Todos sabemos que o preço da soja brasileira é praticamente 100% baseado em Chicago, com raras exceções durante o ano. Então, é importante seguir Chicago. E o que significa seguir Chicago? Basicamente, saber ler o que o gráfico dos preços deste mercado futuro apresenta.

Mas, isto não é ensinado em nenhum curso de agronomia e é uma das grandes falhas de conhecimento de quem trabalha com soja no Brasil, desde o agricultor, até o gerente comercial de cerealistas e cooperativas, indústrias, etc. Poucos deles estudaram a fundo os detalhes dos 27 fatores que afetam os preços no mercado físico (análise fundamental) e os inúmeros detalhes dos instrumentos existentes há décadas nos EUA para entender e interpretar os gráficos (análise técnica).

Os gráficos são bancos de dados desenhados, que dão indicações muito claras sobre o comportamento de todos os agentes do mercado (não só agricultores, mas compradores e investidores) e sobre as possibilidades de alta ou baixa, dependendo do desenho que fazem.

Um dos desenhos bem claros foi feito no final de julho, mostrando um triângulo equilátero, que a experiência prática do mercado mostra que indica que a tendência é de as cotações caírem lentamente até o nível equivalente ao dobro da base deste triângulo. De lá para cá, o mercado só fez confirmar esta previsão, inclusive nesta semana, em que ameaçou subir, mas encontrou forte resistência em $ 1276,25 e recuou, como mostra a figura abaixo:

O que está derrubando os preços da soja em Chicago?

Dois fatores principais:

a) Os próprios níveis elevados dos preços das duas últimas safras fizerem os agricultores dos EUA, Brasil e Argentina aumentarem as áreas plantadas. A produção mundial passou de 339,89 MT na safra 2029/20 para 365,26 na safra 2020/21 e para 385,14 MT nesta safra de 2021/22 (todas as áreas já estão plantadas), aumentos em torno de 20 milhões de toneladas/ano;

b) As excelentes condições das safras, tanto nos EUA como na América do Sul estão favorecendo os plantios e confirmando os aumentos significativos de produção.

c) A recomposição dos estoques americanos de soja. Como sempre dizemos em nossos cursos de comercialização, os estoques finais são os ponteiros indicadores da tendência dos preços. Quando eles caíram de 10,5 MT para 3,75 MT o ponteiro indicou forte alta e os preços subiram, como mostra o gráfico acima. No último relatório do USDA, porém, estes estoques já tinham sido recuperados para 8,71 MT, o que significa que o mercado consumidor já está mais tranquilo, a disputa por matéria-prima é menor e, com isso, os preços recuam.

d) Dificuldades econômicas da China. Para reduzir significativamente a poluição do país o governo chinês decidiu reduzir drasticamente a utilização do carvão, sem criar, antes, fontes alternativas de energia. Com isto usinas de energia elétrica (muitas delas movidas a carvão) pararam e houve grande cortes de energia no país, inclusive em algumas indústrias esmagadoras de soja, que tiveram que parar, reduzindo o esmagamento e a demanda por soja Redução da demanda significa preços mais baixos.

Diante disso, as recomendações da T&F Agroeconômica para esta semana são as mesmas da semana passada:

CONCLUSÕES PRÁTICAS

Nossas recomendações, portanto, seriam as seguintes:

a) Não venda soja física futura, mas fixe hoje os preços direto na Bolsa de Chicago. A vantagem desta operação é que, se você sofrer uma seca, não precisará entregar mercadoria física e, ao contrário, terá lucros nas operações do mercado futuro. Se você for cerealista e fizer isto vai ganhar muito dinheiro; se for cooperativa, dará ao seu cooperado um preço mais alto do que o normal de mercado. Se você não souber fazer estas operações, nós poderemos ajudá-lo. Quem seguiu nossa recomendação na semana passada já ganhou $32,25/bushel sobre a cotação de maio22 ou U$ 10,75/tonelada ou R$ 60,52/tonelada ou R$ 3,64/saca;

b) Mas, compre agora todo o insumo que puder para a próxima safra, de preferência via barter, porque usará um volume menor de sacas de soja do que se esperar para fazer isto no próximo ano, a partir de maio, quando os preços tenderão a cair mais com a entrada da safra brasileira. Também nisto estamos à sua disposição para ajudar. Ligue e veja os planos de nossa mentoria.



Fonte: T&F Agroeconômica

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