de 25 a 31 de julho, com o USDA registrando embarques de soja
totalizando 612.539 toneladas, acima das 427.734 toneladas do relatório anterior e da faixa prevista pelos produtores privados, entre 250.000 e 460.000 toneladas.
EUA/CHINA-MAIS UM AGRAVO NAS RELAÇÕES JÁ TENSAS (baixista):
No entanto, a recuperação foi — e continuará sendo — pressionada pela ausência de demanda chinesa no mercado americano, que, nesta época do ano, se prepara para marcar um evento sem precedentes nos tempos modernos para a relação comercial entre esses países, mais uma vez envolvidos em uma guerra comercial graças ao governo Trump. Cabe acrescentar que, além dos problema já evidentes nas relações entre as duas principais economias mundiais, a tensão agora se agrava com a rejeição de Pequim à exigência da Casa Branca de que a China pare de importar petróleo da Rússia e do Irã.
BRASIL MANTÉM ABASTECIMENTO DA CHINA (baixista para CBOT, altista para o Brasil)
Em relação ao Brasil, que ainda tem bastante oferta de grãos da safra 2024/2025, suas vendas de soja permanecem fortes, dando à demanda chinesa as garantias necessárias para um abastecimento tranquilo nos próximos meses.
BRASIL-SAFRA MAIOR (baixista)
Por outro lado, em sua primeira estimativa para a safra 2025/2026, a subsidiária brasileira da StoneX projetou a colheita de soja do Brasil em 178,20 milhões de toneladas, 5,6% acima da safra anterior. Isso se deve ao aumento da área plantada e da produtividade. O plantio, que começará em meados de setembro, deverá cobrir 2% a mais de área do que no ciclo 2024/2025, indicou a empresa, baseando o aumento da produtividade na expectativa de recuperação da safra gaúcha, afetada por problemas climáticos na temporada anterior.
“Questões geopolíticas e tarifárias podem beneficiar a soja brasileira, principalmente devido à possibilidade de atritos entre Estados Unidos e China”, afirmou Ana Luiza Lodi, analista da StoneX, em comunicado. Na mesma linha, a consultoria brasileira Céleres projetou o volume de produção de soja para a nova temporada em 177,20 milhões de toneladas, enquanto as exportações de grãos in natura foram estimadas em 110 milhões de toneladas. O USDA projeta a nova safra brasileira em 175 milhões de toneladas e as exportações de feijão em 112 milhões de toneladas.
ACORDO COM UE NÃO FICOU CLARO (altista)
No contexto de alta incerteza, um mínimo de calma foi proporcionado pela decisão anunciada por um porta-voz da Comissão Europeia de que a União Europeia suspenderá por seis meses seus dois pacotes de retaliação às tarifas americanas, que entrariam em vigor na quinta-feira, após o acordo assinado pelo bloco com Trump. Isso ocorre apesar de, mesmo dentro da UE, não estar claro o que o acordo inclui ou exclui, uma questão altamente contestada por alguns países-membros.
A esse respeito, a Reuters observou que o acordo “deixa muitas questões em aberto, incluindo tarifas sobre bebidas alcoólicas e o fato de que o decreto presidencial de Trump na semana passada, que fixou tarifas sobre a maioria dos produtos do bloco europeu em 15%, não incluiu exceções, como esperado, para automóveis e autopeças. Autoridades da UE disseram esperar que mais decretos sejam emitidos em breve”. O ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil, disse hoje que é positivo que haja um acordo, mas que há muito a esclarecer com os Estados Unidos. “Fomos muito fracos nas negociações, não podemos estar satisfeitos.”
EUA-ESTÁGIO DAS LAVOURAS DE SOJA
O USDA informou no final da tarde dessa segunda-feira que o plantio da soja está encerrado e 100% emergido para a temporada 25/26. As plantas em floração representam 85% da área semeada, ante 76% da semana passada, 85% do ano anterior e 86% da média histórica. As plantas criando vagem está em 58%, ante 41% da semana passada, 57% do ano passado e 58% da média histórica.
EUA-CONDIÇÕES DAS LAVOURAS DE SOJA
O USDA informou uma piora na qualidade das lavouras americanas. 69% das lavouras de soja estão em condições boas/excelentes condições, ante 70% da semana passada e 68% do ano anterior. 24% em condições regulares, ante 24% da semana anterior e 24% do ano passado. 7% classificados como pobres/muito pobres, ante 6% da semana passada e 8% do ano anterior.
Fonte: T&F Agroeconômica