O cultivo da soja no RS alcançou 99% da área prevista para a safra de 5.978.967 hectares. Das lavouras implantadas, 56% delas estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 34% em floração e 10% na fase de enchimento de grãos.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, a implantação da cultura alcançou 96% da área prevista para a safra, e deverá superar a estimativa de 708.555 hectares indicados na intenção de plantio. As fases da cultura são as seguintes: 74% em desenvolvimento vegetativo, 22% em floração e 4% em enchimento de grãos.
O período de semeadura para a safra atual teve início em setembro, se prolongando até dezembro. As condições físicas do solo em termos de retenção de água têm estabelecido diferentes condições de desenvolvimento às plantas. Em parte das lavouras em desenvolvimento vegetativo, vem ocorrendo murchamento de folhas; naquelas mais adiantadas, tem havido aborto de flores nas primeiras camadas. Em solos mais rasos ocorre morte de plantas devido ao déficit hídrico (reboleiras).
Em geral, o desenvolvimento das lavouras de soja ainda é satisfatório, ante à falta de umidade e às altas temperaturas ocorridas nas últimas duas semanas. A permanência dessas condições do tempo pode resultar em perdas de produtividade. A irregularidade de chuvas indicará os percentuais de perdas.
Com a ocorrência de chuva na última sexta feira (10), os produtores aproveitaram para realizar a aplicação de fungicidas. No acompanhamento de lavouras com manejo integrado de pragas (MIP) em Tuparendi, foram observados o desaparecimento das lagartas e a permanência de ataque de tripes.
Na regional de Ijuí, 68% das áreas encontram-se na fase de desenvolvimento
vegetativo, 28% em floração e 4% em enchimento de grãos. A cultura foi bastante afetada
pela estiagem nos Coredes Noroeste e Alto Jacuí, que comprometeu o desenvolvimento das lavouras plantadas em outubro. Os produtores retomaram as aplicações de fungicidas
preventivamente. Há registros de ataque de ácaros e tripes.
Na de Soledade, as condições do tempo ainda não permitiram concluir os plantios previstos para a safra. As fases da cultura são as seguintes: 82% em fase de desenvolvimento vegetativo, 15% em florescimento e 3% em enchimento de grãos. A boa notícia do período foi o volume de chuva na região (de 40 a aproximadamente 100 milímetros).
A ocorrência generalizada na quinta e sexta-feira amenizou parcialmente os reflexos da estiagem, principalmente na região do Baixo Vale do Rio Pardo, onde há registros de mortes de plântulas em lavouras com semeadura tardia. Em geral, evidenciaram recuperação as lavouras em desenvolvimento vegetativo que tiveram crescimento e desenvolvimento reduzido no período da estiagem.
A partir das chuvas de sexta-feira (10), os produtores retomaram as semeaduras na região do Baixo Vale do Rio Pardo e também o controle de plantas invasoras em pós-emergência. Há registro de baixa incidência de pragas, não sendo necessárias medidas de controle. O tempo seco desfavorece a incidência de doenças; os produtores têm realizado aplicações preventivas de fungicidas nas lavouras com soja precoce para prevenção da ferrugem asiática.
Na de Erechim, 30% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 65% em floração e 5% em enchimento de grãos. As chuvas ocorridas no final de semana aliviaram os sintomas de estresse hídrico nas plantas, mas ainda são necessárias chuvas adicionais para amenizar as perdas que começam a aparecer.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 58% das lavouras se encontram em desenvolvimento vegetativo, 31% em floração, 9% em enchimento de grãos e 2% já entram na fase de maturação. Com a volta das chuvas nos últimos dias, as lavouras dão sinais de recuperação, principalmente as semeadas a partir de novembro. Estima-se redução do potencial produtivo, que poderá se agravar caso não ocorram chuvas nos próximos dias. Até o momento, as áreas mais atingidas são aquelas de solos rasos. Os produtores realizam controle de doenças fúngicas e de pragas, apesar da dificuldade para a realização das pulverizações em função de temperaturas elevadas, da baixa umidade do ar e pelas condições de estresse hídrico das plantas.
Na de Passo Fundo, 85% da cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 12% em florescimento e 3% em enchimento de grãos. Os produtores monitoram pragas e doenças e realizam tratamentos fitossanitários quando necessário. A redução das precipitações dos últimos meses, associada às altas temperaturas, prejudicou o desenvolvimento da cultura, refletindo em menor estatura de plantas; com o retorno das chuvas no período, há indícios de reestabelecimento da normalidade do ciclo da cultura.
Na de Bagé, em São Gabriel, o plantio foi suspenso por falta de umidade do solo. Nas demais áreas de soja em que não houve germinação ou onde ocorreu mortalidade de plântulas, são realizados replantios, devido às condições favoráveis a partir das chuvas da semana.
As cultivares de ciclo precoce estabelecidas na primeira semana de novembro estão em fase de floração, estágio durante o qual há elevada exigência de água pelas plantas; em condições ideais de aporte hídrico, não ocorrem nem aborto de flores e nem redução do porte. O controle de plantas invasoras vem sendo realizado em horário noturno ou nas primeiras horas da manhã, quando as temperaturas estão amenas. Têm ocorrido ataques esporádicos de lagartas e de broca-das-axilas.
Na região de Pelotas, a cultura da soja encontra-se predominantemente na fase de emergência e desenvolvimento vegetativo (72%); as outras fases são florescimento (20%) e enchimento de grãos (8%). As precipitações ocorridas na semana foram esparsas e distribuídas irregularmente em toda a região, com pancadas de chuva em algumas localidades e muito pouco em outras, gerando condições diferentes de recomposição da umidade nos solos e causando desuniformidade entre as lavouras.
Na de Porto Alegre, muitas lavouras tiveram problemas de germinação em função dos desdobramentos da estiagem, como desuniformidade, estande abaixo do ideal e infestação de plantas daninhas. O tempo seco paralisou o plantio. Em se mantendo esse cenário, os produtores diminuirão a área de cultivo, optando pelo plantio do milho safrinha ou pela implantação de pastagens.
As chuvas ocorridas em 10 e 11 de janeiro atenuaram os efeitos da estiagem, recuperando parcialmente o potencial produtivo da cultura, que se encontra em desenvolvimento vegetativo. A umidade também favoreceu a retomada dos tratamentos fitossanitários, necessários em virtude do aparecimento de ataque de lagartas desfolhadoras e da lagarta-elasmo (broca-do-colmo).
Na de Caxias do Sul, as lavouras de soja implantadas tardiamente e as que já se encontram em fase de florescimento foram as mais beneficiadas com as chuvas do final de semana. Apesar das precipitações, nas lavouras em estágio de formação de grãos há indícios de redução da produtividade em função da diminuição do número e da estatura das plantas e também devido ao menor tamanho dos grãos.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, 85% das lavouras implantadas estão em germinação/desenvolvimento vegetativo, 10% em fase de floração e 5% em fase de enchimento de grão. As lavouras de soja que tiveram problemas de germinação e/ou morte de plântulas foram replantadas, o que ocasionou desuniformidade no estande de plantas e, consequentemente, diminuição do potencial produtivo inicial.
As mais afetadas pelo déficit hídrico são as que se encontram nas fases de floração e de enchimento de grãos, quando a demanda por água é o dobro da necessidade do estágio de desenvolvimento vegetativo.
Mercado (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 78,00/sc., com redução de 0,05% em relação à semana anterior.
Na região de Passo Fundo, a oleaginosa segue comercializada a R$ 78,00; na de Santa Maria a R$ 77,13; em Erechim, a R$ 80,00. Em Santa Rosa, o preço foi cotado a R$ 74,00. Na região de Bagé, oscilou entre R$ 71,00 e R$ 83,00. Na de Ijuí, o preço foi de R$ 75,59. Em Soledade, os preços variaram entre R$ 76,50 e R$ 81,00; em Porto Alegre, manteve-se a oscilação entre R$ 78,00 e R$ 83,00; na região de Frederico Westphalen, a cotação variou entre R$ 76,00 e R$ 77,00; na de Caxias do Sul, R$ 79,00 e na de Pelotas, os preços mantiveram-se entre R$ 80,00 e R$ 88,00/sc.
Fonte: Emater/RS